9.3 C
Vila Nova de Famalicão
Sábado, 27 Abril 2024
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Dança com lobos

Dances With Wolves, no título original, é um filme de 1990, protagonizado por Kevin Costner.

8 min de leitura
- Publicidade -
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Famalicão

Sessão de jazz este sábado no CRU Espaço Cultural

Com cantor moçambicano radicado em Famalicão

Celebrações dos 50 anos do 25 de Abril em Famalicão

Celebrações de amanhã, quinta-feira, têm início às 10h. Na parte da tarde há um concerto de jazz nos Paços no Concelho.

Polícia Judiciária outra vez na Câmara de Famalicão para investigar viagens pagas a autarcas

O ex-autarca Paulo Cunha é um dos visados num caso de suspeitas de corrupção que envolve viagens à sede da Microsoft nos EUA. Câmara de Famalicão confirma investigações.

Dances With Wolves, no título original, é um filme de 1990, protagonizado por Kevin Costner.

Este “western” que a academia de Hollywood premiou com sete óscares e em que Kevin Costner foi realizador, co-produtor e ator, passa-se no período da Guerra Civil e conta a história de um tenente que tendo-se destacado por um ato ousado, meio louco e meio heroico, é considerado herói e vai servir por autoescolha, para um posto localizado nos territórios da última fronteira, onde conhece um lobo com quem faz amizade, tornando-se seu amigo inseparável, passando a receber a dedicação do animal. Os Sioux, índios da região, observam-no nessa cumplicidade com o animal e dão-lhe o nome de “Danças com Lobos”. Daqui nasce a integração do tenente nessa tribo. Rapidamente começa a venerar aqueles que antes temia e onde acaba por compreender de outra forma este povo que acabaria destruído pelo avanço civilizacional.

Patrice Lagisquet foi o tenente “luso”, no comando dos Lobos, nesta jornada épica para o desporto nacional e especificamente para o rugby português. A participação histórica no Rugby World Cup France 2023 e o triunfo épico frente ao quinze das ilhas Fiji, constituiu um momento inolvidável para o desporto português.

Após os desafios disputados com Gales e Austrália, dois colossos do rugby internacional, e com o sabor amargo do empate frente à Geórgia (a vitória esteve ao alcance da seleção das “quinas“ através de um pontapé de penalidade já para além dos 80 minutos) o adiamento deste feito inédito para a última jornada, fará perdurar o 8 de outubro de 2023 na memória de todos quantos apreciam e seguem esta modalidade.

O novo timoneiro da seleção deste “jogo de bárbaros praticado por cavalheiros” será Sébastien Bertrank, ex-internacional pela seleção militar gaulesa, mas com grande experiência na formação de treinadores e que terá como primeiro grande desafio o Euro 2024. Contudo, será o apuramento para o próximo mundial, a ter lugar na Austrália, a que apontam os horizontes nacionais.

Paladinos da Terra?

Há um grupo de jovens, alguns dos quais se sucedem em diferentes ações, que pretendem passar para a opinião pública, como se fossem a última bolacha do pacote, serem os verdadeiros guardiães do nosso planeta.

Nessa senda de sensibilizar, abrir os olhos, agitar consciências e angariar seguidores, têm levado a cabo diversas ações que publicitam no seu sítio, de que deixo alguns exemplos:

5 de setembro: Desta vez pintaram de vermelho a sede da REN em Lisboa;

7 de setembro: duas apoiantes do Climáximo estilhaçaram a fachada de vidro da REN;

11 outubro: apoiantes entraram no campo de golf do Paço do Lumiar e inutilizaram vários buracos, cimentando-os. Substituíram ainda as bandeiras destes pela sua mensagem;

13 outubro: dois apoiantes cobriram com tinta vermelha obra de Picasso no Museu CCB em Lisboa;

14 outubro: a Avenida 24 de Julho está bloqueada por uma corrente humana presa à estrada;

18 outubro: Uma ativista colou-se a um avião que ia fazer o voo Lisboa-Porto;

19 outubro: Grupo interrompeu o trânsito na Rua da Escola Politécnica, em frente ao Museu de História Natural e da Ciência;

21 outubro: uma ativista quebrou o vidro de uma montra, enquanto outras duas pintaram em tinta vermelha “Quebrar em caso de emergência climática”. O grupo teve como alvo a loja da Gucci, situada na Avenida da Liberdade, em Lisboa;

22 outubro: interrompem espetáculo no São Luiz para chamar a atenção ao próprio espetáculo.

Dão também nota, se bem que como espécie de injustiça, que a 20 deste mês, três ativistas foram condenadas pelo crime de atentado à segurança de transporte rodoviário e pena de prisão por um ano, reconvertida em coima de 600 euros, por uma ação levada a cabo no dia 10.

Aguardo com alguma curiosidade o que se seguirá. Qual a avaliação feita aos prejuízos causados pelo dano na propriedade de terceiros ou pelo atraso de voos comercias?

Podemos e devemos ser a favor da implementação de medidas que protejam o nosso planeta de tudo quanto tem contribuído para as alterações climáticas. A preservação do ambiente deve estar no topo da agenda política. O incremento da consciencialização, da sensibilidade, da alteração de práticas deve desejavelmente nortear o nosso quotidiano. Bom seria que esse desidrato fosse alcançado com ações cordiais, transparentes, afáveis e empáticas.

Organizações como a Climáximo apresentam-se com uma agenda escondida. Consulte-se o seu sítio. Preconizam a planeiam a sua luta com três eixos: plano de desarmamento: parar a proliferação; plano de desarmamento: desativar todas as armas; plano de Paz.

No primeiro, defendem, entre outras medidas, que se acabe com os despejos e deportações; pôr fim a projetos que aumentem as emissões de gases com efeito de estufa mesmo que não acauteladas fontes que as substituam; no segundo, advogam nacionalizar a habitação; novos postos de trabalho público que denominam empregos para o clima; redução faseada do horário de trabalho para 32 horas; abandono de tratados comercias; no terceiro, pretendem garantir saúde, educação, habitação, alimentação, energia renovável e transportes de forma gratuita e no setor público, para todas as pessoas; participação ativa das crianças a partir dos 6 anos nas decisões sobre educação, autonomia corporal e vida familiar, tal como de outras áreas onde já têm direitos e deveres. Creio que o enunciado é suficiente para percebermos ao que vêm!

Num tempo em que milhares de seres humanos caem perante as atrocidades perpetradas com os conflitos Rússia-Ucrânia e Israel-Hamas, esta organização utiliza uma linguagem bélica, de confronto e despropositada em comparação com os conflitos citados. Ficam algumas das preciosidades: “não estamos apenas numa emergência global, estamos em guerra”; “no momento em que vivemos, cada tentativa de aumento de emissões corresponde à tentativa, não negociável, de construir um novo campo de concentração”;” cada dia em que não os travamos e destruímos as suas armas de aniquilação, é mais um dia sem paz.”

E completam com aquilo que parece ser uma verdadeira ameaça: “o que a emergência climática exige de nós em 2023 é uma rutura completa com o que foi o Climáximo até hoje e uma transformação total de quem nós somos”. Deve ter siso esta inversão, rumo ao radicalismo, à falta de respeito pela propriedade pública e privada, pelas regras de sã convivência e civilidade que parece ter tomado conta destes proclamados defensores do ambiente e do planeta Terra!

Como se não bastasse esta organização, outra há, a “Greve Climática Estudantil” que se entretém a atacar a despropósito, membros do governo: Duarte Cordeiro e Fernando Medina.

Estas táticas intrusivas e excessivas, criam o efeito oposto ao pretendido pelos manifestantes. Desagregam o que poderia ser fator de união: a emergência climática.

Há em Portugal bons exemplos de quem faz pedagogia ambiental, lutou pelas causas climáticas e que poderiam e deveriam servir de modelo, pesem as idiossincrasias de cada um, a estes jovens e a estas organizações: Luísa Schmidt, Francisco Ferreira, Soromenho Marques, Graça Fonseca, Carlos Pimenta, João Joanaz de Melo; Filipe Duarte Santos, Carlos Antunes, entre outros.

A falta de senso, ponderação e equilíbrio nas ações levadas a cabo, dividem mais do que unem. Os efeitos começam a ser perversos.

Sensatez, ponderação, prudência e juízo, precisam-se!

Nota: Segundo dados da REN, o consumo de energia elétrica em Portugal, nas últimas 48 horas, foi assegurado exclusivamente por fontes renováveis. O excedente foi exportado para Espanha.

 

________________________________________________________________________

Os artigos de opinião publicados no Notícias de Famalicão são de exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

Comentários

Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Atualidade

Celebrações dos 50 anos do 25 de Abril em Famalicão

Celebrações de amanhã, quinta-feira, têm início às 10h. Na parte da tarde há um concerto de jazz nos Paços no Concelho.

Paulo Cunha será o quarto deputado famalicense no Parlamento Europeu

O ex-autarca de Famalicão é o número dois da candidatura da Aliança Democrática.

Polícia Judiciária outra vez na Câmara de Famalicão para investigar viagens pagas a autarcas

O ex-autarca Paulo Cunha é um dos visados num caso de suspeitas de corrupção que envolve viagens à sede da Microsoft nos EUA. Câmara de Famalicão confirma investigações.

Feira apresenta aos alunos oferta formativa do ensino secundário

Evento destinado aos alunos do 9º ano foi realizado no CIIES, em Vale São Cosme.

Finalistas do ensino secundário discutiram os valores de Abril com autarcas locais

Encontro entre jovens e autarcas aconteceu na Casa da Juventude de Famalicão.

Comentários

O conteúdo de Notícias de Famalicão está protegido.