Num partido político, especialmente num partido liberal, a força das ideias só se sustenta quando é acompanhada pela força do exemplo. A ética e o respeito institucional não são adereços: são a fundação da credibilidade, da coesão interna e da confiança que a sociedade deposita em nós.
Um partido que defende a liberdade, o mérito e a transparência deve começar por aplicar esses princípios dentro das suas próprias estruturas. Isso significa:
- Respeitar todos os órgãos internos
Cada órgão do partido, eleito ou nomeado, existe para cumprir funções específicas e complementares. Desconsiderar o papel de qualquer um deles é enfraquecer a nossa própria democracia interna. - Cumprir as regras e procedimentos
As normas internas não existem para complicar, mas para garantir justiça, igualdade e previsibilidade. Ignorá-las ou contorná-las abre a porta à arbitrariedade e mina a confiança. - Promover a transparência
Decisões, alianças e processos devem ser comunicados com clareza, tanto aos membros como ao público. A opacidade cria suspeita; a transparência constrói respeito. - Manter coerência entre discurso e prática
Não podemos exigir integridade às instituições do país se não a praticarmos internamente. A autoridade moral nasce da consistência entre o que dizemos e o que fazemos.
A política é um espaço de debate, divergência e construção coletiva. Mas sem respeito institucional e ética, qualquer partido se transforma num palco de interesses momentâneos, sem rumo nem credibilidade.
Ser liberal é defender a liberdade de todos, mas também assumir a responsabilidade de respeitar as regras que nos ligam e os compromissos que nos unem. É assim que se constrói não só um partido mais forte, mas também um contributo mais sério para a democracia do país.
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