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Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 25 Abril 2024
Luís Paulo Rodrigueshttp://www.luispaulorodrigues.com
Formado em Ciências da Comunicação e da Cultura, é consultor de comunicação e vive em Vila Nova de Famalicão. Como jornalista trabalhou em jornais locais e nacionais. É cofundador do "Notícias de Famalicão". Escreveu o livro “Comunicação – Riscos e Oportunidades”.

O ano de 2022 foi extraordinário! No mundo, em Portugal e em Famalicão

O ano de 2022 fica na história. Foi um ano extraordinário, que vai deixar marcas! Extraordinário nos casos e acontecimentos que marcaram o mundo, Portugal e o concelho de Vila Nova de Famalicão. 

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Luís Paulo Rodrigueshttp://www.luispaulorodrigues.com
Formado em Ciências da Comunicação e da Cultura, é consultor de comunicação e vive em Vila Nova de Famalicão. Como jornalista trabalhou em jornais locais e nacionais. É cofundador do "Notícias de Famalicão". Escreveu o livro “Comunicação – Riscos e Oportunidades”.

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Por boas e más razões (infelizmente mais más do que boas…), o ano de 2022 fica na história como um ano extraordinário, que vai deixar marcas! Extraordinário nos casos e acontecimentos que marcaram o mundo e marcaram Portugal na ressaca da pandemia da covid-19. E extraordinário, também, no concelho de Vila Nova de Famalicão.

A escalada de preços dos bens alimentares, da energia e de tudo o resto, muitas vezes sem qualquer justificação aparente; a invasão da Ucrânia pela Rússia, que travou a globalização da economia e o regresso ao armamento; a subida das taxas de juro encarecendo o preço do dinheiro; o aumento das desigualdades sociais; a luta das mulheres iranianas pelos seus direitos de cidadania; a continuidade da fuga de imigrantes de África para a Europa.

Na política internacional, a Inglaterra tem, pela primeira vez, um descendente de indianos à frente do Governo. Na Rússia, apesar dos bloqueios internacionais, Vladimir Putin continua no poder absoluto que reconstruiu depois da falência da URSS, matando na Ucrânia e perseguindo opositores internos. A Ucrânia, por seu turno, resiste para surpresa de todos. E, no Brasil, depois de muita resistência, o sobrevivente Lula da Silva, que chegou a estar preso e impedido de se candidatar, conseguiu o impensável ao ter ressuscitado para a política, com o mesmo Partido dos Trabalhadores (PT), e sido eleito para um terceiro mandato como Presidente da República. É o primeiro político do imenso país sul-americano a conseguir tal façanha.

Ainda no Brasil, o ano de 2022 deu uma lição política ao mundo, em especial à Europa, que por estes dias enfrenta o crescimento das forças políticas de extrema-direita. Depois dos norte-americanos, que apearam Donald Trump do poder ao fim de apenas um mandato, também os brasileiros não permitiram que a extrema-direita continuasse a destruir o país, impondo uma derrota humilhante a Jair Bolsonaro – o primeiro Presidente brasileiro a não conseguir a reeleição.

Em Portugal, o ano ficou marcado pela vitória do PS de António Costa com maioria absoluta, mas, estranhamente, a maioria absoluta deixou de ser um sinónimo de estabilidade governativa. O ano termina com 11 baixas no Governo, o que é um recorde em mandatos de maioria absoluta.

Cá, por Vila Nova de Famalicão, 2022 também foi extraordinário. Assim, ficamos a saber que os cerca de 20 milhões de euros que a Câmara Municipal gastou nas praças do centro da cidade, nas ciclovias e no mercado municipal não tornaram a cidade melhor. Aliás, Vila Nova de Famalicão transformou-se numa cidade pouco amiga das pessoas. Não só das que têm automóvel, mas também das pessoas idosas, daquelas que têm mobilidade reduzida e de todas as pessoas que gostam de andar a pé. A verdade é que as praças do centro da cidade perderam identidade e transformaram-se num aglomerado de múltiplos obstáculos à circulação das pessoas, que os famalicenses não aprovariam se fossem ouvidos pelo poder local ou se soubessem antecipadamente qual seria o resultado final das obras.

Quanto às ciclovias, sem qualquer aviso aos famalicenses, e, já agora, sem qualquer sentido, a Câmara Municipal de Famalicão destruiu a emblemática Rotunda 1º de Maio e foi capaz de construir uma ciclovia a passar em frente da entrada do centro de saúde, eliminando lugares de estacionamento e dificultando o acesso dos pacientes à unidade de saúde. Extraordinário!

Ainda por Famalicão, mais dois acontecimentos extraordinários ocorridos em 2022. Ficamos a saber que basta o presidente da Câmara ser eleito para ter direito a batizar uma rua com o seu nome e assinar o próprio edital que oficializa a narcísica medida.

E com a destruição de uma floresta do tamanho de 80 campos de futebol, entre Calendário, Outiz e Vilarinho das Cambas, ficamos a saber outra coisa extraordinária: para a maioria que “governa” a Câmara Municipal de Famalicão a destruição da floresta é obra de grande “interesse municipal”.

Foi também em 2022 que o famalicense D. Jorge Ortiga, aos 78 anos, deixou a liderança da Arquidiocese de Braga, tornando-se arcebispo primaz emérito de Braga, depois de 23 anos como arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas. Para o seu lugar, o Papa Francisco nomeou D. José Cordeiro.

Finalmente, 2022 foi um ano extraordinário também nas pessoas que desapareceram da Terra. Enumero algumas das mais conhecidas e importantes que morreram ao longo de 2022, a começar no plano internacional: Bento XVI, Isabel II, Pelé, Mikhail Gorbatchov, Jô Soares, Madeleine Albright, José Eduardo dos Santos, Jean-Luc Godard, Olívia Newton-John, Gal Costa, Vivienne Westwood e Pablo Milanés.

Em Portugal deixaram-nos Eunice Muñoz, Adriano Moreira, Lauro António – que criou e dirigiu o Famafest – Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Vila Nova de Famalicão –, Paula Rego, António Mega Ferreira – mais um laureado com o Prémio de Conto camilo Castelo Branco que desaparece –, Fernando Gomes, Fernando Chalana e Linda de Suza.

Em Vila Nova de Famalicão, deixaram-nos o monsenhor Joaquim Fernandes – um dos famalicenses mais influentes dos séculos XX e XXI, que viveu ativo e lúcido até aos 105 anos de idade –, os antigos autarcas Manuel Oliveira e Alcino Cruz, o professor Álvaro Vasconcelos, entre outros, mais ou menos anónimos, que contribuíram com o seu trabalho e a sua experiência cívica para a nossa história coletiva.

Que 2023 nos proporcione outros acontecimentos extraordinários. Mas dos bons. Feliz Ano Novo!

 

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