Certo dia, estava eu ainda politicamente ligado ao Chega, um amigo meu, também ele ligado à estrutura do partido, disse uma frase que mais tarde acabaria por ser também ela usada na Assembleia da República por um deputado do PSD: “Este partido populista não é mais que um partido de tasca!”… mais tarde dei-lhe razão!
Neste meu primeiro artigo de opinião, decidi abordar, de forma sucinta, uma temática, muitas vezes esquecida: o populismo e a cidadania.
Quando determinado partido ou líder tem uma política ou discurso populista, referimo-nos à estratégia em que líderes ou grupos políticos buscam obter apoio popular, muitas vezes explorando emoções, medos e ansiedades dos eleitores, fazendo promessas simplistas e apelos emocionais, em vez de propostas políticas detalhadas e realistas.
Podemos caracterizar o populismo pela sua retórica divisionista, pela criação de uma imagem do “nós contra eles”, pela exploração de bodes expiatórios para culpar por problemas sociais e económicos, pela falta de propostas detalhadas e realistas e a promoção de políticas populistas de curto prazo que não abordarão os problemas subjacentes de forma eficaz.
Por outro lado, ao falarmos em cidadania, referimo-nos ao estado ou qualidade de ser um cidadão, com direitos e responsabilidades numa sociedade democrática. A cidadania envolve a participação ativa e responsável dos cidadãos nas questões públicas e políticas, o exercício dos direitos e deveres cívicos, e o respeito pelas leis e instituições democráticas.
O populismo e a cidadania estarão sempre em conflito quando o populismo é baseado em estratégias que minam a participação do cidadão, a promoção do diálogo construtivo, e o respeito aos princípios democráticos.
O populismo muitas vezes pode promover uma visão simplista e divisiva da política, em contraste com a cidadania, que envolve uma participação ativa e responsável dos cidadãos na tomada de decisões políticas, com base em informações e análises aprofundadas.
É importante ressalvar que uma cidadania ativa e informada é fundamental para uma sociedade democrática saudável. A participação do cidadão informado, o envolvimento nas questões públicas, a defesa de princípios democráticos e o respeito dos direitos e responsabilidades dos cidadãos são pilares essenciais da cidadania e contribuem para o fortalecimento da democracia.
Cidadania responsável resulta numa abordagem mais informada e um envolvimento na participação política, com base em valores democráticos e uma compreensão abrangente dos desafios e complexidades da sociedade.
________________________________________________________________________
Os artigos de opinião publicados no Notícias de Famalicão são de exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.
Comentários