Quem diria que um órgão tão silencioso poderia ser tão falador?! Há quem diga que o intestino é o nosso segundo cérebro. Ele sente, reage, comunica e, principalmente, reclama quando alguma coisa não está bem.
No dia a dia, esquecemo-nos que a digestão começa muito antes do estômago. Começa no olhar curioso sobre o prato, no cheiro que desperta memórias, na mastigação feita com calma. Mas, em tempos de fast-food e de refeições devoradas entre uma notificação e outra, o nosso sistema digestivo tem cada vez menos tempo para fazer seu trabalho em paz.
Os sintomas são subtis no início: um inchaço aqui, um refluxo ali, uma prisão de ventre que insiste em não ir embora. Muitos ignoram. Afinal, quem vai parar a vida por causa de um desconforto?! O problema é que o corpo vai avisar. E quando avisa é porque algo está mesmo fora do lugar.
A boa notícia é que a saúde digestiva pode ser cultivada como um jardim. Dormir bem, beber água, reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, comer fibras, ouvir o nosso corpo e, claro, respirar fundo. Parece simples. Mas como tudo o que importa, requer intenção.
A ciência já provou que há um elo íntimo entre o cérebro e o intestino, uma espécie de segundo cérebro, que opera em silêncio, mas com sabedoria. É como se o corpo soubesse o que é bom para ele e nós, às vezes, esquecemo-nos de escutar.
Talvez a saúde digestiva seja, antes demais, um exercício de escuta. Ouvir o nosso corpo, comer devagar, escolher alimentos ricos em nutrientes.
Talvez o segredo esteja mais na simplicidade do que nas dietas da moda.
Cuidar da digestão é mais do que evitar problemas intestinais. É cultivar o bem-estar, energia e a mente. É reconectar-se com o que o corpo pede e com o que ele recusa em silêncio.
Porque, no fundo, o intestino só quer ser ouvido.
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