Mas afinal o que se pretende com as eleições, estas e todas as outras a que somos chamados a participar exercendo o direito ao voto e assim à escolha?
O que move alguém a querer fazer parte de uma organização política, um partido político ou como independente querer exercer um cargo político, ou aceder a um cargo de gestão pública eleito pelo Zé Povinho?
Por vaidade…
Por luxúria…
Para aceder ao poder…
Para governar, governando uma grande casa ou desgovernando no desgoverno já conhecido, como já aconteceu algumas vezes.
As intenções são sempre boas ou não…
Vejamos a obra feita.
Presidentes de junta, de Câmara ou governantes, atarefados e aperaltados quase sempre no último ou nos últimos anos de mandato com grandes obras, inaugurações com pompa e circunstância, panfletos informativos de obras de mérito e honra aquando do seu tempo no muito atarefado, atulhado, assoberbado tempo de governo ou gestão do seu cargo de poder centralizado ou descentralizado.
Ainda a procissão vai no adro e já a banda de música canta os feitos, os cavalos montados pela guarda de honra abrem alas para que a vaidade se deixe ver pela maravilha de obras que se podem notar a olho nu, porque atos sociais de gestão de proximidade num Estado de Providência no caso de presidentes de junta ou de Câmara com políticas de proximidade em velocidade veloz onde tudo é movimento e mudança são de visibilidade reduzida ou digna de pouca notoriedade.
Ou não…
Venham outros tachos, tachinhos e panelas, pratos sopeiros ou ladeiros que há comida para todos… Viramos o porco no espeto porque o mais importante muitas vezes não é clarificar mas apanhar pelo estômago fanáticos com antrolhos que mais não fazem do que ver fogo de artifício no céu, e assim o estalido faz-se ouvir.
Mas também nos deparamos com exceções com gente de bem que quer fazer mais e melhor, que se empenha, que trabalha de sol a sol para aprimorar na gestão e fazer este pequeno país ao pé do mar plantado sair da cauda da Europa e ser reconhecido além mar e fronteiras.
O direito ao voto é algo que nos possibilita o direito à escolha conscienciosa sem vaidades e que muito nos custou a adquirir.
Vivemos assim tempos áureos.
Assim podemos participar na escolha daqueles que mais se identificam com os nossos interesses e se interessam em fazer mais e melhor.
Tiremos então os antrolhos e façamo-nos conscientes na melhor escolha possível.
Afinal talvez seja a hora de vestir o rei que tem andado nu… Não gritemos em silêncio o rei vai nu, porque se ele por vaidade não se vestir vai sempre fritar o peixe sem olhar ao gato.
Mas que diabo, tanto reclamamos e depois não vamos votar.
Quem são estes senhores que se propõe a governar?
São vaidosos nus, defensores de cores políticas ou homens de bem descalços e de mangas arregaçadas sem vaidade ou luxúria a querer fazer mais, melhor e muito bem?
Depois de um breve enquadramento e por coincidência as primeiras eleições em que fui exercer o meu direito de voto em 1997 foram também as eleições autárquicas.
Hoje mais consciente do meu direito queria conseguir ver além…
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