Mário Passos, recandidato à presidência da Câmara, e os vereadores e candidatos Augusto Lima e Pedro Oliveira, têm pressionado dirigentes e colaboradores de relevantes instituições educativas, desportivas, culturais e sociais para que gravem vídeos de apoio à coligação PSD-CDS. A denúncia é feita pelo Partido Socialista (PS) em comunicado e surge na sequência de um vídeo publicado no perfil de Mário Passos e em vários meios digitais afetos à campanha no sabádo, 16 de agosto.
O vídeo transmite “uma mensagem do diretor do Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado, José Moreira, que, nessa mesma qualidade, faz um apelo político ao voto, no âmbito das Eleições Autárquicas 2025”, destaca o PS.
“O PS não pode deixar passar esta situação sem vir a público denunciar que pessoas e instituições, com especial dever de neutralidade, tenham de se vergar ao poder da atual Câmara Municipal, que não tem pudor em usar a força que a democracia lhes concedeu para bem do povo e de Famalicão, mas que continuam a usar para seu proveito próprio”, afirma Alexandra Moreira, coordenadora da secção do PS-Famalicão.
Para o PS-Famalicão, com a “pressão” para que representantes das instituições gravem os vídeos, “fica a ideia clara de que os apoios, as intervenções e o cumprimento da obrigação e da responsabilidade desta Câmara Municipal exigem um retorno que é partidário, sectário e que viola todas as regras dos valores e da ética republicana”.
REAÇÕES NAS REDES SOCIAIS
“Com Mário Passos a educação em Famalicão tem mais futuro, por isso eu apoio Mário Passos”, afirma José Moreira no vídeo que pode ver aqui. Segundo apurou o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO, José Moreira é natural de Fafe e não está recenseado como eleitor em Vila Nova de Famalicão.
Nas redes socias, reações críticas ao apoio manifestado por um diretor de agrupamento a um candidato. “Como? Um diretor de agrupamento de escolas participar num ato de campanha eleitoral?”, escreveu a professora Sandra Costa no Instagram.
No Facebook também lê-se comentários críticos. “Isenção sabe o que isso é? O senhor representa uma comunidade escolar!”, escreveu Luís Moreira.
O partido refere ainda que irá pedir “parecer à Inspeção-Geral da Educação e Ciência e à Comissão Nacional de Eleições” no âmbito da legislação eleitoral em vigor que determina, entre outros aspetos, “o princípio da imparcialidade das entidades públicas perante as candidaturas”.
“É hoje por demais visível que temos um presidente de Câmara responsável por criar conflito e divisão nas instituições. É nosso objetivo unir os famalicenses e não usar as instituições ou intimidar as instituições locais”, afirma o PS-Famalicão.
“NERVOSISMO DE QUEM VAI PERDER AS ELEIÇÕES”
Neste contexto, o PS vem por este meio fazer “um apelo, um convite e uma promessa”, com a garantia de que “o que for feito será por e em nome de todos os famalicenses, e do seu futuro”.
O convite é dirigido ao candidato Mário Passos para que “pare com a pressão e realize uma campanha elevada, justa e transparente”.
“Compreendemos o nervosismo de quem sabe estar prestes a perder as eleições, mas não pode valer tudo para garantir a sobrevivência política”, destaca Alexandra Moreira, que convida também que a direção de campanha [de Mário Passos] “para que se demarque publicamente desta forma de fazer política em Famalicão”.
O pelo e a promessa são dirigidos aos famalicenses. O apelo é “para que não tenham medo, não se deixem vergar por um poder que procura ser absoluto, mas que não é capaz, sequer, de respeitar os valores dos partidos que o suportam”, com a promessa de que o PS “garantirá às instituições os meios justos e necessários para a realização da sua missão e do seu nobre trabalho sem exigir, jamais, qualquer retorno político partidário”.
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