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Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 22 Maio 2025
Rosária Ramos
Rosária Ramos
Enfermeira. Presidente da Federação Concelhia de Associações de Pais de Famalicão (FECAPAF), presidente da Associação de Pais e EE da Escola Básica 2,3 Júlio Brandão (APEEJB) e membro dos órgãos sociais da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP).

A ousadia de parar para crescer

Vejo diariamente o custo das decisões apressadas, dos calendários inflexíveis, dos “tem de ser agora”.

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Rosária Ramos
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Enfermeira. Presidente da Federação Concelhia de Associações de Pais de Famalicão (FECAPAF), presidente da Associação de Pais e EE da Escola Básica 2,3 Júlio Brandão (APEEJB) e membro dos órgãos sociais da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP).

Famalicão

Nas entrelinhas do sistema educativo, existe uma verdade que muitos conhecem mas poucos têm coragem de dizer em voz alta: não é a criança que falha — é o tempo que lhe damos para crescer.

Quando a minha filha entrou no berçário, fiz o que muitos considerariam impensável: deixei-a ficar mais um ano na sala dos bebés. Não porque tivesse dificuldades, não porque não estivesse “pronta” — mas porque senti que o mundo ainda lhe era demasiado grande e frio para que a empurrássemos dele para fora. Preferi que ganhasse tempo, colo, chão. Que vivesse o que precisava viver com a tranquilidade de quem não está numa corrida contra ninguém.

Hoje, vejo com clareza a sabedoria dessa decisão. E pergunto-me: quantas crianças, se tivessem tido esse tempo — esse simples tempo — não seriam hoje mais seguras, mais confiantes, menos rotuladas?

Retive a minha filha na sala dos bebés. E não me arrependo. Não por ela ser menos capaz — mas precisamente por ser tão capaz, tão cheia de mundo por dentro, que merecia um início de caminho onde pudesse ser inteira. Sem medos. Sem corridas.

Enquanto mãe e presidente de uma associação de pais, vejo diariamente o custo das decisões apressadas, dos calendários inflexíveis, dos “tem de ser agora”. Talvez seja tempo de, coletivamente, começarmos a perguntar: a quem serve esta pressa? E, sobretudo, quem estamos a deixar para trás por não termos tido a coragem de parar?
Pensem nisto!

Que esta reflexão sirva pelo menos para isso…

 

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Enfermeira. Presidente da Federação Concelhia de Associações de Pais de Famalicão (FECAPAF), presidente da Associação de Pais e EE da Escola Básica 2,3 Júlio Brandão (APEEJB) e membro dos órgãos sociais da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP).
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