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Quinta-feira, 5 Dezembro 2024
Rui Lima
Rui Lima
Licenciado em Gestão de Marketing, Rui Lima é um empresário famalicense e escreve sobre temas da atualidade.

Famalicão: um caranguejo que não passa a rebentação 

A coragem com que diz que o custo da reparação afinal não é um custo, mas sim investimento, é de alguém sem noções de gestão.

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Rui Lima
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Licenciado em Gestão de Marketing, Rui Lima é um empresário famalicense e escreve sobre temas da atualidade.

Famalicão

Os caranguejos, com pernas que se dobram nas laterais, andam de lado porque é-lhes muito difícil andarem para a frente. Um dos desafios da vida de um caranguejo é passar a rebentação e assim conseguir chegar ao mar.

Muitos tentam, mas não conseguem, ou seja, passar a rebentação não é para todos. Incapaz de passar a corrente, está sempre no mesmo lugar, é aí que penso em Mário Passos. Ao que parece, decidiu adotar a estratégia do caranguejo.

Em vez de ajustar as políticas públicas ao contexto social – como a saúde pública e dou o exemplo, a cidade com focos de lixo por todo lado e rios poluídos, na habitação sem políticas sérias de habitação social – insiste em empurrar obra para a fotografia que, para todos os efeitos, são projetos que não vão a lado nenhum.

O concelho pede soluções concretas, melhorias na saúde pública, nas infraestruturas da cidade, nos acessos e no estacionamento decente e gratuito.

Com a mesma teimosia do crustáceo, aposta em políticas sem profundidade, que se desfazem como espuma ao menor embate com a realidade.

Sempre com promessas de investimento e a tão falada “gestão equilibrada dos recursos”, a verdade é que estamos a assistir a uma gestão desconexa, que não enfrenta as dificuldades de frente. É uma clara falta de visão ou, como dizem alguns, puro desconhecimento da corrente.

Seja como for, Mário Passos parece ficar parado, assim como o nosso caranguejo que insiste na rebentação. Assim, enquanto o caranguejo não chega ao outro lado da onda, os problemas da cidade vão-se acumulando.

É um vai-e-vem constante: uma promessa de progresso, logo seguida de um recuo disfarçado de ajuste, e dou o exemplo do pagamento da reparação do centro da cidade. Ninguém entende porque estamos todos a pagar a reparação de uma obra recente com inúmeros problemas.

A coragem com que se diz que o custo da reparação afinal não é um custo, mas sim investimento, é de alguém sem noções de gestão. Eu pergunto: o que são 11 milhões de euros? Para ELE NADA, para NÓS, CIDADÃOS, MUITO!

Mário Passos promete metas que parecem grandiosas, fala em crescimento e investimento, mas melhorias ninguém as sente. Assim que as propostas enfrentam a realidade, podemos apenas esperar o fracasso e não lhe perdoamos o estacionamento pago que em tempos foi gratuito.

Talvez a sua maior façanha seja a habilidade em transformar grandes esperanças em pequenas desculpas, mas está no cargo errado na cidade errada.

Se lhe perguntam por que razão o prometido nunca é cumprido, ele aponta para a “rebentação”, para as adversidades, para o imprevisto ou para a oposição que está a fazer frente.

O caranguejo à beira-mar e um líder inseguro têm algo em comum: ambos deixam-se levar pela corrente sem grande controlo. As decisões que poderiam trazer avanços significativos à comunidade são adiadas, diluídas em compromissos, ou simplesmente abandonadas no caminho.

O mar continua vasto de promessas, assim como a rebentação, nunca chegam de fato à margem. Como sabemos, não é o vento ou o mar que precisam mudar, mas sim quem decide atravessar a corrente.

 

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