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Vila Nova de Famalicão
Sábado, 20 Abril 2024
Rui Costa
Rui Miguel Costa é formado em Engenharia e Gestão Industrial pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto. Gestor em áreas de desenvolvimento, é apaixonado por música, engenharia, economia, inovação e empreendedorismo.

Quaise energy: a empresa que nos quer aquecer a casa com a energia do magma da Terra

Se há uma certeza que a guerra com a Ucrânia já mostrou, é a urgência da Europa em encontrar soluções alternativas ao abastecimento proveniente da Rússia.

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Rui Costa
Rui Miguel Costa é formado em Engenharia e Gestão Industrial pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto. Gestor em áreas de desenvolvimento, é apaixonado por música, engenharia, economia, inovação e empreendedorismo.

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Em tempos escrevi sobre o investimento e os esforços que são feitos um pouco por todo o mundo com o objetivo de fomentar a utilização de fontes de energia alternativas. Contudo, este processo é demorado e a investigação é feita apenas com riscos controlados.

Portugal e a restante Europa, de forma generalizada, têm uma acentuada dependência do petróleo e do gás, mas que podia ter sido evitada. Como mencionado em artigos anteriores, existem soluções elétricas e renováveis à disposição, mas que não estão cimentadas o suficiente para sermos 100% dependentes delas.

É um facto que a Europa recebe cerca de 40% do gás da Rússia quer para uso doméstico, quer para uso industrial. E se há uma certeza que a guerra com a Ucrânia já mostrou, é a urgência da Europa em encontrar soluções alternativas ao abastecimento proveniente da Rússia. Esta questão colocou em evidência, por um lado, a fragilidade da Europa em relação ao fornecimento energético russo e, por outro lado, a posição de poder da Rússia neste âmbito.

Sem descurar o tema e entrar na esfera política, a questão que sempre se impõe é se existe realmente a possibilidade de termos acesso a eletricidade mais barata e infinita, e claro, de que forma. É um tema que tem décadas, comentado e esmiuçado em vários fóruns, mas realmente no dia-a-dia pouco se vê a acontecer. Não é de hoje que se falam de novos métodos de obtenção de energia, como por exemplo o das centrais térmicas de energia verde com recurso ao magma da Terra, que é o tema central deste artigo.

Mas afinal o que é uma central térmica e como se utiliza energia através do magma da Terra?

De uma forma muito visual e prática, é mesmo isso que estão a imaginar: um furo até ao centro da Terra para utilizar o seu calor como fonte de energia.

É de pensar que se fosse assim tão simples, já alguém o teria feito! E a verdade é que já, a própria Rússia na década de 60, levou  a cabo testes extremos e intensivos perto da sua fronteira com a Noruega, mas infelizmente (ou felizmente avaliando o cenário europeu atual) não conseguiram perfurar a 20km de profundidade, valor esse que é o teoricamente necessário para este fim. Os seus trabalhos deram-se então por encerrados, devido às limitações das ferramentas e recursos mecânicos da altura.

Passadas várias décadas, surge uma “spin off” do MIT, a Quaise Energy, que se dedica ao desenvolvimento de sistemas de perfuração por ondas milimétricas, alternativa às ferramentas de perfuração mecânicas, e que permitirão ter acesso geotérmico profundo ao centro da Terra.  A Quaise explica no seu website e em vários artigos que através desta tecnologia é possível alimentar a civilização durante 20 milhões de anos consumindo apenas 0,1% do seu calor.

Esta tecnologia é a única abordagem no mundo com potencial para construir poços geotérmicos em profundidades e temperaturas sem precedentes, por tratar-se de um equipamento que utiliza feixe de eletrões que são de tal forma amplificados numa cavidade de ressonância e a velocidades relativistas, que é capaz de vaporizar qualquer tipo de rochas. Tornando assim possível alcançar os 20KM de profundidade e temperaturas de 500 graus Celsius, necessários à criação (ou conversão das atuais) centrais térmicas de energia e distribuição de calor com base em magma.

Na perspetiva de uma economia de escala, tendo em conta a rede já existente de fornecimento da indústria de combustíveis fósseis, essa seria a forma mais eficiente de alcançar produções anuais na grandeza dos terawatts, suficiente para alavancar com sucesso a descarbonização do nosso planeta.

Existe provas que funciona?

Sim, não muito longe de nós mas com determinadas condicionantes. Falo da Islândia.

Na Islândia isto é possível, existe há décadas, mas muito se deve às suas especificidades geológicas, que tornam o país um caso particular e passível de que o que para uns era fisicamente impossível, seja uma realidade. A título de exemplo, a cidade islandesa de Reykjavik, uma das mais limpas em emissões de CO2, tem o maior sistema de aquecimento geotérmico do planeta, onde utiliza água quente natural para fornecer calor a quase 90% de todos os edifícios, quase há um século. Diariamente, a energia que vem das fontes termais subterrâneas, gera eletricidade e aquecimento, tendo nos últimos ajudado a reduzir o numero de emissões de CO2 em 110 milhões de toneladas.

Dados do programa cidades sustentáveis diz que já em 2004 a cidade produziu 26,5% da eletricidade da Islândia, onde 87% das necessidades de aquecimento e construção foram suprimidas pela energia geotérmica.

Porquê que a energia geotérmica não é um foco?

Poderá estar relacionado com a falta de equipamento técnico, condições geológicas favoráveis e alto investimento. No entanto, nota-se um crescente interesse por parte de alguns países neste tema.

O que concluo é que esta guerra é mais uma variável para nos mostrar que a transição energética está distante, será difícil e que este é um caminho complicado e instável.

É hora do investimento público mundial ser direcionado a empresas que querem mudar o mundo e trazer energia ilimitada, a baixo custo e mais sustentável para o ambiente.

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