Quando achávamos que o mês de fevereiro já não tinha mais nada para oferecer, Florence + The Machine está oficialmente de volta, com novos outdoors a anunciar o tão esperado quinto álbum de estúdio, e a nova música: “King”.
A banda britânica lançou o seu último álbum, “High As Hope”, em 2018. Desde então, lançou alguns singles, incluindo “Light of Love” em 2020 e “Call Me Cruella” do filme de ação da Disney, de 2021.
Após o lançamento de um breve e ameaçador trailer e uma especulação generalizada sobre qual seria o título, chega-nos a nova música da banda.
Intitulada “King”, inicia com uma forte batida de um tambor que nos ecoa na alma, introduzindo subtilmente a voz inconfundível da cantora. Carregada de simbolismo e com uma temática que não quer calar, Florence renuncia aos papéis tradicionais de género atribuídos normalmente à figura da mulher, trocando assim o papel de mãe e de esposa pelo de rei, coroando-se a si própria através de declarações feministas ousadas e provocadoras.
O single surge com base em pensamentos sobre a sua carreira, uma vez que sempre teve como principais ídolos artistas do género masculino, nunca se tendo apercebido que eles não teriam de lidar com a complicação que é ter de gerir a vida pessoal, familiar e profissional quando se é uma artista feminina.
Dirigido por Autumn de Wilde, o vídeo contribui indubitavelmente para elevar a figura da mulher a um outro patamar. A combinação dos versos impactantes com imagens arrepiantes onde a cantora surge a partir o pescoço de um homem e a liderar uma espécie de exército composto por mulheres, resulta numa simbiose perfeita, certamente adequada para dar início a uma nova era musical da banda.
Florence assume assim, tanto na letra como no clipe, o papel principal, representando todas mulheres e artistas que se sentem diminuídas e vítimas de uma sociedade machista e opressora, que apresenta barreiras à mulher que não apresenta ao homem, tornando assim o sucesso e a satisfação pessoal mais difícil de atingir.
A verdade é que este single tem tudo, desde a complexidade da letra que esconde por detrás uma mensagem muito clara, ao visual místico de Florence, aliado aos sons das guitarras e ao estilo muito próprio de cantar ao qual nos habituou. Se havia uma forma ideal de trazer de volta a sonoridade da banda da qual já sentíamos falta, era esta.
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