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Domingo, 1 Outubro 2023
Susana Dias
Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.

Setembro: Mês Mundial da Doença de Alzheimer

Embora a doença de Alzheimer seja incurável, é possível tratar os sintomas.

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Susana Dias
Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.

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No próximo dia 21 de setembro pretende-se sublinhar, em termos mundiais, a problemática da Doença de Alzheimer. Em Portugal, estima-se que existam 194 mil pessoas com demência, das quais 60 a 80% têm Alzheimer, uma doença que afeta sobretudo os idosos.

Em Portugal haverá 145 mil doentes com Alzheimer. Cada doente custa pelo menos 5500 euros por ano. A maioria dos gastos vai para os cuidadores informais e os apoios sociais. Sendo que o diagnóstico precoce da doença e o suporte social são deficitários.

Cuidar de uma pessoa com doença de alzheimer pode tornar-se uma tarefa muito desgastante. É importante ter em consideração que as perdas cognitivas (perdas de memória, orientação espacial e temporal, linguagem, concentração, entre outras) têm impacto na maneira como a pessoa vive e se relaciona. Muitas das vezes a pessoa esquece de se vestir adequadamente, ou, até mesmo, comer.

Ao cuidar de um doente de Alzheimer, é importante que o cuidador tenha em consideração que o comportamento do doente não é intencional, mas sim uma consequência das alterações cerebrais perante a doença.

Algumas estratégias que podem ser úteis para lidar com doentes de Alzheimer:

  • Ter sempre uma atitude calma, afetuosa;
  • Estabelecer o contacto visual e ouvir atentamente;
  • Manter um ambiente calmo e sem ruídos;
  • Segurar a mão da pessoa para facilitar a comunicação;
  • Falar calmamente e utilizar frases curtas;
  • Dar tempo à pessoa para compreender o que lhe transmitiu;
  • Ouvir o que a pessoa tem para dizer mesmo que tenha repetido várias vezes.
  • Dizer previamente o que pretende fazer antes de a abordar (no caso de prestação de cuidados de higiene);
  • Inverter frases negativas, tornando-as afirmativas (substituir “Não faça isso” por “é melhor fazer assim.”);
  • Manter a pessoa segura (colocar uma pulseira de identificação; manter as portas e janelas fechadas; esconder as chaves).
  • Ajudar a pessoa na alimentação (preparar as refeições que mais gosta; explicar o que está comer; evitar falar durante a refeição para não a distrair; não contrariar o doente se ele por exemplo não quiser comer.

Existem ainda um conjunto de atitudes que nunca deverão fazer com um doente de Alzheimer:

  • Não discutir nem criticar. A pessoa não terá capacidade para perceber o que está errado e só irá agravar a situação;
  • Dar ordens à pessoa;
  • Dizer à pessoa o que não pode fazer. Em vez disso, deve dizer-se aquilo que ela pode fazer;
  • Não tocar na pessoa quando está agressiva;
  • Não mostrar medo nem ansiedade, quando a pessoa está agressiva.
  • Um tom de voz arrogante pode ser apreendido mesmo que a pessoa não compreenda as palavras, o que a poderá deixar mais perturbada;
  • Fazer perguntas que apelem à utilização da memória (já que irão causar um sentimento de maior frustração no doente);
  • Falar da pessoa que está presente como se ela não estivesse presente.
  • Mudar de assunto e incentivar a fazer algo que a pessoa gosta.

Geralmente, os momentos de agressividade são rápidos e o doente não se recorda dos acontecimentos.

Embora a doença de Alzheimer seja incurável, é possível tratar os sintomas. O tratamento pode ser feito através da medicação e diferentes tipos de terapia, no sentido de se retardar a evolução dos sintomas da demência e de controlar as alterações de comportamento associadas à doença. Além da terapia farmacológica, é recomendado fazer reabilitação cognitiva, tendo maior eficácia nos estádios iniciais da demência.

Uma palavra de apreço para todos os que se tem dedicado a cuidar de pessoas com Doença de Alzheimer, para que os portadores da doença e os familiares cuidadores tenham melhores cuidados.

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Susana Dias
Socióloga, mestre pela Universidade do Minho, pós-graduada em Gestão e Administração em Saúde e apaixonada pela geriatria. É diretora clínica da Oldcare Famalicão.