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Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 18 Abril 2024

A arte de viver numa sociedade de incertezas

Numa sociedade de incertezas, saber viver é a arte que mais interessa potenciar, inspirar e partilhar nos próximos tempos. Por uma vida positiva, que encare efetivamente os atuais obstáculos e os transforme nos novos desafios do Homem.

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Pedro Araújo Napoleão
Arquiteto com doutoramento em Arquitetura pela Universidade da Corunha. Autor do livro "As Sensações e as Emoções na Arquitetura”.

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Num momento em que enfrentamos as maiores ameaças do planeta, sobreviver tornou-se a palavra de ordem para grande parte da Humanidade. Infelizmente, viver é cada vez mais uma arte que não está ao alcance de todos.

Em pleno século XXI, defrontámo-nos com as maiores adversidades alguma vez sentidas, desde logo a perda de confiança e dos valores sociais; a precariedade; as desigualdades; a deterioração da infraestrutura social; os problemas climáticos; o colapso dos ecossistemas e a perda de biodiversidade; as grandes crises alimentares e da água; a sobrepopulação e a saúde pública que nos atirou aos tempos pandémicos que vivemos.

A sociedade vive grande ansiedade e instabilidade emocional, está descrente, vulnerável, mais propensa aos extremismos e aos oportunismos. Vive tempos de incertezas, tempos de grande crispação social.

É uma sociedade atormentada, cada vez mais voltada para si. E ainda que a esperança de vida tenha aumentado, não significou que a qualidade da nossa existência tivesse ficado mais rica.

Assistimos a um adormecimento da sociedade civil no tempo, sem que se apercebesse, efetivamente, o que significou a perda dos valores e dos princípios basilares da nossa própria sobrevivência.

Dia após dia, assistimos, paulatinamente, à perda da nossa dignidade, autoestima e autonomia, aumentando, assustadoramente, os momentos de frustração, em que a sociedade, já por si agarrada à teia complexa do sistema, mergulha numa espécie de depressão pandémica generalizada, em que o desejo e a deceção atingiram níveis históricos sem precedentes.

Termos consciência disto é um ponto de partida. É sabermos relativizar muitos dos nossos problemas triviais, que afinal não são tão importantes. É começarmos a aprender a valorizar ainda mais as nossas vidas e a dos nossos semelhantes e a cuidar daquele que é o nosso planeta. É criarmos empatia com o mundo! É sabermos e aproveitarmos bem o nosso tempo. É estarmos bem connosco para podermos ajudar os outros.

Se lutarmos por uma vida melhor a todos os níveis, talvez comecemos a contagiar a outra parte que apenas sobrevive, e com isso despertemos para que todos vivam melhor e tenham um ecossistema mais equilibrado.

Numa sociedade de incertezas, saber viver é a arte que mais interessa potenciar, inspirar e partilhar nos próximos tempos. Por uma vida positiva, que encare efetivamente os atuais obstáculos e os transforme nos novos desafios do Homem. Saber viver significará não baixarmos a guarda.

Estamos saturados de discursos vazios, de teorias da conspiração que promovem o caos, das “fake news”, dos sensacionalismos mediáticos e do terror lançado pelos órgãos de comunicação social em nome da guerra de audiências.

Não temos paciência para discursos derrotistas que encerrem a nossa esperança, que comprometam ainda mais a nossa própria liberdade. Já não temos paciência para as contradições das decisões dos nossos governantes. Já não suportamos nada e somos tentados ao negacionismo.

Assustam-me discursos com certezas sobre tudo, sem dúvidas de nada. Enrolamos os problemas e vagueamos nas palavras. Precisamos de mais honestidade intelectual, onde se discutam as soluções reais, fundamentadas em análises concretas. Soluções objetivas, que sejam construtivas, que ofereçam respostas aos interesses efetivos das pessoas e do planeta.

Não precisamos de crispação, precisamos de união e proatividade. Precisamos de maior sensatez, e não estou a falar das pessoas em geral, porque o povo, perante as dificuldades, já provou ser resiliente. Precisamos de maior imparcialidade política, por um debate verdadeiramente construtivo, que sirva os nossos interesses reais.

Ainda quero acreditar em soluções. Quero acreditar numa força mobilizadora imparcial, despojada de interesses, que promova o respeito pelos outros, que fomente e renove os valores da sociedade e a aproximação que nos une pelo bem comum, que intensifique os princípios de liberdade de pensamento e a aceitação das nossas diferenças, que promova a crítica construtiva.

Será absolutamente essencial para cada um de nós, finitos, neste mundo que ainda quero imaginar infinito, deixarmos a nossa marca! Mobilizarmo-nos e deixarmos, cada um de nós, o nosso pequeno contributo na sociedade para fazer face aos novos desafios da Humanidade. Desenvolvermos em nós próprios a sensatez e a capacidade de adaptação necessárias, que permitam uma apreensão e reinvenção de uma realidade muito mais construtiva e positiva, passando para as gerações seguintes valores e princípios que lhes permitam assegurar a sobrevivência do planeta.

Arte de viver é também aceitarmos o nosso tempo. É aproveitar e valorizar cada momento. É sermos resilientes. É sentirmos amor, fé e esperança. É encontrar novas oportunidades em cada dificuldade. Será desenvolver em nós características híbridas num mundo cada vez mais incerto.

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Pedro Araújo Napoleão
Arquiteto com doutoramento em Arquitetura pela Universidade da Corunha. Autor do livro "As Sensações e as Emoções na Arquitetura”.
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