Cansaço
Cansaço de tudo e de nada
De dias cinzentos, frios, sombrios
Cansaço do vazio
Das vozes mudas que gritam no meio de um confinamento de saudade
De falta de calor
Do brilho do sol
Da correria e das risadas das crianças na rua
Nos recreios da escola.
Cansaço de relações estereotipadas
Silenciosas
Absorvidas pelas redes sociais
Pela monotonia
Pela palidez de corpos rígidos sem gemidos de paixão
Amor solarengo
Abraços eternos.
Falamos mais de amor do que sentimos
Damos
Demonstramos.
Estamos preocupados em parecer em vez de ser.
Hoje tudo é medido para que ninguém dê pela medida maior.
Onde estamos?
Até quando deixamos a fé na gaveta
A esperança em casa
A paixão nos livros
O amor entregue a Camilo ou Eça?
Até quando deixamos de ver só o que é nosso
E aprendemos o significado de compaixão?
Hoje, amanhã e depois seremos a esperança do amor embutido na fé dos sorrisos e dos abraços eternos.
Até lá a construção deve de ser ao segundo sem perder a capacidade de ver e sentir do que nos está mais próximo.
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