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Sábado, 27 Abril 2024
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Mais um 11 de março para a história?

A ingovernabilidade poderá instalar-se em Portugal. 

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Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Famalicão

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Faltam uns meros doze dias para sermos chamados a expressar a escolha efetuada e a plasmá-la no boletim de voto de modo a expressar o que pretendemos (ou não) para o futuro do país.

“Mudança Segura”; “Portugal Inteiro” e “Limpar Portugal” são os títulos dos programas eleitorais daqueles que, porventura, se apresentam ao eleitorado com maior probabilidade de ocuparem os lugares do pódio.

Mais ou menos esclarecidos, na solidão da cabine de voto, todos teremos no bico da esferográfica, a nossa arma para contribuir e influenciar o futuro próximo deste país à beira-mar plantado.

Os media proporcionaram-nos uma verdadeira maratona de debates. Uns mais esclarecedores que outros, uns aguerridos, outros mortiços e repletos de um tacticismo verdadeiramente planeado, mas deprimente. O que é facto é que foram presenciados por milhões de portugueses (1,1 no AD – BE, 1,5 no PS- Chega, e 2,8 no AD- PS). Talvez devesse ter escrito Montenegro- Mortágua, Pedro Nuno Santos- Ventura e Montenegro- Pedro Nuno Santos. Afinal foram exclusivamente os líderes que deram a cara, remetendo para segundo plano as equipas, os partidos e as políticas.

Exibiram- se os líderes com os seus trunfos, o seu estilo e a sua verborreia.

Notaram-se mudanças nas diferentes performances. Montenegro começou mal, mas foi melhorando, terminando com a postura de estado que sempre almejou e que terminou a transmitir de forma consistente. Nuno Pedro Santos foi traído pela sua entourage.

Aparentemente para contrariar a imagem de rebelde, radical e impetuoso, vestiram-lhe um fato que não é o seu. Ficou artificial, robótico e inautêntico. Em suma, sensaborão!

No total, presenciaram os debates cerca de 17,5 milhões de espectadores. Poderão estes números ser meramente sinal de avidez de informação, curiosidade, interesse efetivo pelo desenrolar das prestações dos intervenientes ou efetivo e genuíno interesse pelas ideias e políticas que se traduzirão por uma ida às urnas?

Os debates, embora abrangendo os partidos com assento parlamentar e todos os outros que se apresentam a sufrágio, ficaram aquém do que seria desejável para esclarecimento cabal do eleitorado. Justiça, educação e imigração foram temas pobres ou inexistentes nestes confrontos entre líderes. Europa, guerras e Nato também foram olimpicamente olvidados. Dar-nos-á algum descanso e conforto o facto da AD e do PS estarem de acordo nestas matérias.

Para além da economia, a questão da imigração é nuclear no atual momento do país. A pseudo inatividade do ex-SEF (são inúmeros os processos a despacho), a incontornável contribuição dos imigrantes para os cofres da Segurança Social e para a pirâmide demográfica nacional, não podem ser desvalorizados e, como tal, devem fazer parte da equação no desenvolvimento e futuro do país.

Na década de 60 passamos a ter muito emigrantes. Em 2011 voltou-se a acenar com a emigração aos jovens portugueses. Muita da nossa massa crítica e qualificada deixava o país.  Recentemente discutimos a imigração e a consequente entrada massiva de estrangeiros em Portugal. Provenientes das origens mais diversificadas: para além dos muitos reformados europeus, radicam-se por cá, povos das Américas e do Oriente. Há escolas já com mais de 25 nacionalidades. Todos sabemos que considerando ser imprescindível a inclusão no contexto educativo, esta nova realidade transformará as práticas e as escolas. A educação terá um novo e grande desafio!

Vamos para este ato eleitoral novamente sem qualquer alteração à lei que o rege. Como aqui já escrevi, creio impor-se uma alteração urgente à lei, de forma que todos os portugueses sintam que o seu voto pode ser útil e refletir aquilo que pensam e desejam para o país. A frustração de quem vai às urnas e sente que o seu voto não tem qualquer sentido prático, desmotiva e poderá contribuir para a abstenção. A criação de um círculo nacional de compensação poderia contribuir para o aumento da representatividade e da proporcionalidade com evidente diminuição do desperdício de votos. É deste modo que os Açores têm uma Assembleia Regional multipartidária. A criação de círculos uninominais, a implementação do voto eletrónico e a regulamentação do vetting, seriam, entre outras, opções a considerar.

Há, para já, um indiscutível vencedor neste processo eleitoral, Nuno Melo. Será ele que recolocará o CDS no parlamento. Podendo ter estado muito perto de um perfeito eclipse, consegue, mesmo antes de eleições, um grupo parlamentar.

O 11 de março de 2024 passará, por certo, a ser mais uma data a assinalar nestes quase 50 anos de democracia. Em 75, António Spínola, o general do monóculo, autor de “Portugal e o Futuro”, dado à estampa em fevereiro de 74, e ex-Presidente da República, levou a cabo uma tentativa, nesse mesmo dia onze, de golpe de estado que foi travado e a que se seguiria, meses depois, o célebre Verão Quente.

Aos dias de hoje, a ingovernabilidade poderá instalar-se em Portugal.

A palavra estabilidade poderá estar prestes a ser banida do léxico politico nacional.

Não há previsões de maiorias. Só existem dois potenciais vencedores: AD e PS. Parece consensual que existirá uma maioria de direita.

Ganhando a AD, há o “um não, é um não. “de Montenegro. AD+IL não alcançam maioria.

O Chega, sendo proscrito pelo vencedor, não creio que viabilize um governo da aliança.

Vencendo o PS, uma nova geringonça não assegura maioria parlamentar.

O PS já fez eco de que não deverá deixar passar o orçamento da AD. PNS diz que, em caso de derrota, assumirá inequivocamente o papel de líder da oposição. Ao invés e após o recuo na afirmação assertiva, responsável e talvez corajosa de Nuno Melo, a AD também não permitirá a governação socialista.

Que nos resta?

Compromisso de cavalheiros e Bloco central?

Ventura reconsidera e viabiliza governo AD?

Montenegro dá o dito por não dito e entende-se com o Chega?

Nuno Melo convence Montenegro da razoabilidade das suas declarações?

PNS opta por abster-se nos orçamentos da AD?

Governo de iniciativa presidencial?

Ou terá Marcelo uma cartola com um coelho salvador?

Ou estará reservada uma surpresa idêntica à de 2022?

Deus nos ajude!

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Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.
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