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Vila Nova de Famalicão
Sábado, 27 Abril 2024
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Nunca tantos poderão votar em tantos, num só ano!

2024 será um ano recheado de eleições.

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Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Famalicão

Sessão de jazz este sábado no CRU Espaço Cultural

Com cantor moçambicano radicado em Famalicão

Celebrações dos 50 anos do 25 de Abril em Famalicão

Celebrações de amanhã, quinta-feira, têm início às 10h. Na parte da tarde há um concerto de jazz nos Paços no Concelho.

Polícia Judiciária outra vez na Câmara de Famalicão para investigar viagens pagas a autarcas

O ex-autarca Paulo Cunha é um dos visados num caso de suspeitas de corrupção que envolve viagens à sede da Microsoft nos EUA. Câmara de Famalicão confirma investigações.

2024 será um ano recheado de eleições.

Apesar de ser, segundo o calendário chinês, o ano do Dragão, não me refiro às eleições do clube da cidade que teve essa criatura mitológica no seu brasão de armas até 1940.

Inúmeros serão os habitantes deste planeta, mais de 40% da população do planeta, que na solidão da cabine de voto, desejavelmente em liberdade, tomarão a decisão individual, do que pretendem para as suas terras, regiões ou países.

Regionais, municipais, europeias, legislativas e presidenciais, espalhadas por diversas latitudes, da África à Ásia e das Américas à Europa, propiciarão a cada eleitor a oportunidade de escolher a via que em consciência, num assomo de liberdade e decisão, apontam rumo ao futuro.

Em Taiwan, batizada como Formosa pelos portugueses em 1542, mas cujo nome oficial é República da China, iniciou-se este frenético ano eleitoral. Esta confusão de nomes espelha bem o imbróglio que se acentua a cada dia entre esta vibrante democracia, que vive sobre a sombra da ditadura comunista chinesa e que pretende anexar o território, por o considerar uma província rebelde. A meados deste mês realizaram-se as presidenciais. Venceu o candidato pró-ocidental e pró-independência. Elucidativa a frase que proferiu após a vitória:” “Queremos dizer à comunidade internacional que entre a democracia e autoritarismo, vamos estar ao lado da democracia. Taiwan vai continuar ao lado das democracias em todo o mundo”. Veremos como reage a China!

Já em março, na Rússia, teremos a eleição de fachada de Putin. Após ter alterado a constituição para se poder perpetuar no poder, tem também, com eficácia, criado sérios entraves aos oposicionistas, como sejam o ativista Alexander Navalny, atualmente preso, e à jornalista Yekaterina Duntsova, rejeitando a sua candidatura. Mais um logro de uma democracia musculada!

Em maio, 945 milhões de indianos escolherão o novo primeiro-ministro. Narendra Modi, no poder desde 2014, é o claro favorito. Está instalado o receio das eventuais repercussões do uso de Inteligência artificial, com o surgimento sistemático das chamadas deep fakes.

Revestem-se de importância acrescida pois além da Índia ser o país mais populoso do planeta é, também, a quinta economia do Mundo!

A 2 junho, o México realizará a maior eleição geral da sua história. Elegerá o Senado, a Câmara de Deputados, Governadores, milhares de cargos locais e o Presidente.

Prepara-se para ter a primeira mulher a presidir ao país. O atual presidente, impedido de concorrer a um novo mandato, deixará os destinos da nação das margaritas e das tequilas, à mercê de Claudia Sheinbaum, a candidata apoiada pelo partido do atual presidente e de Xóchitl Gálvez, a candidata da oposição. A quem irá o mundo tirar o sombrero?

Em setembro, os estados germânicos de Brandemburgo, Saxônia e Turíngia vão às urnas. O que valerá o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD)? No pretérito fim de semana, cerca de 1,5 milhões de alemães saiu à rua, literalmente em todo o país, protestando contra este partido nacionalista, populista e xenófobo. Algumas das propostas do AfD, trouxeram à tona alguns resquícios das políticas dos anos 30 e 40. Os alemães reagiram. Protestaram. Haja memória!

A 5 de novembro, poderemos ter uma repetição de um duelo de há 4 anos. Biden e Trump disputarão a presidência dos Estados Unidos (EUA). Biden não tem, para já, adversários e assim será nomeado pelos Democratas; Trump já só tem pela frente nas primárias republicanas, a ex-embaixadora dos EUA junto das Nações Unidas, Nikki Haley. Pese o facto de ser identificada como uma personalidade combativa, assertiva e resiliente, poderá não ser suficiente para derrotar o magnata nova iorquino. Com o slogan “Make America Sane Again” conseguirá Haley evitar a sua primeira derrota eleitoral? Nomeações e a consequente eleição deverão ser acompanhadas com especial atenção, face ao lugar central ocupado pelos EUA no contexto geopolítico mundial.

Teremos ainda eleições na África do Sul, talvez uma das mais competitivas desde o final do apartheid e na Venezuela, onde o regime chavista protagonizado por Nicolas Maduro, não deve ainda permitir um ato eleitoral justo e transparente.

Haverá ainda eleições presidenciais na Finlândia, Ucrânia, Islândia, Roménia, Panamá, Uruguai, Moçambique e Guiné-Bissau, entre outros; legislativas na Áustria, Irão, Coreia do Sul; municipais em 3 regiões autonómicas espanholas, Galiza, País Basco e Catalunha, na Polónia, na Turquia e no Brasil.  

Finalmente e com grande probabilidade, o Reino Unido deverá também ter eleições ainda em 2024.  Depois do Brexit, os conservadores, responsáveis pelos últimos 13 anos de governação, liderados por nomes como Theresa May, Boris Johnson e pela fugaz Liz Truss, deverão apresentar-se ao eleitorado, liderados pelo atual primeiro-ministro, Rishi Sunak. O desgaste do poder e os escândalos surgidos deverão conduzir à governação os trabalhistas liderados por Keir Starmer. Mas nada melhor do que aguardar.

Na Europa, o Parlamento Europeu (PE) deverá ser sufragado por mais de 400 milhões de eleitores de 27 países que terão o dever cívico de escolher os 720 membros do PE no mês de junho. Três questões marcarão a campanha: crise económica, alterações climáticas e migrações. Acrescem duas incógnitas que serão respondidas pelo ato eleitoral: conseguirá ser travado o desinteresse que se tem verificado nas eleições europeias? Quantos lugares ficarão destinados ao grupo Identidade e Democracia, que alberga no seu seio os eurocéticos e partidos de extrema-direita?

Por último, Portugal bate record! Açores, legislativas, europeias e quem sabe Madeira…

No arquipélago da geringonça II, a 4 de fevereiro, Vasco Cordeiro, o vencedor (39,13%) e José Manuel Bolieiro, o derrotado (33,74%), mas empossado Presidente, serão novamente os rostos da disputa.

É a 1.ª vez da história da autonomia política dos Açores que haverá eleições antecipadas por dissolução e por inexistência de maioria parlamentar. Uma curiosidade, mas que reafirma a representatividade de todas as ilhas na Assembleia Legislativa é o facto da ilha do Corvo que representa 0,15% dos eleitores açorianos, eleger 3,51% do parlamento regional. De salientar a existência de um círculo de compensação (CRC) que contribui para o aumento da pluralidade e para a melhoria da proporcionalidade. Foi nesse círculo que em 2020 foram eleitos os deputados do CDS/PP, BE, Chega, PAN e Il. Ao dia de hoje, as sondagens indicam uma distância de 2 pontos percentuais entre a AD e o PS, com 13% de indecisos. Muito renhida e uma incógnita até final!

As que merecerão e acolherão o interesse de todos os portugueses são, indubitavelmente, as legislativas de 10 de março. Listas apresentadas, programas setoriais a surgir aos bochechos, calendário de debates acertado e publicitado. Restam ainda cerca de 40 dias para o dia D, decisivo e determinante. Bom seria que cada partido/coligação em compita, apresentasse de forma clara e transparente as suas ideias, propostas e soluções ou continuaremos a ter um conjunto de vãs e falsas promessas? Haverá quem pretenda assumir compromissos duradouros e verdadeiramente reformistas? Para quando um acordo de regime para áreas centrais e decisivas para o desenvolvimento e crescimento do país? Vamos continuar a assistir a um quase permanente suborno do eleitorado, com promessas de encher o bolso, sem se saber de onde vem o dinheiro?

Deseja-se uma campanha com decoro, esclarecedora e civilizada.

Algumas notas de rodapé que creio merecerem referência e reflexão:

Duarte Cordeiro, o ainda ministro do Ambiente e da Ação Climática, deu um sinal positivo para a credibilidade da classe política: referido na Operação Influencer recusou ser candidato a deputado até total e cabal esclarecimento dos casos em que está envolvido.

Três juízas do Tribunal da Relação, protagonizam reviravolta na Operação Marquês: José Sócrates, juntamente com Bava, Granadeiro e Carlos Santos Silva, entre outros vão a julgamento. Foi o renascer de 118 crimes!

Na Madeira não há Presidente do Governo Regional, nem Presidente da Câmara do Funchal (CF). Ambos renunciaram aos cargos em consequência da operação (estranhamente sem nome) da PJ, na Ilha. Mais uma vez se discute: devem ou não ser convocadas eleições? Mais uma vez continuo a entender que se há apoio no parlamento e condições de governabilidade, a legislatura deve continuar. Se há maioria na CF e estabilidade, cumpra-se o mandato!

Mónica Freitas, deputada madeirense do PAN, veio sem tibiezas exigir a demissão de Miguel Albuquerque. Perante as acusações que sobre ele pendem, não teve dúvidas. Haja coragem e moralidade. Continuou fiel aos seus princípios: mantém o apoio ao Governo regional.

Luís Vaz de Camões nasceu há 500 anos. Crê-se que no dia 23 de janeiro, baseado no soneto “O dia em que eu nasci. Moura e Pereça”, de sua autoria. Considerado o maior poeta da língua portuguesa, o autor dos Lusíadas, deveria merecer que a efeméride fosse devidamente assinalada. Parece ter passado ao lado não da Taprobana, mas do Ministério da Cultura e porque não, da Educação!

IKEA – uma marca sueca que ficará eternizada na história das campanhas publicitárias nacionais. A sua campanha corajosa, incisiva, audaciosa, bem-disposta e com grande sentido de humor, propiciou se não gargalhada, pelo menos um sorriso, a (creio) uma grande maioria dos portugueses.

 

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Carlos Folhadela Simões
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