O alcaide das queixinhas

No lugar do “professor doutor Mário Passos”, como ele adora ser tratado, eu metia a cabeça dentro de um saco de serapilheira e fugia para bem longe!…   

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Perante o poder político, o jornalismo tem o poder e o dever de informar os cidadãos e de expor as contradições, nomeadamente, mostrando aquilo que os políticos queriam que fosse escondido no cofre secreto da ignorância pública.

O alcaide de Vila Nova de Famalicão, ignorando que tem de se sujeitar à crítica, não gostou de ser escrutinado e, sem argumentos, atacou o jornal “Notícias de Famalicão” na praça pública. Não contente com isso apresentou uma queixa-crime em tribunal.

O tiro saiu-lhe pela culatra, pois o jornal “não cometeu qualquer crime” e ficou “demonstrada a verdade jornalística”, como afirma a Procuradoria da República no despacho de arquivamento do processo. Para quem ainda não leu, partilho aqui o link da notícia: Processo-crime de Mário Passos contra o “Notícias de Famalicão” foi arquivado pelo Ministério Público.

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Esta é a terceira vez que Mário Passos, armado em senhor todo-poderoso das terras famalicenses, utiliza meios municipais, nomeadamente jurídicos, para, sem motivos, se queixar da informação de interesse público dada a conhecer através do labor jornalístico do “Notícias de Famalicão”: duas vezes na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) e uma na justiça, onde a sua queixinha foi arquivada pelo Ministério Público.

É assim que se entopem os serviços públicos da justiça e dos organismo reguladores. Os três processos foram arquivados. Afinal, quando cumpre as regras deontológicas o jornalismo sai vencedor.

Para a história, fica um presidente da câmara especialista em queixinhas quando as coisas não correm como ele quer. Em 190 anos de história do município, Mário Passos, que gosta de ser o maior em tudo, já é o presidente da Câmara de Famalicão com o maior número de queixas arquivadas em conjunto pela ERC e pela justiça. No lugar do “professor doutor Mário Passos”, como ele adora ser tratado, eu metia a cabeça dentro de um saco de serapilheira e fugia para bem longe!…

Finalmente, e porque os últimos são os primeiros – neste caso, a primeira… – fica para a história do jornalismo famalicense a coragem, o método e a tenacidade de uma mulher livre e independente. É tempo, por isso, de felicitar o excelente trabalho de investigação de Priscilla Rabelo, diretora do “Notícias de Famalicão”. Muitos, muitos parabéns!…

 

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