O “algoritmo do ódio” é, em sentido lato, o nome dado aos efeitos colaterais dos conteúdos que amplificam emoções da raiva, da instigação, da contestação e da polarização.
É o chamado fenómeno do Ragebait.
Muitos “influenciadores” usam, propositadamente este isco, esta técnica de manipulação, para angariar mais seguidores, e claro está aumentar os seus rendimentos financeiros e tornarem-se famosos/conhecidos.
E assim, paulatinamente, começa a nascer a normalização do insulto, da mentira, da ofensa moral, do ódio e da inveja. Esta normalização começa a entranhar-se na nossa estrutura do pensamento e consequentemente, contamina o nosso comportamento.
Até há, quem sinta prazer no sofrimento provocado ao Outro, basta observarmos o ódio que é destilado em comentários completamente desumanos e inaceitáveis.
Até se premeia o comentário mais insultuoso, e o mais maldoso.
O que poucos sabem é que, consumir e alimentar o ódio, ou viver em estado de ódio tem consequências fortemente impactantes na qualidade de vida, quer da nossa, quer na dos nossos filhos. Consumir estes conteúdos arrasta-nos para um lugar muito escuro. Arrasta-nos para a doença!
Alimentar estes conteúdos é ativar o gatilho para a somatização. A somatização é processo pelo qual as tenções acumuladas se manifestam através de sintomas físicos. É quando o corpo expressa aquilo que a mente não consegue calar.
Este assunto merece-nos a mais profunda das reflexões/questões, nomeadamente:
– O que nos leva a consumir aquilo que nos adoece?
– O que nos leva a despoletar a pior versão de nós próprios?
– Por que razão há cada vez mais crianças e jovens a desejar ser “ bruxas e vilões”, em vez de heróis?
Ninguém é feliz em lugares sombrios! Ninguém é feliz nos subúrbios da maldade gratuita! Ninguém é feliz no ódio!
Lembrem-se:
– Somos o que consumimos! E, quando consumimos toxicidade, mais doentes nos tornaremos!
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