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Vila Nova de Famalicão
Sexta-feira, 19 Abril 2024
Sandra Pimenta
Residente em Ruivães, é uma defensora dos direitos humanos e ativista pelos animais e ambiente. Tornou-se vegetariana em 2005 e vegana em 2010. É porta-voz da comissão política concelhia de Famalicão do partido Pessoas Animais Natureza (PAN) e membro da comissão política distrital e nacional.

E o Catar aqui tão perto!

Cada um de nós tem a responsabilidade individual e coletiva de não contribuir para qualquer forma de exploração.

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Sandra Pimenta
Residente em Ruivães, é uma defensora dos direitos humanos e ativista pelos animais e ambiente. Tornou-se vegetariana em 2005 e vegana em 2010. É porta-voz da comissão política concelhia de Famalicão do partido Pessoas Animais Natureza (PAN) e membro da comissão política distrital e nacional.

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Recentemente, não muito distante de nós, 35 pessoas foram detidas por suspeita de crime de tráfico de seres humanos, associação criminosa e branqueamento de capitais.

Alegadamente, os mesmos exploravam trabalhadores, estrangeiros, que eram aliciados a virem trabalhar no nosso país. Estes trabalhadores imigrantes deixaram o seu país em busca de melhores condições de vida, tal e qual nós, portugueses, o fizemos (e fazemos) durante anos e anos.

Para trás ficaram a Moldávia, Índia, Senegal, Paquistão, Marrocos, Argélia e Roménia – aquele país que segundo dizem, nos irá ultrapassar em 2024 mas que pelos vistos não assegura as condições necessárias, levando os seus habitantes a separarem-se da sua família, a deixarem a sua casa, em busca do “sonho”.

Este não é caso único, apesar dos casos mais mediáticos estarem relacionados com a zona do Alentejo, sabemos que o desrespeito pelos direitos humanos acontece aqui ao lado! No pavilhão que alberga 80 pessoas e que ninguém quer saber, na empresa que leva ao burnout os seus colaboradores em nome de objetivos estratosféricos, quando continuamos a discriminar as mulheres no acesso a cargos de chefia ou na diferença salarial, ou até pelo simples facto que são mulheres e podem por isso dar à luz, mas também nas nossas escolhas diárias. E será nestas escolhas, individuais, diárias, que a mudança pode começar hoje!

Em 2020, um estudo do grupo de investigação NORC, da Universidade de Chicago, mostrou que mais 1,5 milhão de crianças estavam envolvidas na indústria do cacau no Gana e na Costa do Marfim. Paralelamente, o programa Dispatches, do canal britânico Channel 4, obteve imagens de crianças a trabalhar em quintas de produção de cacau.

Também o relatório “Trabalho Infantil: estimativas globais 2020, tendências e o caminho a seguir” revela que existe “um aumento significativo do número de crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 11 anos numa situação de trabalho infantil, o que representa pouco mais de metade do total mundial. O número de crianças dos 5 aos 17 anos envolvidas em trabalhos perigosos – definidos como trabalhos suscetíveis de prejudicar a sua saúde, segurança ou bem-estar psicológico – aumentou 6,5 milhões desde 2016, afetando hoje 79 milhões.”

Relativamente aos setores das atividades económicas, o setor da agricultura detém 70% das crianças vítimas de trabalho infantil (112 milhões), seguido por 20% nos serviços (31,4 milhões), e 10% na indústria (16,5 milhões) Acresce que 28% das crianças dos 5 aos 11 anos e 35% das crianças dos 12 aos 14 anos de idade, em situação de trabalho infantil, não vão à escola.

Diria que será muito irónico apontar o dedo aos outros e não nos olharmos ao espelho quando não optamos por produtos de comércio justo, quando ignoramos que a camisa ou as calças foram feitas por pequenas mãos, carentes de proteção, ou quando recheamos a árvore de Natal de chocolates embrulhados em todas as cores e feitios, mas despidos de qualquer compaixão.

Por isso seja no Catar, seja na China ou em Portugal, cada um de nós tem a responsabilidade individual e coletiva de não contribuir para qualquer forma de exploração. Seja não vendo os jogos do Mundial, seja manifestando-se na rua, seja, na hora das compras de Natal, optar pelo que é produzido de acordo com preços justos e em respeito por padrões sociais e ambientais equilibrados nas cadeias produtivas. O que para nós pode sair barato, haverá, com certeza, do outro lado alguém que está a pagar muito caro!

 

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Os artigos de opinião publicados no Notícias de Famalicão são de exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

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