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Vila Nova de Famalicão
Sábado, 5 Outubro 2024

Casa da Memória “mais viva” com espaço no centro da cidade

Associação famalicense passa a dispor de instalações para sede e atividades.

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Famalicão

A partir desta quinta-feira, dia 21, “Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer”, a Casa da Memória Viva (CMV) passa a dispor de um espaço próprio para desenvolver as suas atividades de suporte a familiares e cuidadores de pessoas com doenças neurodegenerativas e de preservação e valorização da memória identitária da comunidade famalicense.

Quatro anos depois da sua fundação, esta associação sem fins lucrativos abre portas numa sala com pouco mais de 50 metros quadrados no centro da cidade de Vila Nova de Famalicão: na R. de São João de Deus, n.º 116, 2.º andar, sala 3 (edifício dos Correios).

“Foi uma primeira etapa custosa, porque quando arrancamos para o terreno apanhámos com o início da pandemia de Covid, mas está superada. A Casa está mais viva! Depois da instalação, ambicionamos a consolidação e, sobretudo, uma intervenção social e cultural diferenciadoras”, declara o presidente da direção da CMV, Carlos de Sousa.

Um workshop sobre “Dicas e estratégias para o dia a dia do cuidador da pessoa com Demência”, a partir das 14,30 horas desta quinta-feira, constitui a primeira iniciativa a ter lugar no novo espaço. O encontro será orientado pelas terapeutas Cristiana Sousa e Marta Ferreira, profissionais com vasta experiência terapêutica no apoio à pessoa com demência, tanto em contexto hospitalar como domiciliário. Neste âmbito, nomeadamente, foram responsáveis pelo lançamento, em Lousada, do projeto LembrArte – Equipa Terapêutica de apoio à pessoa com demência. A participação é gratuita e a organização ainda aceita inscrições. Basta, para isso, um contacto pelo telemóvel  930946424 ou através do e-mail memoriaviva.vnf@gmail.com.

Às 18 horas, a Casa abre-se a associados, mecenas e amigos para um “Porto de Honra”, com que, simbolicamente, “festejaremos mais um objetivo superado, porventura aquele que vai permitir alavancar de forma mais eficaz a ação associativa”, salienta o seu presidente.

Segue-se, às 19:15h, na igreja matriz de Famalicão (nova), uma missa de ação de graças pelos famalicenses com doença de Alzheimer, seus cuidadores e familiares.

Entretanto, no próximo sábado, de manhã, a CMV volta a ter uma iniciativa pública para “sensibilizar a comunidade famalicense para a situação das pessoas com doença de Alzheimer e as respostas a que têm direito e ainda não lhes asseguramos”, justifica Carlos de Sousa. Trata-se do 1.º Passeio da Famalicidade – DÊ 2 PASSOS, que às 10 horas arrancará da esquina da R. Manuel Pinto de Sousa com a Pr. Álvaro Marques, junto ao painel azulejar do antigo posto dos Serviços Médico-Sociais da Previdência, junto a um espaço verde que os dirigentes da associação gostariam de ver transformado em “Jardim da Memória”.

“Vamos passear pela cidade, em passada ritmada pela memória que dela temos e com o olhar desperto pelo contemporâneo, conjugando atividade física, convívio e fruição cultural”, antecipa a organização, que apresenta a iniciativa como sendo “para todos, todos, mas mesmo todos, os famalicenses – dos adeptos das práticas ‘slow movement’, às famílias ou às pessoas com mobilidade reduzida e/ou transtornos cognitivos”.

Do trajeto desta edição de estreia do Passeio da Famalicidade, cuja participação obriga à doação mínima de 5,00 euros (antes da partida ou mediante prévia inscrição na página da CMV no Facebook), fazem farte visitas a duas “interessantes exposições” patentes na cidade. A primeira pode ser apreciada no Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa: a exposição “Santo António é o meu Santo”, que reúne dezenas de imagens do popular santo português, do colecionador famalicense Jorge Azevedo, que acompanhará a visita. Depois, os participantes tomarão contacto com a mostra alusiva ao centenário do pintor e poeta Mário Cesariny, patente na Fundação Cupertino de Miranda.

Antes do fim do Passeio, previsto para as 12 horas, haverá uma paragem na Fonte dos Pelames, na R. Ernesto Carvalho, próximo da sede administrativa da CMV, com a evocação da respetiva lenda, por Rui Araújo, divulgador da História e do Património Cultural famalicense e estudioso da historiografia concelhia.

O “Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer” foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1994 e ocorre, desde então, a 21 de setembro. Segundo aquela organização internacional, no mundo inteiro há cerca de 55 milhões de pessoas com mais de 65 anos com demência, de que a doença de Alzheimer é a forma mais comum. Atualmente, constitui a sétima causa principal de morte a nível mundial.

Nas próximas duas décadas, este número deverá quase triplicar, passando para 138 milhões até 2050. Anualmente, surgem cerca de 10 milhões de novos casos.

À escala concelhia, e tendo em consideração os indicadores internacionais e os resultados do último Censos, a CMV projeta que quase um milhar de famalicenses padeçam de uma doença do foro neurodegenerativo que os afete na sua autonomia e comportamento, como a doença de Alzheimer, a demência vascular, a demência frontotemporal ou a demência por corpos de Levy

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