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Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 5 Dezembro 2024
António Cândido de Oliveira
António Cândido de Oliveira
Professor catedrático jubilado da Faculdade de Direito da Universidade do Minho.

Lutar pela Democracia e pela Paz

Quando o dinheiro é o bem maior e mais apreciado numa sociedade, tudo está perdido. O desastre que anuncia apenas demora mais ou menos tempo.

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António Cândido de Oliveira
António Cândido de Oliveira
Professor catedrático jubilado da Faculdade de Direito da Universidade do Minho.

Famalicão

São de muita preocupação as linhas que seguem e que são as primeiras deste dia 6 de Novembro de 2024 (dia seguinte às eleições nos Estados Unidos da América).

Ao contrário do que vulgarmente se julga a democracia não é o regime político em que o princípio maior é a vontade da maioria.

Acima da vontade da maioria está o respeito pelos direitos fundamentais da pessoa humana e, desde logo, o respeito pela liberdade de opinião e de expressão.

A democracia é um regime que procura que todos os cidadãos possam gozar os direitos que constam da Declaração Universal dos Direitos Humanos e também estão inscritos na nossa Constituição.

A democracia é um regime que permite uma imprensa livre, plural e independente (incluindo-se aqui os demais meios de comunicação social).

A vontade da maioria vem depois e é preciso não esquecer que a vontade da maioria pode conduzir a uma ditadura. Basta que eleja um ditador.

Avizinham-se, a meu ver, tempos muito complicados. Tão complicados que uma III Guerra Mundial pode ocorrer (há quem diga – e com muita autoridade moral –  que já começou). Temo-a muito, mas não a considero inevitável.

Temos todos o dever de lutar contra ela. E essa luta é obrigação de cada um de nós, lutando com todas as forças para construir a nível local, nacional e mundial uma sociedade “livre, justa e solidária”.

Infelizmente a sociedade que temos andado a construir tem um deus supremo que é o Dinheiro. Esse deus não é de Paz, pelo contrário, é da sua natureza a Guerra.

Precisamos de reflectir sobre isso. O dinheiro (a posse de bens) é algo necessário, mas não pode ser o objectivo da nossa vida. É apenas um meio para uma vida digna e que deve estar ao alcance de todos os cidadãos que a desejam.

Quando o dinheiro é o bem maior e mais apreciado numa sociedade, tudo está perdido. O desastre que anuncia apenas demora mais ou menos tempo.

 

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Professor catedrático jubilado da Faculdade de Direito da Universidade do Minho.
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