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Vila Nova de Famalicão
Terça-feira, 16 Abril 2024

A pandemia da intolerância e do radicalismo

São cada vez mais as manifestações de intolerância e radicalismo, nomeadamente no espaço europeu. Estes últimos anos, a Europa foi palco de um crescente extremismo que parece não dar tréguas, e tem gerado grande preocupação no panorama mundial. Esta intolerância surge em maior parte pela incapacidade da classe política em resolver problemas cruciais na vida das pessoas, onde esta crescente insatisfação manifesta-se num incómodo cada vez maior da sociedade sobre os responsáveis governamentais, sendo que este não se apresenta como único propósito para uma crescente intolerância.

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Nuno Marques Moreira
Deputado do PSD à Assembleia Municipal de Famalicão, é membro do Conselho Municipal da Juventude e profundo conhecedor do associativismo local. É dirigente do Corpo Nacional de Escutas, estudou marketing e adora a sua terra.

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São cada vez mais as manifestações de intolerância e radicalismo, nomeadamente no espaço europeu. Estes últimos anos, a Europa foi palco de um crescente extremismo que parece não dar tréguas, e tem gerado grande preocupação no panorama mundial.

Estes princípios estimulam medidas extremas para a resolução de problemas variados, tais como políticos e sociais, sustentadas num fanatismo intolerável. Atualmente a oportunidade de as pessoas exprimirem as suas opiniões é cada vez mais eficaz e provavelmente mais produtiva. As plataformas digitais são, neste momento, o meio mais propício para que essas opiniões sejam apregoadas. Contudo, um aspeto a ter em atenção, é que muitas dessas posições são fundamentadas em factos que não correspondem à verdade e neste caso é necessário, mais do que nunca, divulgar e explicar todos os conhecimentos de uma forma exaustiva, de maneira a que todos os pontos de vista formulados pelas pessoas possam ser expressos com fundamentos verídicos.

Esta intolerância surge em maior parte pela incapacidade da classe política em resolver problemas cruciais na vida das pessoas, onde esta crescente insatisfação manifesta-se num incómodo cada vez maior da sociedade sobre os responsáveis governamentais, sendo que este não se apresenta como único propósito para uma crescente intolerância.

Infelizmente o que não posso concordar nem consentir, é que esta insatisfação se traduza num total desrespeito pelo outro, como muitas vezes acontece, e onde a principal razão de muitos críticos infundamentados é espalhar a mentira e o ódio, só porque não querem aceitar que possam existir opiniões diferentes, até porque a liberdade que conquistamos em 1974 não significa que tenhamos uma igualdade de opiniões, mas sim uma plena diversidade delas, com respeito por esta condição.

Apesar desta intolerância, aparentemente inocente para muitos, já ser demasiado preocupante, o maior problema que podemos encontrar, é quando esta intolerância se transforma num radicalismo extremo, capaz de incitar outros a terem o mesmo comportamento. Este radicalismo transforma o comportamento das pessoas e a sua posição ideológica, de maneira a fazer crescer uma simpatia inocente por um partido político, cuja sua orientação vincula-se com os extremos políticos. Isto sobretudo pelo facto de dizerem de forma populista “algumas verdades que o povo quer ouvir” e que um dia mais tarde se pode traduzir numa ideologia racista e discriminatória para maiorias e minorias de pessoas como nós.

Nestas circunstâncias, as ideologias inerentes ao extremismo estão cada vez mais em ascensão, provocando um conflito grave entre várias ideologias, podendo fomentar um ódio desnecessário e um radicalismo desprezível.

Este radicalismo traduz-se em atentados cada vez mais frequentes contra muitas liberdades. Temos como exemplo a liberdade religiosa, onde muitas igrejas estão a ser atacadas, a liberdade de expressão e outras liberdades que pensávamos adquiridas no século XXI. Por si só isto é horrível, mas o mais preocupante é o facto de as pessoas praticarem e reivindicarem estes atentados em nome de uma ideologia e de uma causa, o que choca ainda mais.

No que diz respeito a estes atentados contra igrejas, como católico, preocupa-me o facto de, tal como disse o Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, ainda não saber até que ponto não se está a criar um holocausto chamado de “Cristianofobia”. A verdade é que o radicalismo religioso já chegou à nossa sociedade, começando com leves ações. Em Portugal já aconteceu práticas de vandalismo em símbolos religiosos ou relacionados com tal em praças públicas e onde cada vez mais há, sobre este tema, estereótipos negativos nos meios digitais e de comunicação social.

A verdade é que estes conflitos e esta aparente intolerância sobre a religião, ou sobre qualquer outro ideal, pode provocar o revés na nossa sociedade através daqueles que querem explorar e provocar o medo, sendo que isso não pode acontecer. O próprio Papa Francisco já alertou em várias situações para a intolerância em relação às diferenças étnicas, religiosas ou nacionais.

Ainda há poucos dias o Presidente Francês, Emmanuel Macron, em virtude do massacre sucedido em Moçambique, falava num ataque feito por bárbaros que destroem e deformam uma religião de paz para semear o terror, acrescentando que o terrorismo islâmico é uma ameaça internacional, que exige uma resposta internacional.

É urgente, no meu ponto de vista, entender de que maneira os nossos valores possam prevalecer face ao radicalismo e ao extremismo na Europa, principalmente quando estes se sobrepõem aos direitos humanos e à liberdade de cada um. E é precisamente neste tema que a Europa tem falhado drasticamente. É impossível conceber uma perspetiva de defesa dos direitos humanos, quando a mesma Europa tem manifestamente uma atitude contrária no que diz respeito á dignidade humana dos refugiados que atravessam mares e oceanos à procura de melhores oportunidades pessoais, profissionais ou somente sobreviver. Quantos portugueses fazem exatamente o mesmo?

Devemos ser sempre construtores de paz e pontes e nunca de barreiras que quebram os sonhos pessoais de cada ser humano, numa terra que é de todos e que não pertence exclusivamente a um único grupo de pessoas. É nesta linha de pensamento e de ação que o radicalismo é combatido.

Poderia falar-vos de outros vários acontecimentos que estão a desenrolar-se por este mundo fora, com o objetivo de enviar sinais, calar liberdades e defender causas e ideologias aberrantes. Não nos podemos esquecer que este radicalismo notório na nossa Europa, provoca consequências graves nos relacionamentos humanos e geracionais. John Garland Pollard dizia que “um ser radical é um liberal que ultrapassa o limite da velocidade” acrescentando eu que ultrapassa também o limite da decência. As políticas multiculturais devem ser um ponto de partida para atenuar esta problemática, defendendo todas as liberdades. Como disse Charles Taylor “a política identitária não deveria ultrapassar a liberdade individual”, tendo sempre em conta que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros. Ao ódio responde-se com amor, à intolerância responde-se com diálogo e ao radicalismo com ações.

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Nuno Marques Moreira
Deputado do PSD à Assembleia Municipal de Famalicão, é membro do Conselho Municipal da Juventude e profundo conhecedor do associativismo local. É dirigente do Corpo Nacional de Escutas, estudou marketing e adora a sua terra.
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