Vivemos Tempos Líquidos como nos refere o sociólogo Zygmunt Bauman. Tempos em que a insatisfação pessoal parece ser um denominador comum à maior parte de nós.
A tão famigerada felicidade escapa-nos entre os dedos levando-nos à procura incessante da repetição de momentos felizes. E é nesta loucura do desejo irracional de viver em permanente “felicidade” que vamos adoecendo. O corpo somatiza e a alma escurece.
Tornámo-nos acumuladores de tendências, influências, entretenimentos. Acumulamos coisas e pessoas. Queremos pertencer ao bando tudo na vã tentativa de ofuscar ou driblar o sofrimento inerente a todo o ser-humano. E aos poucos, tornámo-nos ilusionistas sociais. Especialistas do faz de conta. Exemplos de falsos sucessos de vidas perfeitas. Ah como isto é cansativo e exaustivo!
Enquanto o ser-humano não aceitar a sua humanização, difícil será alcançar o seu bem-estar emocional em todas as áreas da sua vida.
A vida é um processo claro e inequívoco, onde o sofrimento não é sinónimo de fracasso, é o tempero que falta para vivermos a vida com significado, com o propósito do rejúbilo da superação.
A felicidade não é um caminho linear, é composto por curvas e contracurvas até chegar ao destino previsto e, uma vez aqui chegados a conclusão é inequívoca, tudo terá valido a pena, como tão bem escreveu o nosso querido Fernando Pessoa:
“ Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar para além da dor”
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