O café veio servido, como sempre, em chávena fria, apesar do tempo cada vez mais fresco e que obriga já a uma revisão dos casacos de inverno. Pela vidraça da Pastelaria Moderna – uma das mais antigas e históricas do centro da cidade de Vila Nova, por onde desfilaram verdadeiros ilustres Famalicenses, observo duas pessoas em passo apressado, indiferentes ao bailado das folhas que caem sobre a praceta Arthur Cupertino de Miranda.
O mundo, lá fora, já não parece perfeito entre perfeitos desconhecidos, que passaram a usar máscara o tempo todo. Que raio de vírus nos veio tirar a liberdade (?!), até de um sorriso à toa, entre as folhas de outono que caem aos pares. Todos me parecem distantes, verdadeiros estranhos e, por isso, volto a olhar o jornal.
Os números de contágio do novo coronavírus são verdadeiramente assustadores – Famalicão incluído. Em apenas três semanas, o país somou mais quase 66 mil infetados.
A população entre os 20 e os 49 anos é a que soma mais casos, mas foi no grupo dos 10 aos 19 anos que o contágio mais cresceu.
Estaremos mesmo a fazer tudo o que podemos e devemos para travar a propagação deste vírus que mata? E quando é que vamos deixar de brincar aos ajuntamentos de fim-de-semana? E já agora, respeitar as regras básicas do distanciamento social; uso de máscara (mesmo na rua) e higienização das mãos com frequência?
É que a pessoa que mais amamos pode ser a próxima vítima. Pode ser que aí nos caia a máscara. De vez.
Comentários