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Quarta-feira, 8 Maio 2024
Vera Carvalho
Estudou Línguas e Literaturas Europeias. Mestre em Espanhol como Língua Segunda e Língua Estrangeira pela Universidade do Minho. Tem dois livros publicados: Eterno Inferno (2019) e Nostalgia Inquietante (2021). Também participou em antologias poéticas: Sentidos Despertos (2020) e A poesia dos dois lados do Atlântico (2021). Atualmente está a trabalhar como professora de inglês e espanhol.

O poeta sem corpo

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Vera Carvalho
Estudou Línguas e Literaturas Europeias. Mestre em Espanhol como Língua Segunda e Língua Estrangeira pela Universidade do Minho. Tem dois livros publicados: Eterno Inferno (2019) e Nostalgia Inquietante (2021). Também participou em antologias poéticas: Sentidos Despertos (2020) e A poesia dos dois lados do Atlântico (2021). Atualmente está a trabalhar como professora de inglês e espanhol.

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O poeta sem corpo, mas com uma escrita que dá voz e palco a temas importantes para a sociedade. Por ser como é, é assassinado brutalmente por soldados no tempo da Guerra Civil Espanhola. Desconhece-se o motivo exato para tal ato, mas conspira-se que teria sido pela sua orientação sexual. No entanto, a sua morte só elevou ainda mais o seu estatuto como escritor.

Além de poeta, Federico García Lorca, escreveu sobre várias temáticas da sua época. A época em que começou a surgir em Espanha o conservadorismo, na qual a Igreja e o Estado tentavam travar a qualquer custo o avanço dos socialistas e dos democratas liberais. Por esse motivo, algumas das suas obras teve a influências de questões políticas e sociais daquela época, causando, como assim é o verdadeiro objetivo da Literatura, controvérsia na sociedade.

Por escrever abertamente e diretamente sobre a sua opinião acerca do regime atual, tem o seu destino traçado de forma fatal, infelizmente. No entanto, isso não significa que seja esquecido por ter sido “calado” da pior maneira. Ainda hoje é considerado um dos maiores autores espanhóis.

Apesar de ter sido silenciado e negado pelo próprio país, hoje não há nenhum canto do mundo que não sabe algum dos seus versos ou não tenha lido alguma das suas célebres obras, de entre elas destaca-se “Romancero Gitano”, “Bodas de Sangre” e “La casa de Bernarda Alba”. Em toda a sua obra existe a forte presença da cultura espanhola e claro, as suas próprias crenças. Lorca é, portanto, um poeta capaz de se expressar em formas líricas ou dramáticas, dentro de uma tradição literária que, sem perder a conexão com a cultura europeia, tenta dar voz a aspirações coletivas. Esta raiz popular aparecesse nele muito apurada. É, por isso, um poeta consciente e culto, capaz de renovar uma voz anónima de séculos, embora tenha sido silenciado de forma cobarde, a sua voz poética persiste ao longo dos anos e cada vez mais estudiosos (e não só) se interessam pela sua vida e pela sua obra que, se revela bastante rica em termos culturais e linguísticos.

Além da poesia, dedica-se também ao teatro, onde encontra neste género o antídoto para a angústia da solidão.

É um verdadeiro Artista no sentido real e direto da palavra na qual teve um final trágico. Mesmo assim, o bom da Literatura é que fica no tempo e a nossa sorte é que hoje podemos estudar e ler as suas obras.

Como mencionado previamente era conhecido por expor diretamente aquilo que acreditava ou pensava sobre determinada temática, como também podemos ver em algumas das citações seguintes: “¡Libros! ¡Libros! He aquí una palabra mágica que equivale a decir “amor, amor”, y que debían los pueblos pedir como piden pan.” (Livros, livros! Aqui está uma palavra mágica que equivale a dizer “amor, amor” que deviam os povos pedir como pedem pão). Aqui revelando a sua opinião acerca da cultura, um aspeto primordial para Lorca.

“La historia no sólo se verifica en la poesía sino que, gracias a ella, se condensa, adquiere un sentido, crea imágenes y los símbolos en que los americanos se reconocen” (A história não só se verifica na poesia como que, graças a ela, se condensa, adquire um sentido, cria imagens y os símbolos em que os americanos reconhecem”). O autor sempre procurou nas várias formas de arte um refúgio para se expressar e ser tal e qual como era, conseguindo alcançar através dela a liberdade que desejava e que, por isso, acaba sendo morto.

“Los pueblos son libros. Las ciudades periódicos mentirosos” (Os povos são livros. As cidades, jornais mentirosos). Também conhecido pela sua forte participação e crítica política, acaba por através das suas obras de deixar uma crítica “indireta” e sublime ao regime da época.

Apesar de ainda se tratar de uma morte sombria e injusta na qual ainda hoje se desconhecem os verdadeiros motivos que levaram a tal decisão. Mesmo a declaração da sua morte, só foi

noticiada anos mais tarde pelo governo. Até hoje não se sabe motivos ou até mesmo onde deixaram o seu corpo, mas sabe-se que Lorca causou “estragos” (no bom sentido) com uma caneta, mais que os próprios soldados que lutavam por uma ideologia através das armas.

Mostra-se mais uma vez que a real literatura é aquela que causa e que incomoda, pois através das palavras pode-se causar mais rapidamente uma mudança do que através de guerras. O que não sei se se revela como algo bom ou mau, mas que mais uma vez vem comprovar que a Literatura tem um poder universal de revolucionar.

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Vera Carvalho
Estudou Línguas e Literaturas Europeias. Mestre em Espanhol como Língua Segunda e Língua Estrangeira pela Universidade do Minho. Tem dois livros publicados: Eterno Inferno (2019) e Nostalgia Inquietante (2021). Também participou em antologias poéticas: Sentidos Despertos (2020) e A poesia dos dois lados do Atlântico (2021). Atualmente está a trabalhar como professora de inglês e espanhol.
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