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Quarta-feira, 24 Abril 2024

O (tele)drama do trabalho em pandemia

O drama do teletrabalho que nos vem sendo imposto, por motivos de saúde pública e individual, é um autêntico “assalto” ao nosso lar. O local onde é suposto descansarmos e brincar com os nossos filhos é agora também o nosso espaço de trabalho.

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José Tinoco
Natural de Pousada de Saramagos, é licenciado em Gestão de Empresas e pós-graduado em Finanças Empresariais. É economista, contabilista certificado e especialista em fiscalidade. É fundador e CEO da Ponto Mais.

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O paradigma mudou. É uma mudança célere e violenta.

Estudamos nos compêndios de sábios autores que a construção e a gestão de equipas faz-se com perseverança, proximidade e acompanhamento. Imensas teorias, que dávamos como certas, foram agora abaladas por esta pandemia.

Pretendo aqui refletir sobre o impacto da nova realidade de trabalho na sua vertente mais laboral, das organizações, das empresas e estruturas de trabalho. Deixarei para melhores entendedores a sua vertente mais social.

Longe estávamos de imaginar, em início de 2020, que o paradigma da gestão de recursos humanos nas organizações viria a ser tão tremendamente abalado. Com maior ou menor preponderância ou estruturação, as organizações vão criando, ao longo da sua evolução, mecanismos de construção e gestão de equipas. O crescimento e os resultados das empresas muito dependem do sucesso da “gestão das pessoas”.

Ao longo de décadas, para não dizer séculos, foi-se tentado desmontar o segredo da gestão de recursos humanos, com enorme contributo da ciência psicossocial. Sempre se procurou a junção entre a realização pessoal e os resultados das empresas.

Desde Michael Porter a Peter Drucker bem como outras centenas de autores e gurus da área, sempre se fez pender o sucesso das organizações da proximidade aos recursos humanos. A proximidade e presença física era, como ainda é, fator potenciador.

O ser humano é na sua base construído de afetos, de expressões, de convívio… Retirar, ainda que de modo forçado, estes fatores da equação é perder parte da sua essência. Mais difícil se torna quando somos um povo latino, em que a partilha presencial mais exponencia esta equação.

O drama do teletrabalho que nos vem sendo imposto, por motivos de saúde pública e individual, acentua-se tanto mais quanto maior for a sua duração. As empresas, e as organizações no seu todo, vêem-se obrigadas a reorganizarem-se, a reestruturarem-se deixando para trás o muito de bom, na gestão dos recursos humanos, que vão construindo ao longo dos anos. A prioridade alterou-se e há que agir!

As grandes multinacionais na área dos serviços perceberam que os seus escritórios físicos espalhados pelo mundo podem ser otimizados, reduzidos. Perceberam ainda que daqui podem retirar eficiências económicas. Bastará um posto de trabalho físico por cada 5 ou 10 colaboradores. O restante será feito em casa de cada um. De forma definitiva e permanente!

A grande questão que ainda falta avaliar é o impacto social devastador, que no meu entender, mais tarde virá à tona. O tão conhecido “team building” faz o seu caminho para o “team building virtual”.

A formação é neste momento tão somente virtual. A troca de experiências, vivências e passagem de conhecimento faz-se atrás de um ecrã de um qualquer portátil. Não gosto nem acredito neste modelo, como algo sistémico e para futuro.

É um autêntico “assalto” ao nosso lar. O local onde é suposto descansarmos e brincar com os nossos filhos é agora também o nosso espaço de trabalho. Perdem-se rotinas. Deixamos de tomar aquele café naquele local onde o fazemos há anos. Já não troçamos com o empregado do mau resultado do seu clube. Já não compramos o jornal. E por certo, genericamente, trabalhamos mais horas.

Cabe aos gestores, com responsabilidade de gerir pessoas, inventarem-se. Terão que inovar e construir desde a base de novos métodos de proximidade virtual.

Embora com a enorme esperança de que “vai tudo ficar bem” mais cedo ou mais tarde, temo que este período, mais longo do que todos desejamos, deixe marcas indeléveis à gestão de pessoas e equipas e as organizações percam identidade.

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José Tinoco
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