1.Deveremos saber a curto trecho, o dia para as eleições autárquicas, sendo que 28 de setembro ou 12 de outubro são as datas em cima da mesa.
Não existindo novas escaladas nos conflitos bélicos, nem novidades de monta no caso Spinumviva, será o tema autárquico a merecer a nossa consideração nestes meses de estio.
Aguardam-se equipas e intenções. A coligação procurará uma equipa à imagem do Presidente. A coesão, solidariedade e comunhão de princípios, deverão nortear o elenco, de forma a não se vislumbrarem as claras e evidentes ruturas e dissonâncias verificadas neste mandato. Mário Passos terá de conseguir impor-se e rodear-se de elementos de confiança. Às vezes parece governar uma câmara minada. Assim não sendo, poder-se-á voltar a confrontar com situações desprestigiantes e quem perde é o concelho. Eduardo Oliveira terá capacidade de surpreender? De apresentar novos nomes na senda dos mandatários setoriais? Incógnita será a lista do Chega, até pelo facto de estar no concelho, como no País, reduzido a meia dúzia de protagonistas.
219 milhões de euros é o montante do orçamento que o executivo está a gerir no ano corrente. Foram apontadas como áreas prioritárias do investimento a Habitação, Ambiente, Saúde, Educação, Desporto e Acessibilidades.
Foram já apresentadas algumas obras: no desporto, depois do ainda não resolvido imbróglio do Estádio, o Centro de Atletismo, a piscina olímpica (espera-se que desta vez com condições técnicas); na Saúde, uma série de equipamentos em diversas freguesias; nas acessibilidades um conjunto de intervenções em estradas municipais, mais umas rotundas, alguns melhoramentos rodoviários e com a variante à N14 finalmente concretizada; no ambiente, realce para o fornecimento e consequente chegada da água da rede pública à população residente na União de Freguesias de Vale S. Cosme, Telhado e Portela; na educação, após a conclusão da EB2,3 de Ribeirão, o inicio da requalificação da Benjamim Salgado em Joane. Temos várias obras no terreno, algumas com demasiados anos de atraso, e outras que esperam por melhores dias.
É expetável que se aguarde com particular interesse a apresentação dos programas das diversas candidaturas. Quais poderão ser as propostas que poderão surpreender e que poderão unir os famalicenses em torno de um desígnio / projeto futuro?
Não obstante a importância de um número significativo de outros temas, focaria de imediato dois aspetos: acessibilidade e desporto.
Vivemos em Famalicão e todos conhecemos as cidades que nos rodeiam. Não é simpático sermos invejosos e querermos ter o que os outros têm.
É, no entanto, legítimo ansiarmos por equipamentos e infraestruturas que nos confiram qualidade de vida, bem-estar, tranquilidade, segurança e conforto.
Que propostas nos apresentarão os candidatos? O que de bom existe nas cidades que nos rodeiam e que nos proporcionariam uma vida melhor?
Nas acessibilidades importa ter presente um planeamento urbano inclusivo, garantindo que todas as infraestruturas e serviços sejam acessíveis a todos. Necessitamos de espaços públicos adaptados, passeios largos e sem barreiras. As vilas do concelho têm ainda muito caminho a fazer. Tirando Riba d`Ave com um perfil, numa extensa área, mais urbano, Ribeirão e Joane mostram-se complicadas para quem circula a pé, com carrinho de bebé ou de cadeira de rodas. A cidade também continua a ter diversas situações ainda não resolvidas e para as quais os serviços já foram inúmeras vezes alertados. Ninguém ousa pensar na ligação de Sinçães à cidade? Se a Avenida Dr. Carlos Bacelar fosse um rio ao invés de alcatrão, teríamos um valor acrescentado, à semelhança de muitas outras cidades. Não o sendo, temos 4 faixas rodoviárias asfaltadas diariamente atravessadas por um número elevado de veículos, nem sempre à velocidade permitida. Acresce o facto de o seu atravessamento só poder ser efetuado em 4 zonas: uma junta ao túnel, uma superior, (só com escadas), outra rampeada, mas íngreme para quem tem mobilidade reduzida e por último, uma outra perto da rotunda de Santo António. Temos, pois, uma grande extensão só para automóveis. Esta situação não funcionará como fronteira entre duas partes da cidade? Ousará alguém alterar o perfil da avenida ou recuperando uma proposta com mais de vinte anos e construir uma passagem desnivelada, devolvendo a superfície aos peões?
Quanto ao estacionamento, para quando um subterrâneo que resolva o estado caótico que se observa? Póvoa, Braga e Porto não desaproveitaram a oportunidade que lhes surgiu e em que investiram e devolveram, de forma notória em Braga, a superfície aos bracarenses. Gostaria de ver aquele que vai complementar a nova valência da USF Urbana, o já trintão centro de saúde, a equacionar o apoio aos utentes da ferrovia.
No que respeita ao desporto, não será já tempo de Famalicão ter um equipamento multiusos? Tem sido equacionado, mas olimpicamente adiado, embora todos estejamos conscientes que grandes eventos desportivos são, muitas das vezes, a semente para colheitas futuras. A candidatura a Cidade Europeia do Desporto, foi um flop e não temos nenhum espaço para eventos culturais e desportivos com escala e projeção e assim têm sido desviados para as cidades que nos rodeiam. Deixando Porto e Matosinhos de fora, conhecem o Fórum Braga? O Multiusos de Guimarães? O Pavilhão Municipal da Póvoa do Varzim? O de Santo Tirso? A versatilidade do Centro Cultural de Viana do Castelo? E que dizer do novíssimo Póvoa Arena? A Monumental Praça de Touros, onde a tauromaquia foi rainha durante décadas e onde os estudantes universitários da Universidade do Porto faziam as garraiadas, deu lugar a um moderno complexo multidisciplinar, dedicado ao lazer, desporto, cultura e entretenimento.
Um empreendimento com capacidade, dimensão e qualidade técnica para acolher uma panóplia de eventos de largo espetro: concertos, feiras, exposições empresariais, congressos, eventos desportivos, jantares, artes cénicas, espetáculos televisivos de que os famalicenses têm sido privados.
Urge irmos ao encontro do Futuro!
- Interessante e geradora de expetativas, a apresentação pela candidatura socialista de 15 mandatários setoriais. Uma iniciativa disruptiva que engloba personalidades com provas dadas nos setores que representam e que agora nos fazem aguardar propostas, medidas e mesmo utopias de forma a serem uma lufada de ar fresco nas diversas áreas versadas.
Em sentido contrário, a estranheza das listas pseudoindependentes que se apresentam ao escrutínio e que se disponibilizaram para serem apresentadas, à mesma hora e no mesmo palco, de uma força partidária. Gavião, Joane, Arnoso(s) e Sezures e Castelões mereciam mais e melhor. Esta postura soa a engano, camuflagem, falta de transparência e descredibiliza a nobre arte da política. É tão só lamentável e reprovável!
Ainda não foi neste ato eleitoral que as forças partidárias conseguiram um acordo de cavalheiros para limitarem a propaganda política, confinada a um ou mais espaços definidos e acordados entre todos, de modo a preservar o ambiente e a diminuir a poluição visual. Resta a esperança de que haveremos de lá chegar!
3.Sendo o Notícias de Famalicão um órgão de comunicação que faz apanágio de se debruçar sobre inúmeras temáticas, poderia abrir as suas portas (páginas) à divulgação dos programas eleitorais das diversas candidaturas. Os famalicenses, com um simples clique sobre o ficheiro publicado, poderiam consultar as diferentes visões, propostas e desígnios de que estão imbuídos os diferentes candidatos. Fica a sugestão!
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