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Vila Nova de Famalicão
Terça-feira, 12 Novembro 2024

Depois de grande susto, família organiza rifas para oferecer incubadoras ao hospital de Famalicão

“Preferimos ajudar o hospital para que esse tipo de situação não aconteça a mais nenhum bebé", disse a mãe de Artur, o bebé envolvido no incidente.

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Famalicão

Joana e Andreiy, pais do pequeno Artur que nasceu no dia 31 de dezembro do ano passado, transformaram uma experiência traumática ocorrida no Hospital de Vila Nova de Famalicão numa iniciativa de esperança e solidariedade.

Segundo apurou o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO, o casal está a organizar rifas cujas receitas vão reverter em prol da aquisição de duas incubadoras para o hospital de Famalicão.

Como o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO informou em exclusivo, um incêndio numa incubadora marcou o último dia de 2023 na neonatologia da Unidade Local de Saúde do Médio Ave. Artur, o primeiro filho de Joana e Andreiy, que havia nascido horas antes, é o bebé que estava na incubadora. [ver notícia Ministério Público investiga incêndio numa incubadora no hospital de Famalicão]

Joana e Andreiy não formalizaram nenhuma reclamação junto dos serviços hospitalares. “Tivemos uma ideia melhor. Em vez de reclamar, vamos ajudar”, contaram os pais de Artur ao NOTÍCIAS DE FAMALICÃO.

O casal teve a ideia de “organizar umas rifas para angariar fundos para doar duas incubadoras” e contactou o hospital de Famalicão para comunicar a ideia e obter autorização para implementar.

A iniciativa já está em curso e quem quiser ajudar pode adquirir as rifas que estão a ser vendidas nos restaurantes Mikado, Los Pepes, Mikadinho, Hoko e Miyuki. O valor é de apenas um euro.

Publicação que Joana, mãe de Artur, está a divulgar nos seus perfis nas redes sociais. Fotografia DR

“Preferimos ajudar o hospital para que esse tipo de situação não aconteça a mais nenhum bebé em vez de estarmos a reclamar pelo nosso que, felizmente, está bem”, referiu Joana ao NOTÍCIAS DE FAMALICÃO, salientando que “isso é o que interessa”.

RISCO DE INTOXICAÇÃO

Uma incubadora é uma espécie de berço revestido por um habitáculo de plástico transparente, com uma abertura nas laterais para se poder aceder ao bebé.

“Quando a incubadora começou a fumegar, a enfermeira que estava a cuidar do bebé apercebeu-se que o equipamento estava a deitar fumos e cheiros, e lançou o alerta”, declarou ao NOTÍCIAS DE FAMALICÃO uma fonte hospitalar, destacando que “se o incêndio não tivesse sido detetado imediatamente as consequências seriam muito graves”.

Todos os bebés foram imediatamente retirados da neonatologia e os bombeiros foram chamados ao local. “A nossa maior preocupação foi a exposição ao fumo que todos os bebés sofreram. Uma intoxicação por monóxido de carbono em bebés tão pequenos é muito mais rápida e mais grave. A nossa preocupação foi colocar todos os bebés em segurança” referiu essa mesma fonte hospitalar.

“Foi um choque tão grande que nem tive reação. O que eu queria saber é se o meu filho estava bem”, revelou Joana, em declarações ao NOTÍCIAS DE FAMALICÃO, tendo acrescentado que na altura do incidente, “queria muito ver o bebé, mas ainda estava a recuperar da cirurgia” e não a deixaram sair do quarto. “Pedi a Andrey que não saísse de perto do nosso filho, o bebé precisava mais dele do que eu”, explicou a mãe, que teve o encontro com o filho horas mais tarde.

“Na altura fiquei assustado, um bocado atrapalhado” destacou o pai de Artur. “Estavam lá os bombeiros. O cheiro era muito intenso e vi pessoas a sair de outras partes da neonatologia vindo cá para fora a dizer que cheirava muito a fumo”, recordou Andrey, que na altura foi também ouvido pela polícia.

O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO apurou que a incubadora não pertence ao hospital de Famalicão. Terá sido obtida através de um empréstimo e chegou à unidade hospitalar ao início da tarde do dia 31 de dezembro, tendo o incêndio do equipamento ocorrido pelas 18 horas desse mesmo dia. A PSP encaminhou a ocorrência ao Ministério Público para averiguações.

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