A enxaqueca é um tipo particular de dor de cabeça, por vezes, tão intensa, que se procura um quarto escuro e silencioso, por forma de diminuir a intensidade do sofrimento.
O número de crises, assim como a intensidade dos sintomas, diminuem com a idade, sobretudo a partir dos 60 anos.
A maioria dos doentes manifesta algum tipo de sintomas anunciadores da crise, chamados pródomos. Estes surgem 2 a 3 horas antes, mas podem ocorrer nas 24 a 72 horas anteriores à crise.
Os sintomas caracterizam-se por intolerância à luz – fotofobia; mudanças bruscas de humor – depressão, irritabilidade ou excitação; dores musculares – mialgias; e alterações da sensibilidade – parestesias – dos membros superiores e inferiores.
A aura – perturbação do campo visual, que pode incluir luzes brilhantes contínuas ou intermitentes e/ou pontos cegos – só surge em 15% dos doentes.
Este sintoma, quando ocorre, pode fazer-se acompanhar de parestesias, paralisias temporárias, confusão mental e alterações da fala e tem uma duração entre 30 a 60 minutos.
A cefaleia (dor de cabeça) é normalmente unilateral (de um só lado), muito intensa e latejante. Agrava-se com o movimento e, por vezes, é acompanhada de vómitos e náuseas, fotofobia (intolerância à luz) e fonofobia (intolerância ao som/ruído).
A crise da enxaqueca – incluindo a fase dos sintomas anunciadores, ou fase da aura e a cefaleia – pode durar entre 24 a 72 horas.
Após a crise, segue-se uma fase de recuperação, caraterizada por fadiga, intolerância à alimentação, que pode durar 1 a 2 dias. Normalmente, a frequência das crises da enxaqueca varia entre uma a quatro por mês, mas cerca de 15% dos doentes sofrem mais de 10 crises por mês.
Segundo a “International Headache Society”, a enxaqueca classifica-se em vulgar ou comum, clássica e menstrual.
A enxaqueca vulgar ou comum abrange 80% dos doentes e decorre sem aura. A clássica, abrange 15% dos doentes adultos e decorre com aura. A enxaqueca menstrual (restantes 5%) aparece sempre no início do período menstrual e decorre, geralmente, sem aura.
É importante distinguir entre enxaqueca e outro tipo de cefaleias fortes, das quais a mais comum é a chamada cefaleia de tensão.
Se o(a) prezado(a) leitor(a) sofre ou suspeita sofrer de enxaqueca, o melhor é falar com o seu médico ou neurologista.
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