Elvira Maria Costa

Amor, onde andas tu que tanto és procurado, falado, construído e destruído.

No reinado onde não há pão e todos ralham mas ninguém tem razão vivemos num mundo de regras com alíneas de exceção.

Nos dias de hoje assistimos a duas ambiguidades: filhos órfãos de pais vivos e pais órfãos de filhos.

A seriedade, a honestidade e a ética estão em desuso. Vivemos com a raposa a guardar as galinhas do galinheiro.

Está a chegar a Primavera. Os dias cinzentos e frios de Inverno dão lugar a dias solarengos. Coloridos. Onde brotam os rebentos Florescem os campos Iluminam-se os jardins de...

Hoje, amanhã e depois seremos a esperança do amor embutido na fé dos sorrisos e dos abraços eternos.

"Este é um vírus egoísta que leva qualquer um porque ele reina. E nós em que ficamos? O que aprendemos? O que damos? Onde estamos?" Perguntas instigantes da colunista Elvira Maria Costa numa crónica sobre o confinamento.

Saímos à rua e as luzes de Natal enchem-nos a alma de alegria. Natal significa nascimento, sê capaz de nascer na esperança todos os segundos, minutos, horas, dias da tua vida, pois este nascer será sempre único enquanto em ti viver o espírito do amor.

O mundo está doente... Decepam-se vidas, como se fizeram nos jardins do concelho. Arranjos urbanísticos, novos espaços de lazer. Ao Homem cortam-se as asas. Criam-se barreiras de acrílico, janelas que não se abrem, abraços que gritam na surdina incapazes de silenciar as lágrimas nas prisões domésticas. Confinamos os filhos, os pais, os avós. Dentro de quatro paredes ninguém ouve o som das lágrimas de quem padece solitário numa masmorra fria e húmida.

Num clima de guerra invisível caiamos a casa, enchemos os jardins, postamos fotografias de felicidade eterna e assistimos ao declinar de valores.