Eu é que gosto quando um homem caucasiano (não podendo esquecer, heterossexual), que tem o mundo nas mãos, me diz que o funcionamento da (in)justiça perante sujeitos que não ofereçam exatamente as caraterísticas dele é um assunto cansado. A ele, a justiça assenta-lhe como uma luva. Porque haverá ele de discutir ou lutar contra algo pensado e executado por e para a sua espécie?
Realmente não faz sentido. E porque haveriam os indivíduos de estirpe diferente à sua importuná-lo com tão entediante tema? Não é que ele não compreenda o desconforto dos outros: ele até acha que entende, atenção! No entanto, qual será a vantagem de empenhar tantos esforços neste sentido, se nem sequer é possível estabelecer uma verdadeira correlação entre as vezes que a justiça sofre falhas com as vezes em que isto acontece em ordem a beneficiar um homem caucasiano (heterossexual) e/ou tramar sujeitos que ofereçam outras caraterísticas que não estas (raras vezes acontecendo as duas coisas ao mesmo tempo, também não podemos cair no erro de exagerar, senão ainda estamos a adicionar mais coisas ao prato das coisas que vemos mas na verdade não estão lá)?
Os números existem e são de fácil acesso, a interpretação já começa a dar trabalho e a gerar algum incómodo, mas ainda resta uma dúvida, a mais importante delas todas: Quem lhe garante que os números não mentem? Quem lhe garante que isto não é apenas fruto da imaginação dos restantes e que com isto apenas possuem o objetivo maléfico de arrancar de si o seu direito de nascença de passar por cima de tudo e todos sem nunca ser prejudicado? Só de pensar até já sente uma dor no peito…
Não, nunca! Nunca mais pensa nisso, e será melhor os outros também não questionarem! Regras são regras, sejam elas escritas ou incorporadas na sociedade! E se alguém da sua espécie as concebeu é porque devem ser cegamente respeitadas! Assim é mais seguro para o homem caucasiano (heterossexual).
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