Época estranha para tal evento. Quis o destino e parece que o dinheiro que um pequeno, diria minúsculo país asiático, se tornasse a sede deste sexto mundial do presente século. No entanto, neste período quase de início de inverno, no continente europeu, vazias as esplanadas, longe de serem batidos os recordes de consumo de cerveja, o mundial vai sendo seguido da forma possível. Com o VAR presente, com uma nova tecnologia de fora de jogo, com um clima nas bancadas algo inusitado e por vezes, parcialmente despidas, a competição vai avançando.
Em terras lusas, a máquina de calcular ainda não foi, para já, necessária. Eusébio continua a ser o melhor marcador em mundiais e Fernando Santos continua a parecer treinador. A continuarmos com este registo nos centrais (lesões e amarelos), bom seria chegarmos à final e para surpresa de muitos, que uma cabeçada de António Silva, fosse o míssil de Éder de 2022! Foi um mero devaneio, mas como como dizia o Bom Gigante, “Deixem-nos Sonhar”.
Mas de volta à realidade, o futebol foi ultrapassado pelas polémicas à volta do campeonato.
A insistência dos três mais altos dignatários da nação, em marcarem presença nos sumptuosos estádios do Catar, deu água pelas barbas. Apesar de ser usual a representação política, era, aqui, bem escusada. A trapalhada em que o nosso Scolari-Presidente se meteu foi desnecessária. Marcelo tenta aglutinar, qual campanha de Scolari com as bandeiras, mas desmobiliza. A presença na(s) flash interview, passa a ser ridícula e risível.
O País vive uma situação preocupante, com tendência a agravar, e o mais alto magistrado da nação, para além de meter os pés pelas mãos (direitos humanos, por exemplo), faz de cada jogo o assunto prioritário no momento.
Acredito piamente que algumas das recentes tiradas infelizes e despropositadas de Sua Exª. o Sr. Presidente da República, sejam fruto de algum cansaço e da dificuldade que tem, e sempre teve, de ser recolhido em diversas situações. Bem mais grave seria que espelhassem a sua forma de estar e de pensar. Almejo, até pela grande admiração que por ele nutro, que não se sujeite ao que Cavaco Silva, referindo-se a Mário Soares, acabou por tornar numa das tiradas mais marcantes da história política portuguesa: ”vamos ajudá-lo a acabar o mandato com dignidade”.
Noutro campeonato, a nossa coqueluche, Cr7, conseguiu novamente, qual Daniela Mercury, levantar poeira. Estando ou não de acordo com as suas opiniões, atitudes e timing, continua a arrastar multidões, a ser idolatrado e a insistir em adiar o inevitável fim. Os seus mais próximos deverão, estou certo, aconselhá-lo a terminar saindo pela porta grande. Ele e todos os seus fãs merecem-no!
Continuando com temas de desporto, refira-se que o Governo e alguns outros ignoraram olimpicamente, até à data, alguns dos feitos de seguida mencionados: a conquista do Campeonato do Mundo e Europeu, pela seleção de andebol em cadeira de rodas!
O fabuloso feito de Vicente Pereira, jovem com síndrome de Down, no campeonato da Europa de natação adaptada, realizado em Albufeira: bateu três recordes mundiais e conquistou oito medalhas de ouro individuais e quatro coletivas (estafetas). Alguém ouviu falar dele?
Gustavo Ribeiro, o skateboarder português, que venceu o mais importante torneio de skateboarding profissional, o Super Crown da Street League Skate 2022. Depois de ter amarrado inúmeros portugueses aos ecrãs da TV nos jogos olímpicos de Tóquio, desta vez confirmou toda a sua arte e magia. Paris 2024 espera por ele!
Num concelho de hoquistas e de hóquei, referência para a equipa vice-campeã mundial (terá faltado a presença de algum político, para sermos campeões?!) que integrou um famalicense: Gonçalo Bonnet Alves. Parabéns ao FAC pelo contributo que deu para a sua formação.
Regozijo pela enorme prestação dos “Lobos”, a seleção nacional de rugby com o apuramento para o seu segundo mundial: França 2023.
Por fim, o desaparecimento de duas figuras insignes do desporto nacional:
Fernando Gomes, o “bibota”, que capitaneou de forma elevada e sublime, os azuis e brancos durante várias épocas. O grande rival de Néné e que contribuíram para o início das brilhantes épocas e feitos da seleção das quinas.
Lavínia Brito Paes, a atleta leonina multidisciplinar, também partiu aos 90 anos.
Professora de educação física. Praticante de basquetebol. Campeã nacional do peso e do dardo. Campeã na natação. Atleta destacada no badminton e capitã da primeira equipa da seleção portuguesa nacional feminina de voleibol. Uma “marca” de outros tempos!
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