Da oportunidade à sede de poder.
Num desgoverno desgovernado lá se governa a casa por trás do balcão da adega já com o cheiro do bagaço a causar tonturas.
A geringonça está avariada irremediavelmente sem concerto a caminho do lixo.
Sem cor ou luz, daí ser incolor do alto do pedestal tentamos não descer um único degrau e alimentamos 230 seres do tempo em que tudo vale desde que o carteirista sejamos nós.
Do aumento alucinado do salário mínimo onde se pode comprar caviar em vez de aparas e das reformas chorudas onde os nossos idosos passam os anos de velhice num resort à beira-mar plantado a pensar se na hora de almoço comem o rabo ou a cabeça à sardinha.
Brincamos com o Zé Povinho que muito gosta da rosa ao peito ou de qualquer laranjada, já para não falar nos mais radicais de foucinha na mão ou então muito virados para o Zé Povinho sem pensar que tem mais areia na costa do que sardinhas na lota.
Todos muito preocupados com os direitos dos trabalhadores, com a exclusão social, a pobreza, a igualdade e vão assim atirando pipocas ao lago fazendo as piranhas vir à tona.
Já o bacalhau para o Natal só mesmo o de cura amarela, os bombons do Ambrósio, as botas de Évora usadas numa cadeia qualquer ou filosofias de grandes filósofos como Sócrates rodeado sim de obras de arte de um rendeiro em parte incerta.
Como gostamos muito de ver e nada fazer vamos assistindo impávidos e serenos à gula dos leões no coliseu sedentos de sangue e sem sequer saber nada de pensões e subvenções milionárias, salários de gestores exorbitantes, regalias de leões e abutres regalados onde na verdade a formiga trabalha e a cigarra canta.
Deixemo-nos de politiquices que este país precisa de gente trabalhadora, honesta, sem vaidades ou sede de chegar ao trono para de lá reinar, mandar e desmandar sem nunca ter sobrevivido com o dito salário mínimo tão falado ou com um mísero aumento de 10 euros em pensões de históricos 300 ou menos euros.
E pobres partidos políticos pois estes resultam da união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, sendo estes organizados, com disciplina, visando a disputa do poder político e conquista do mesmo existindo internamente expressões políticas de alguma oligarquia quer económica quer social e comportando-se em termos muitas vezes internos como lutas de galos para correr nas corridas organizadas de galgos para rapidamente chegar à meta.
E assim já não só o rei está nu como o povo vendeu a pele por cinco tostões em troca de uma liberdade onde se brinca ao patrão e ao ladrão sem nunca o gato se cruzar com o rato.
Toquem os tambores e as gaitas de fole que aí vem novas eleições com lutas de galos, garnizos e garnizés. Todos eles com vontade de reinar num reino sem rei nem roque onde a seca já tudo levou e o vento ainda não amainou.
Devemos todos de votar ou de continuar nesta festa desajeitada onde quem produz somos nós, mas quem engorda é apenas a elite que muito anseia por reinar; os ditos ou apelidados de partidos políticos que tanto desejam o poder com a vitória sobre tudo e todos onde só a maioria absoluta lhes serve a vaidade de reinar sem dar satisfação de como coser o capote de pele de cordeiro.
E assim continuemos a dar vivas aos criminosos de colarinho branco, políticos sem escrúpulos, banqueiros com bancos de ouro e minas ou roquetes na mão, à espera de saquear os cofres de um banco qualquer que eles fundaram ou até mesmo administraram.
Vamos a votos…
Vamos às urnas…
Citando uma frase do filósofo Sócrates “Já é hora de irmos…”
Não sei se embora se para aquela banda que prefiro não pronunciar.
Já agora cuidado não caiam no buraco cavado pelo coveiro.
Ele está de pá na mão e com a chave do crematório no bolso.
Colham as flores e cortem as árvores pelo pé!
Desfolhem as espigas do milho, mas não as debulhem.
Não plantem nas hortas, semeiem antes no alcatrão a colheita será mais produtiva.
Esperem pelo Estado de Providência gerido por uma geringonça qualquer que numa casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Perante tudo isto e voltando a citar o filósofo Sócrates e para finalizar “só sei que nada sei…”.
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