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Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 25 Abril 2024
José Tinoco
Natural de Pousada de Saramagos, é licenciado em Gestão de Empresas e pós-graduado em Finanças Empresariais. É economista, contabilista certificado e especialista em fiscalidade. É fundador e CEO da Ponto Mais.

O respeito está em “obras”

Exige-se planear e colocar os interesses dos munícipes acima da “memória recente” dos eleitores. Estes não sofrem de amnésia nem tão pouco de estupidez.

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José Tinoco
Natural de Pousada de Saramagos, é licenciado em Gestão de Empresas e pós-graduado em Finanças Empresariais. É economista, contabilista certificado e especialista em fiscalidade. É fundador e CEO da Ponto Mais.

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Vivemos nestes últimos dias uma frenética atividade política. As eleições autárquicas assim o ditam. Até aqui tudo normal.

Mas o que temos assistido nos últimos meses, apesar de habitual, é tudo menos “normal”. Refiro-me ao que vulgarmente se definem como as “obras das eleições”.

Antes de mais considerações, queria sublinhar que tudo o que escrevo é apartidário e é transversal a todos os partidos e a todas as regiões.

Os políticos gerem as suas ações sustentadas naquilo que se denomina a “memória recente” do eleitorado. Sempre assim foi e temo que sempre assim o será. Planeiam as obras em função das datas das eleições de modo que o eleitorado não esqueça a obra feita. Como se sofrêssemos todos de amnésia.

Mas, particularmente este ano, tem sido assoberbado. Não me lembro de um quadro tão vincado como desta vez. Portugal está um autêntico estaleiro.

Todos estaremos de acordo que o progresso é indispensável e a melhoria das condições de vida dos munícipes é indispensável para a retenção e crescimento dos municípios. Estaremos também todos de acordo que este progresso obriga a obras e as mesmas, enquanto decorrem, têm impacto no dia a dia. Até aqui tudo bem.

O que está errado é o que tem acontecido este ano. Centrar-me-ei no impacto sobre os operadores económicos.

O que se passa em Famalicão, realidade que melhor conheço, é no mínimo desastroso. As obras iniciaram-se quase em simultâneo em toda a cidade. Todo o centro urbano, onde se situam grande parte dos pequenos comerciantes, está em obras há meses a fio. Têm avançado ao mesmo ritmo do trânsito no centro de Lisboa em hora de ponta – pára-arranca.

Exatamente em cima de uma pandemia, que já dura há ano e meio, e em que o seu impacto económico foi sobretudo sentido nos pequenos operadores económicos, abrem-se buracos e colocam-se máquinas à porta, impedindo o acesso dos clientes. Todo o estacionamento no centro da cidade ficou comprometido (e ainda está), as esplanadas inexistentes ou com máquinas ao lado…

Repito, meses a fio, atravessando a época de Verão, altura de maior pico de negócios para as atividades de comércio e restauração a par do tão esperado regresso dos nossos emigrantes.

As autarquias colocam, mais uma vez, os seus interesses políticos à frente dos operadores económicos, sejam os comerciantes sejam os consumidores. Não existe planeamento e os prazos são sucessivamente adiados. As obras inacabadas (se é que alguma vez o serão) multiplicam-se. Nas cidades e nas freguesias. A mais recente moda são as inaugurações parciais. À frente da objetiva tudo limpo e acabado. Atrás, ainda os buracos e as máquinas. O frenesim eleitoral assim o exige.

Exigia-se também respeito! Respeito pelos munícipes e pelos operadores económicos. São esses que dão vida às cidades e deveriam ser esses os que moviam os autarcas.

Abrem-se buracos literalmente à frente dos estabelecimentos comerciais e nem uma palavra se lhes dirige. Limita-se o acesso aos mesmos e nem sequer se comprometem com prazos. Estes prazos são sempre o das empresas de obras, que ora avançam, ora param. Esquece-se por completo o respeito por quem gera riqueza. Pasme-se até que, em cima do regresso às aulas, estão os acessos às escolas limitados com obras.

Precisamente num ano em que se deveriam criar modelos de incremento à atividade económica, fecham-se parques de estacionamento, tiram-se as esplanadas, limitam-se os acessos aos estabelecimentos. E sine die.

Sublinho mais uma vez que esta realidade é genericamente transversal a todo o país, estendendo-se já em grande escala às freguesias, que rapidamente aprenderam esta “moda” e perderam o dever de proximidade à população.

Exige-se respeito.

Exige-se diálogo e compromisso com os operadores económicos.

Exige-se planear e colocar os interesses dos munícipes acima da “memória recente” dos eleitores. Estes não sofrem de amnésia nem tão pouco de estupidez.

Fica a esperança de que um dia o serviço público o venha a ser mesmo. Ou talvez não…

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José Tinoco
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