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Quinta-feira, 5 Dezembro 2024
Susana Dias
Susana Dias
Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.

Mentalmente frágeis

É urgente que a saúde mental se transforme num compromisso.

2 min de leitura
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Susana Dias
Susana Dias
Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.

Famalicão

No passado dia 10 de outubro, comemorou-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Esta circunstância levou a que a saúde mental passasse nos últimos dias a ser tema de discussão diário. Todos entendemos que está na moda falar sobre a sua importância, mas não falamos tanto daquilo que se passa com ela.

Parece-me, aliás, que é socialmente correto falar sobre a saúde mental, mas na verdade é essencial que todos olhemos para a nossa saúde mental com mais cuidado e determinação.

É legitimo interrogar-nos sobre as razões que levam a que a saúde mental continue a não ser uma prioridade.

Os nossos filhos não estão a ter os cuidados adequados para um crescimento saudável. Por vezes, presumimos que quanto mais eles forem acompanhados por técnicos especializados e menos os pais participarem nas suas dificuldades mais eles crescem bem. As crianças não têm tempo suficiente para brincar não têm tempo para exprimir os seus desejos e são extremamente protegidas. Estamos a dar tudo pronto e não estamos a confrontar as crianças com os problemas que elas devem resolver. Isso terá consequências na sua saúde mental.

Nestes dias, a minha filha chegou com os joelhos esfolados do recreio, por um lado fiquei preocupada, mas por outro lado fiquei feliz porque percebi que teve tempo de brincar livremente de superar os seus medos. Por vezes, a falta de autonomia muitas das vezes imposta pelos pais e a ausência de tempo para brincarem reduz a sua capacidade adaptativa.

Não existe medidas de apoio ao cuidador, muitos têm de prescindir a sua atividade laboral para cuidar. Não existe descanso do cuidador medida de extrema importância para prevenir o burnout e promover a saúde e o bem-estar.

Por outro lado, a carga sobre os profissionais de saúde aumenta, sem uma compensação justa e, muitas vezes, com uma sobrecarga de tarefas que pode justificar o risco de abandono da profissão.

Devemos esperar que seja uma preocupação natural não só nestes dias assim como em todos os dias do ano.

Quando olhamos para os avanços das últimas décadas do nosso país vemos que ainda existe uma carência de serviços especializados em saúde mental. Os cuidados devem ser prestados por equipas multidisciplinares em articulação com os cuidados de saúde primários e a escola. É urgente que a saúde mental se transforme num compromisso. É fundamental reconhecer a importância da saúde mental para todos.

 

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Os artigos de opinião publicados no Notícias de Famalicão são de exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

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Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.
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