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Sexta-feira, 29 Março 2024

Obras no centro da cidade de Famalicão. Até quando? E a que preço?…

Os famalicenses estão a pagar um preço alto pelas obras no centro de Famalicão.

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Famalicão

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O prazo para a conclusão das obras no centro da cidade de Famalicão termina no dia 19 de junho. O óbvio está diante dos olhos de toda a gente: as obras não ficam prontas nem nesse dia, nem nesse mês.

As obras no centro da cidade iniciaram em 2020 tendo como prazo de conclusão outubro de 2021. Em outubro de 2021 o prazo foi prorrogado por mais 120 dias, atirando a conclusão para abril de 2022. A 24 de março foi aprovada uma derrapagem no valor do contrato com o compromisso de que com a aprovação da verba extra não haveria alteração dos prazos da empreitada. [ler aqui Obras no centro de Famalicão derrapam em cerca de um milhão de euros]

Não foi isso que aconteceu. A 7 de abril, ou seja, apenas 14 dias depois da reunião na qual foi dito que não haveria alteração no prazo, o mesmo foi novamente prorrogado, desta vez por mais 50 dias. A data data de conclusão passou a ser 19 de junho. [ler aqui Obras na cidade de Famalicão mais caras e com conclusão novamente adiada]

“Isto é gozar com quem trabalha!” é o nome de um programa de humor, mas é também uma frase que reflete o sentimento de muitos famalicenses. Para quem vive e trabalha no centro da cidade todos os prejuízos e aborrecimentos contam.

Escrevi “quem vive e trabalha” porque nos últimos tempos têm sido os únicos a frequentar o centro de Famalicão. É com tristeza que ouço, de cada vez mais pessoas, que a cidade já não faz parte das suas opções de comércio, serviços e lazer.

Na semana passada, numa conversa sobre a pandemia, ouvi de uma comerciante que as obras causaram muito mais prejuízos ao seu estabelecimento do que a covid-19. Com a experiência de quem trabalhou no centro da cidade toda a vida, a comerciante diz que o que afastou as pessoas foi a ausência de estacionamento e as dificuldades de aceder ao local mesmo que a pé.

Está em curso mais uma nova tentativa de construção do edifício que vai abrigar casas de banho e quiosque. [ler aqui Foi demolida estrutura construída na Praça D. Maria II em Famalicão] Será desta que a cobertura aguenta? Esperemos que sim! Mas quem dera fosse apenas isso a faltar concluir.

Imagem do projeto apresentado pela Câmara Municipal de Famalicão

Quem viu as imagens do projeto, sabe que faltam, por exemplo, umas fontes que até foram objeto de queixa no Ministério Público [ler aqui Obras no centro de Famalicão motivam queixa no Ministério Público]. E, claro, há ainda os acabamentos e arranjos.

Há também as várias parte da obra que já precisam de obra (piso quebrado, rachado, irregular, etc.). Infelizmente, as obras ainda não acabaram, mas já se fala em orçamentos para despesas de manutenção e de reparação de estragos em zonas intervencionadas. [ler aqui Obras na cidade. “Algumas zonas renovadas já apresentam degradação”]

No entanto, nem tudo é mau. Dois imponentes edifícios foram restaurados pela iniciativa privada e uma outra recuperação importante já foi anunciada. No entanto, isso não apaga a quantidade de pequeno comércio a desaparecer. Quando enfim as obras de Santa Engrácia ficarem prontas haverá recuperação possível? Para alguns, sim, mas para outros, infelizmente, será tarde demais.

O contrato inicial da obra na área central da cidade, abrangendo a Praça D. Maria II até ao Campo Mouzinho de Albuquerque, tinha o valor de 7.676.040,38 euros aos quais se somaram os 880.415,21 euros aprovados em março deste ano. Ou seja, o valor passou a ser 8.556.455,59 euros. Com o acréscimo dos 6% de IVA, o valor ultrapassa os 9 milhões de euros.

De acordo com a sinalética, o valor da obra é de 8.259.243,88 euros, contando com um apoio da União Europeia no valor de 3.504.777,27 euros. Ou seja, o equivalente a cerca de 42% do valor da obra. Fotografia NOTÍCIAS DE FAMALICÃO

Ah, esse montante não inclui os vasos de flores e outras peças. Isso aí são outros dinheiros. [ler aqui Nova decoração no encontro das ruas Adriano Pinto Basto e Santo António].

A renovação do mercado municipal e a criação do novo posto de turismo, na zona envolvente, também são objeto de outros contratos. [ler aqui Novo Mercado Municipal foi inaugurado e aqui Posto de Turismo vai abrir as portas ao público].

Seria justo se no fim das obras tudo fosse somado e os famalicenses ficassem a saber, de facto, quanto custou a tal renovação do centro da cidade.

Embora o preço a pagar seja muito mais que financeiro. Há valores incalculáveis, impossíveis de serem estimados em euros. A memória coletiva, as características e os traços únicos de Famalicão desvaneceram. Com as obras, o “novo centro” poderia ser de uma cidade qualquer.

 

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