O Partido Socialista de Vila Nova de Famalicão acusa o presidente da Assembleia Municipal, Nuno Melo, da coligação PSD-CDS, de ser cúmplice de ameaças e insultos a deputados municipais socialistas.
Pela voz do líder do grupo do PS na Assembleia Municipal, Jorge Costa, os socialistas acusam Nuno Melo de “parcialidade na condução” do parlamento local. “Nas poucas vezes que está presente, [Nuno Melo] está mais preocupado em criar mal-estar e proporcionar o conflito do que e liderar de uma forma responsável”, acusam os socialistas no comunicado enviado ao NOTÍCIAS DE FAMALICÃO, em resposta a um comunicado da coligação PSD-CDS, noticiado segunda-feira pelo nosso jornal [ver notícia aqui: Coligação PSD-CDS acusa PS de “machismo e intimidação verbal” na Assembleia Municipal de Famalicão].
NUNO MELO “CÚMPLICE”
A coligação PSD-CDS tinha apelado a uma intervenção apaziguadora de Eduardo Oliveira, líder do PS-Famalicão, que é vereador na Câmara Municipal e deputado à Assembleia da República, mas a resposta acabou por ser dada pelo líder do grupo municipal, Jorge Costa.
Presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão desde 2002, líder nacional do CDS e eurodeputado, Nuno Melo é acusado de protagonizar “um vergonhoso patrocínio ilegal dos interesses e mesquinhices da coligação que defende há mais de 20 anos”.
Jorge Costa lamenta “o silêncio absoluto e cúmplice de Nuno Melo”, alegando ter sido vítima de “insultos”, neste mandato, “por parte de membros da coligação”. O autarca socialista observa ainda que o comunicado da coligação PSD-CDS não fez “uma única referência aos insultos que o grupo parlamentar do PS tem padecido por destacados membros da coligação”.
“TIQUES DE TIRANIA”
Por isso, os socialistas afirmam que a coligação PSD-CDS “usa uma estratégia de vitimização de uma maioria que já não tem nada para oferecer aos famalicenses e que, com tiques de tirania, pensa que pode tudo e manda em tudo, querendo decidir tudo no silêncio dos gabinetes e sem dar explicações”.
“De uma forma politicamente atroz, Nuno Melo, não cala apartes vergonhosos e vis da bancada da sua coligação”, aponta Jorge Costa, acrescentando que o PS “lamenta esta postura de uma velha coligação sem ideais e que utiliza falsos apartes para fazer jogo político”.
Jorge Costa considera ainda que “o papel fiscalizador das oposições” é visto pelos deputados da maioria PSD-CDS na Assembleia Municipal “com flagrante incómodo”. “Esta coligação confunde deliberadamente oposição musculada com machismo, autorizando uma presidente de junta a responder impropriamente em apartes e soberba de poder, maltratando um presidente de junta seu igual”, exemplifica o líder da bancada socialista.
AMEAÇAS FÍSICAS E INSULTOS
Jorge Costa acusa Nuno Melo de autorizar “os deputados da maioria a prolongarem as suas intervenções quando o tempo parlamentar já se esgotou, como aconteceu na última Assembleia com o Presidente da Junta de Bairro”. Outra situação criticada no comunicado do PS são as agendas de trabalho com “um número absurdo de pontos para obrigarem os deputados a comparecerem várias vezes, promovendo assembleias até altas horas da madrugada só para tentar calar as oposições”.
Jorge Costa exemplifica as suas acusações lembrando dois episódios alegadamente ocorridos no mandato anterior. Num deles, o então deputado socialista Paulo Folhadela, atual vereador, foi alvo de ameaças físicas por parte de um deputado da coligação PSD-CDS. Num outro momento, recorda Jorge Costa, o então deputado e agora vereador da coligação PSD-CDS, Hélder Pereira, “numa sessão online insultou um elemento do grupo municipal do PS”.
Por isso, dizem os socialistas, “a coligação não tem moral para apontar o dedo seja a quem for”. E a rematar o comunicado, adianta: “Ninguém vai desviar o PS do caminho que tem traçado de fiscalizar, defender e proporcionar qualidade de vida para todos famalicenses.”
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