11.2 C
Vila Nova de Famalicão
Sexta-feira, 29 Março 2024
Carlos Jorge Figueiredo
É farmacêutico, nasceu em Anadia e está radicado em Famalicão desde 1993. Fundador do núcleo local da Iniciativa Liberal.

Quando a globalização coloca em causa a paz mundial

Neste momento a Rússia, com a conivência da China, está a desafiar e a pôr em causa a segurança do continente europeu. A China, sendo a segunda maior potência económica mundial desde 2009, será nos próximos anos a maior potência mundial também a nível militar.

4 min de leitura
- Publicidade -
Carlos Jorge Figueiredo
É farmacêutico, nasceu em Anadia e está radicado em Famalicão desde 1993. Fundador do núcleo local da Iniciativa Liberal.

Famalicão

Governo volta a ter um ministro de Famalicão. Nuno Melo assume pasta da Defesa

Nuno Melo, que iniciou a sua carreira política no CDS de Famalicão na década de 1990, chega ao Governo de Portugal aos 58 anos.

Procissão do Senhor do “ECCE HOMO” cancelada

Recriação da Última Ceia transferida para o interior da Igreja Matriz Antiga.

50 anos da Universidade do Minho em exposição no Parque da Devesa

Exposição itinerante patente até 31 de março

Em finais do século XX, e após o colapso da União Soviética, as grandes economias do mundo, com destaque para os EUA, decidiram abrir à Organização Mundial do Comércio (OMC), países com estados autoritários e ditadores, como é o caso da China.

A ideia era que o desenvolvimento económico e a interação internacional ajudasse aquelas sociedades a tornarem-se mais livres e democráticas. O resultado, como todos sabemos, não foi o que se esperava.

Os países mais desenvolvidos naquele período cresceram apenas três vezes, enquanto a China cresceu 15 vezes, passando da sétima maior economia do mundo para a segunda maior logo em 2009, passados 10 nos de presença na OMC. Estando hoje, em 2022, prestes a ultrapassar os EUA e a ser a maior economia do mundo.

A deslocalização da indústria europeia para aquele país, bem como o endividamento ocidental à custa de recursos chineses, foi um erro que já começamos a pagar, em 2020 com a pandemia, e agora com a invasão da Ucrânia, com a clara cumplicidade chinesa.

Mas se em termos económicos quem mais ganhou com a globalização foi a China, em termos dos valores ocidentais, ao nível dos direitos humanos, particularmente na defesa da liberdade e da democracia, não houve nenhum avanço, bem pelo contrário. O regime chinês tornou-se hoje mais autoritário do que no início do século.

Entretanto a Rússia, a partir de 2000, também se tornou membro favorecido da OMC, beneficiando de taxas aduaneiras mais baixas nas transações comerciais com os restantes países da Organização. Todos sabemos que deu jeito a muitos países da União Europeia comprar gás, petróleo e carvão à Rússia, por preços mais baixos que aqueles que seriam praticados caso a Rússia não tivesse tal estatuto de membro privilegiado dentro da OMC.

Em termos de democracia e de liberdades tudo piorou também nesta autocracia autoritária, com perseguições a opositores políticos de Putin, incluindo assassinatos por envenenamento, prisões políticas e proibições de manifestações públicas.

O resultado desta aproximação comercial é que também a Rússia melhorou bastante a sua situação económica, permitindo-lhe adquirir mais armamento para declarar guerra ao Ocidente/NATO, como está a acontecer neste momento na Ucrânia. No essencial, esta guerra é contra os valores do Ocidente e a Ucrânia é apenas a primeira vítima desta investida da Rússia.

Podemos dizer que o globalismo, no sentido de abolir fronteiras económicas com todos os países do mundo, mesmo com as ditaduras mais ferozes, colocou em causa a segurança global. Neste momento a Rússia, com a conivência da China, está a desafiar e a pôr em causa a segurança do continente europeu. A China, sendo a segunda maior potência económica mundial desde 2009, será nos próximos anos a maior potência mundial também a nível militar.

Não tenhamos ilusões, uma coisa leva a outra. Os EUA são a maior potência militar porque também são a maior potência económica.

O Ocidente tem vivido décadas de paz após a segunda guerra mundial. Após esta memória aterradora os países europeus, mesmo os mais ricos, particularmente a Alemanha, decidiram desinvestir no setor da defesa, criando um bem-estar económico e social nunca visto. Acontece que nem todos os países que fazem fronteira a leste com o velho continente, no caso a Rússia, e outros do continente asiático (China, Índia, etc.), deixaram de investir em armamento, criando, assim, um problema sério de segurança para a Europa.

É ingénuo pensar que o valor que nós, europeus, damos à paz e à liberdade seja igual naqueles países asiáticos. E agora encontramo-nos numa encruzilhada em que por um lado temos o máximo de bem-estar social possível, mas estamos à mercê de países autoritários, que, entretanto, alocaram biliões de dólares da sua riqueza ao setor militar.

Isto que acabo de descrever são factos. E é com base na realidade que faço as minhas análises e formulo as minhas opiniões.

Está na hora de mudarmos o chip de um mundo idílico de “paz e amor” para o mundo real de “segurança e amor”. Sem segurança não alcançamos a paz e sem a paz também não almejamos o amor. Sem garantias da nossa segurança em termos continentais (EU, no caso da Europa) não teremos bem-estar económico e social. A paz começa com a garantia de segurança.

Imaginem qualquer um de nós com o máximo de bem-estar vivendo numa sociedade em que a segurança e defesa pessoais estivessem entregues a nós mesmos, não existindo lei, nem ordem, ou seja, em que polícias e tribunais fossem inexistentes para nos defenderem.

É completamente patético pensarmos que todos querem “paz e amor” e que nada nos acontece apesar do nosso elevado bem-estar.

É o momento da EU investir na defesa do velho continente sob pena dos Putin’s e Jinping’s desta vida nos tirarem a vida sem dó nem piedade!

Comentários

Carlos Jorge Figueiredo
É farmacêutico, nasceu em Anadia e está radicado em Famalicão desde 1993. Fundador do núcleo local da Iniciativa Liberal.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Atualidade

Governo volta a ter um ministro de Famalicão. Nuno Melo assume pasta da Defesa

Nuno Melo, que iniciou a sua carreira política no CDS de Famalicão na década de 1990, chega ao Governo de Portugal aos 58 anos.

Procissão do Senhor do “ECCE HOMO” cancelada

Recriação da Última Ceia transferida para o interior da Igreja Matriz Antiga.

50 anos da Universidade do Minho em exposição no Parque da Devesa

Exposição itinerante patente até 31 de março

Concerto coral sinfónico de Páscoa esta quarta-feira

Na igreja matriz velha pelas 21h30

Famalicense Amadeu Dinis é o novo líder das escolas profissionais portuguesas

Eleito presidente da ANESPO - Associação Nacional de Escolas Profissionais

Comentários

O conteúdo de Notícias de Famalicão está protegido.