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Vila Nova de Famalicão
Terça-feira, 19 Março 2024

Centro Desportivo de Famalicão foi prometido em 2013, mas ainda não saiu do papel

Mário Passos, vereador do Desporto e candidato da coligação PSD-CDS à Câmara Municipal, quer fazer de Famalicão Capital Europeia do Desporto. Mas em oito anos não conseguiu fazer a pista de atletismo.

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A construção de uma pista de atletismo em Famalicão, prometida por Paulo Cunha, na sua primeira campanha eleitoral, em 2013, continua a ser uma miragem. E sem solução à vista.

Há cinco anos, o ainda presidente da Câmara Municipal de Famalicão apresentava, numa cerimónia nos Paços do Concelho, o Centro Desportivo de Famalicão. Era um novo equipamento desportivo a ser construído em terrenos municipais situados no lugar do Talvai, na zona norte da cidade.

Uma estrutura construída de raiz para integrar um centro de atletismo, com capacidade para a prática das mais de duas dezenas de disciplinas das três modalidades do atletismo: corrida, lançamentos e saltos; e um centro de BTT, com equipamentos de apoio à prática da modalidade e de apoio à formação e iniciação.

A obra, avaliada em 1,5 milhões de euros, seria lançada até ao final de 2016 e a primeira fase seria concluída até meados de 2017. “Abarcará grande parte da intervenção, com destaque para toda a preparação do terreno e construção da pista de atletismo”, explicava Paulo Cunha em conferência de imprensa, ao lado de Mário Passos, vereador do Desporto. Para a segunda fase das obras, que decorreria em 2018, ficariam a construção da bancada e do centro BTT.

A Câmara Municipal garantia a construção de um centro desportivo preparado para competições nacionais e internacionais, referindo, aliás, que o projeto respeita as exigências técnicas do Instituto Nacional do Desporto, bem como o Regulamento da Federação Internacional de Atletismo Amador (FIAA).

SUCESSIVOS ATRASOS

No entanto, desde a apresentação pública do projeto, que aconteceu em 11 de julho de 2016, pouco mudou. Ciclicamente, o Centro Desportivo de Famalicão tem sido objeto de notícias, mas a obra ainda não se vê.

O que é facto é que, em 2017, a Câmara Municipal gastou cerca de 600 mil euros numa empreitada no terreno.

Entretanto, nos primeiros dias de 2019, o vereador Mário Passos dava conta de problemas relacionados com a “complexidade técnica” das condições geológicas do terreno que adiavam a conclusão da obra para “meados de 2020”.

Em outubro do ano passado, o executivo municipal aprovou a abertura do concurso público para a construção do Centro de Atletismo anunciando “um investimento de mais de dois milhões de euros com prazo de execução de 210 dias”.

Na ocasião, Paulo Cunha disse que acreditava que o Centro de Atletismo poderia “ficar concluído” no Verão de 2021. Estamos no Verão de 2021 e a obra não está sequer perto de ficar pronta.

Ainda em finais de 2020 foi aprovado na reunião dos vereadores e, posteriormente, na Assembleia Municipal, um empréstimo no montante de 1.950.000,00 euros por um período de 15 anos destinado à construção da referida pista de atletismo.

No entanto, os famalicenses continuam à espera da “construção integral da pista de atletismo que inclui o relvado interior com áreas para lançamento de dardo, lançamento de peso, salto à vara, salto em comprimento, entre outras modalidades, a construção de bancada, do edifício de photo-finish, do acesso pedonal para atletas e público e das torres de iluminação para a prática de desporto noturno”.

A REALIDADE DOS ATLETAS FAMALICENSES

Vila Nova de Famalicão é o concelho com maior número de atletas federados no distrito de Braga. Cerca de um terço dos atletas inscritos na Associação de Atletismo de Braga são de Famalicão. No total, são cerca de 200 atletas e 15 clubes famalicenses federados.

As notícias revelam o grande número de títulos nacionais obtidos por jovens atletas famalicenses em grandes e importantes competições nacionais.

Há, inclusive, ocasiões em que todos os atletas selecionados para representar a Associação de Atletismo de Braga em competições de âmbito nacional são famalicenses.

Mas a ausência de condições para treinar têm levado muitos atletas a desistir do atletismo. Rostos e nomes que ilustraram notícias de vitórias em nome do atletismo famalicense já abandonaram o desporto.

É que para se manter em atividade, os atletas famalicenses têm duas opções. A primeira é continuar a treinar em Famalicão, o que consiste em treinos feitos nas estradas, sem condições e correndo riscos de segurança.

A alternativa é treinar noutros concelhos, que possuem pistas e melhores condições de treino, como, por exemplo, Braga, Guimarães, Maia, etc. No entanto, esse treinar fora do concelho implica mais tempo e mais custos, o que acaba por se tornar uma realidade impraticável para a maioria dos atletas com o passar do tempo.

Esse tipo de situações é relatado por diversos atletas e dirigentes associativos. No entanto, o receio de represálias faz com que nenhuma das fontes abdique do anonimato.

Ainda no âmbito das políticas desportivas em prática no concelho, há a existência de críticas a associações que recebem apoios municipais, financeiros e logísticos, para a organização de provas desportivas, mas que não fomentam à prática de desporto infantojuvenil.

CDU QUESTIONA CÂMARA SOBRE O “NÃO AVANÇO” DO PROJETO

Entretanto, na última reunião da Assembleia Municipal, realizada no dia 28 de junho, o deputado Daniel Sampaio, da CDU, questionou a Câmara Municipal acerca do impasse “de uma promessa bem antiga”.

O deputado lembrou a apresentação e divulgação do projeto em 2016 e que, passados cinco anos, “os atletas, treinadores e clubes continuam à espera, e sem qualquer prazo para a sua concretização”.

A CDU considera que “não é justo que atletas e treinadores continuem a deslocar-se às cidades vizinhas para colmatar a falta de condições materiais para os seus treinos mais específicos”, destacando o “cansaço” “familiares, treinadores ou clubes que suportam e sustentam, na totalidade, a preparação destes atletas”.

O deputado lembrou que “estas e outras conquistas devem ser destacadas e premiadas, mas na verdade o que estes atletas e clubes necessitam é das condições necessárias para a sua preparação. E essas condições passam também pela concretização desta promessa de 2016”.

Na resposta ao deputado, o Presidente de Câmara justificou-se com “os atuais e elevados preços de mercado”.

PISTA DO ESTÁDIO MUNICIPAL ENCERRADA SEM AVISO

Em 2014, Mário Passos, vereador do Desporto, encerrou a pista de atletismo até então disponível no estádio municipal. O aviso afixado dava conta que a pista não podia ser utilizada durante os treinos do plantel sénior. Depois do aviso, surgiu o cadeado.

A pista de 400 metros foi desativada em definitivo e sem nenhuma comunicação às equipas de atletismo. Sem acesso à pista, atletas, jovens e comunidade escolar e em geral ficaram sem alternativa.

A pista de atletismo do estádio municipal foi eliminada no âmbito das alterações realizadas no campo. O projeto para a remodelação do estádio municipal está parado e não deve avançar tão cedo.

FAMALICÃO CAPITAL EUROPEIA DO DESPORTO

Na sessão de apresentação pública da sua candidatura à presidência da Câmara de Famalicão, Mário Passos disse que quer “fazer do desporto uma bandeira de Famalicão” e, se for eleito presidente da autarquia, diz que irá apresentar a candidatura de Famalicão a Capital Europeia do Desporto.

O candidato da coligação PSD-CDS, que lidera a pasta do Desporto já há dois mandatos, reiterou a promessa, semanas depois, num comunicado enviado aos jornais no qual dava conta da intenção de apresentar a candidatura de Famalicão como Capital Europeia do Desporto em 2025.

Recorde-se que, além de vereador do Desporto, Mário Passos também é o vereador responsável pelos pelouros do Associativismo e das Freguesias. São esses os três pelouros que mais envolvem pessoas – singulares e coletivas – e verbas no dia a dia concelhio. E os atletas das várias disciplinas do atletismo parecem ser os parentes pobres das políticas do vereador.

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