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Segunda-feira, 21 Julho 2025
Beatriz Pereira
Beatriz Pereira
Doutorada em psicologia aplicada. É psicóloga da criança e do adolescente, mãe de 3, e tem uma página de Instagram onde fala sobre psicologia e maternidade.

Maus-tratos infantis nas creches: existem sinais?

Os maus-tratos infantis são crime público e que em caso de conhecimento devem ser denunciados. A proteção das crianças é um dever de toda a sociedade!

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Beatriz Pereira
Beatriz Pereira
Doutorada em psicologia aplicada. É psicóloga da criança e do adolescente, mãe de 3, e tem uma página de Instagram onde fala sobre psicologia e maternidade.

Famalicão

Surpreendentemente, nos dias de hoje, continuamos a assistir a notícias de maus-tratos infantis em creches e jardins de infância. Muitos destes maus-tratos são extremamente difíceis de assistir, de tão macabros que são – tratam-se de adultos, a quem os pais confiam os seus filhos, a violentar crianças indefesas. Os pais ficam horrorizados e preocupados com a possibilidade dos próprios filhos serem vítimas de tais atos, e questionam como podem prevenir que algo assim aconteça. Será que existem sinais às quais podemos estar atentos?

Sim, existem sinais! Apesar da maioria dos sinais serem mais facilmente identificáveis em crianças que já sejam capazes de se manifestar através da comunicação verbal (por exemplo: pedir para ficar em casa, queixar-se de dores de barriga), existem outros indicadores que servem de sinal de alerta e devem ser explorados em crianças mais pequenas, como: deixar de participar nas atividades e brincar mais sozinha, alterações de humor em casa (por exemplo, maior agressividade e irritabilidade), lesões no corpo que não são reportadas pela creche/jardim de infância (incluindo nos lábios e dentes, que podem ser sinal de alimentação forçada), susto fácil e medo do toque físico…

No entanto, o trabalho mais importante continua a ser a prevenção. Infelizmente, pelo panorama atual de falta de vagas nas creches/jardins de infância, uma boa percentagem de pais não escolhe a instituição a ser frequentada pelos filhos e acaba por inscrevê-los onde têm vaga. Ainda assim, havendo a possibilidade de escolher (e mesmo não havendo), existem algumas ações importantes que devem ser realizadas pelos pais.

Primeiramente, é importante conhecer bem o espaço da instituição – não faz sentido não conhecermos as instalações onde os nossos filhos vão passar tanto tempo, bem como não faz sentido que seja impedida a nossa entrada aquando da chegada e saída dos nossos filhos.

Depois, é também importante ter reuniões pré-inscrição (e manter comunicação regular com a direção, educadoras e auxiliares ao longo do ano letivo) para conhecer a equipa que vai contribuir para a educação dos nossos filhos, bem como o projeto educativo. Pela análise do projeto educativo podemos encontrar logo muitos sinais de alerta, como desfraldes coletivos forçados, por exemplo. E claro, pedir referências a outros pais que já tenham experiência com a instituição em questão.

É também muito importante relembrar que os maus-tratos infantis são crime público e que em caso de conhecimento devem ser denunciados através dos meios disponíveis: polícia de segurança pública, GNR, polícia judiciária, portal de queixas eletrónicas… Por isso, se és mãe/pai, se trabalhas numa instituição onde já presenciaste maus-tratos infantis, se vives perto de uma creche/jardim de infância e assististe a algo no recreio… não hesites em denunciar – sendo crime público, podes apresentar queixa anónima em caso de medo de represálias.

A proteção das crianças é um dever de toda a sociedade!

 

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Doutorada em psicologia aplicada. É psicóloga da criança e do adolescente, mãe de 3, e tem uma página de Instagram onde fala sobre psicologia e maternidade.
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