22.4 C
Vila Nova de Famalicão
Quarta-feira, 6 Novembro 2024
Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Mais uma eleição! Já pensou nela?

Há que cuidar desta pertença e continuar a lutar na construção e consolidação deste projeto europeu. Para protegermos os nossos interesses, devemos estar na linha da frente.

5 min de leitura
- Publicidade -
Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

Famalicão

Cumprir-se-á um mês da comemoração do Dia da Europa quando os portugueses forem chamados a sufragar os candidatos a ocupar os vinte e um lugares que aguardam os resultados eleitorais do próximo dia 9 de junho.

Como afirmou Roberta Metsola, a maltesa presidente do Parlamento Europeu, trata-se “do maior exercício democrático multinacional do Mundo. Um momento de escolhas, de direção e de responsabilidade”.

A Fundação Francisco Manuel dos Santos, lançou a 8 de maio o barómetro sobre política europeia que revela como a sociedade portuguesa vê as instituições europeias. Em suma poderemos dizer que a sociedade portuguesa é claramente europeísta, tem um sentimento de pertença fortemente enraizado. No entanto, aceitando o peso destas duas opções, será grave que se possa ficar alheado do próximo ato eleitoral. Há que cuidar desta pertença e continuar a lutar na construção e consolidação deste projeto europeu. Recordemos o que ainda há poucos anos, mais propriamente a 31 de janeiro de 2020, o Reino Unido abandonou a União Europeia, fruto do resultado de referendo de junho de 2016, num processo conhecido por Brexit. Nada pode ser tomado como garantido!

Embora com taxas de abstenção quase que obscenas, a tocar os 70%, os portugueses não identificam e não conhecem a Presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, nem sabem quem são ou o que fazem os eurodeputados portugueses.

Curiosamente, dizem depositar maior confiança nas instituições europeias do que nas nacionais, apesar de mais remotas e mais distantes; 9 em cada 10 acreditam na UE e 7 em cada 10 aprovam o euro.

Portugal foi e continua ser beneficiário dos dinheiros europeus, o que traduz aos olhos da opinião pública, na maior parte das vezes, como a fonte de bem estar e desenvolvimento.

A adesão lusa advém não só desta situação, mas também da partilha de valores e da consolidação da democracia.

Portugal aderiu, à então CEE, em 1986 sob a liderança de Mário Soares. Daí para cá foram vários os países a ingressarem, perfazendo neste moimento, um total de 27 membros.

Um dos desafios que se coloca no próximo mandato é o da adesão de mais uma série de países das Balcãs Ocidentais e da Turquia, onde se incluem a Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Montenegro, Sérvia, Turquia, Ucrânia, Moldova e a Geórgia.

Reveste-se de especial atenção a Ucrânia, visto ser um país em guerra. A Europa é um espaço de paz em perigo! O povo ucraniano luta afincadamente pela independência do país e revê-se nos valores que nos unem e que estão consagrados no artigo 2 do tratado constitutivo: liberdade, democracia, estado direito, justiça e igualdade. Daí a maioria dos candidatos verem com bons olhos a entrada da Ucrânia, embora de momento não reúna as condições definidas pelos critérios de Copenhaga, nomeadamente no que respeita “ à estabilidade das instituições que garantem a democracia, o Estado de direito, os direitos humanos e o respeito pelas minorias e a sua proteção”.

Os alargamentos têm implicado o aprofundamento das instituições, mas também das políticas europeias. Há sempre um trabalho aturado para a receção de novos estados-membros. Isso tem sempre contribuído para a robustez e consolidação do projeto europeu.

São processos complexos e levantam problemas sérios a um país como o nosso, mas o não alargamento e deixar que Putin ganhe poder na Europa central é muito grave para a segurança, estabilidade e prosperidade dos europeus.

Olhar para o futuro, percebendo o que representa o alargamento com reforço do espaço de segurança, de paz e de respeito pelos direitos humanos, alicerçado num olhar com confiança deve encher-nos de esperança, pois significa que a pertença e o contributo de Portugal para a construção europeia estão para perdurar com solidez.

Ficar em casa é deixar que decidam por nós. E há um conjunto de preocupações que geram opiniões diversas e que estão em cima da mesa: migrações, o reforço do investimento no orçamento da defesa, o conflito israelo-palestiniano, a crise da habitação e a pobreza e a desigualdade.

As migrações aumentaram dez vezes mais em 5 anos e o risco de deixar para extremos, nomeadamente de direita, pode levar à perda do controlo da discussão. É imperioso que não fique confinado ao gueto da extrema-direita. De momento o euroceticismo e as migrações estão concentrados na área populista. Os partidos tradicionais não podem nem devem ignorar estas temáticas. A demonstração de uma maior preocupação, pode significar uma maior consciência.

A Europa está em perigo! A leste vive sob a ameaça russa e a partir de novembro corre o risco de deixar de contar com o apoio americano à segurança europeia. Como será possível garantir a segurança dos estados-membros face a ataques terroristas, a ciberataques e à crescente instabilidade em diversas regiões>?

Para protegermos os nossos interesses, devemos estar na linha da frente.

Devemos ganhar respeito e influência. Ser cumpridores. Fazer o TPC.

Estar na vanguarda, como estivemos na moeda única

CUSTOU, MAS ARRANCOU!

Luís Montenegro iniciou a sua experiência governativa com a devolução aos portugueses das quinas, das chagas de Cristo e da esfera armilar. Abdicou do logótipo do consagrado Eduardo Aires. Concorde-se ou não, concretizou uma das suas promessas.

A partir daí, governou à Porto! Passo a explicar: à semelhança de Pinto da Costa, que perdeu as eleições, mas manteve-se a administrar a SAD até ao início desta semana.

No governo, foram várias as demissões e exonerações, mas mantiveram-se os anteriores titulares, sob pena de ação judicial, até tomarem posse os novos decisores.

Embora continue a ser rotina esta mudança de cadeiras quando um novo governo toma posse, pareceram exageradas e claramente duras e incisivas as palavras da tutela para a ex-provedora da Santa Casa. O esclarecimento há de chegar para claro esclarecimento da justeza de toda a adjetivação ministerial, mas gabe-se a frontalidade de Ana Jorge ao estar presente na tomada de posse do seu sucessor onde teve direito à segunda dose dos referidos epítetos!

Passada esta fase conturbada e menos conseguida, anunciou a localização do novo aeroporto e conseguiu o acordo com os professores. Hoje mesmo, apresentou o Plano de Emergência e Transformação na Saúde. É um conjunto vasto de medidas que garantam o acesso a cuidados de saúde. Com 5 eixos estratégicos, procura resposta para os problemas sobejamente conhecidos, assente em medidas urgentes, prioritárias e estruturantes.

Como se deseja, as promessas vão sendo paulatinamente cumpridas!

 

___________________________________________________________

Os artigos de opinião publicados no NOTÍCIAS DE FAMALICÃO são de exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

Comentários

Carlos Folhadela Simões
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.