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Vila Nova de Famalicão
Terça-feira, 12 Agosto 2025

PSD-Famalicão em pé de guerra a dois meses das eleições

Paulo Cunha apontado como “o pivô da conspiração”.

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Famalicão

A elaboração das listas de candidatos à Câmara e à Assembleia Municipal está a expor algumas das feridas causadas pela guerra surda que nos últimos meses tem atravessado o PSD em Vila Nova de Famalicão.

Em causa, situações como a substituição do nome do mandatário da lista “nas costas da comissão política concelhia”; a recusa de Mário Passos, presidente da Câmara eleito pela coligação PSD-CDS e recandidato a um novo mandato, em ouvir a comissão política do PSD-Famalicão no processo de escolha dos candidatos a vereadores; e a inédita interferência de um candidato à câmara em competências que são exclusivas do partido, como é o caso da elaboração da lista de candidatos à Assembleia Municipal.

MANDATÁRIO DA LISTA EXCLUÍDO

Uma das situações que “caiu muito mal” junto do PSD-Famalicão foi a exclusão do mandatário da lista (uma espécie de fiel da balança que trata de aspetos burocráticos da candidatura – não confundir com mandatário de campanha) escolhido pela comissão política concelhia, seguindo orientações de Lisboa. “É uma clara usurpação dos estatutos do partido”, afirma uma fonte social-democrata sob anonimato.

O mandatário escolhido pela comissão política foi Pedro Santos, vice-presidente do PSD-Famalicão e destacado deputado municipal. No entanto, na plataforma eletrónica de gestão das candidaturas, o nome de Pedro Santos foi substituído pelo de Paulo Cunha, presidente da comissão política distrital de Braga, “numa manobra de bastidores que indicia que há um golpe em marcha”.

A insólita situação não se repetiu em nenhum outro concelho do distrito de Braga. Ou seja, Vila Nova de Famalicão é o único município onde Paulo Cunha fez questão de assumir os trâmites da aprovação das listas de candidatos aos órgãos autárquicos.

ACESSO DO PSD-FAMALICÃO BLOQUEADO

Outra situação insólita é o facto de o acesso da comissão política concelhia à plataforma eletrónica que faz a gestão das listas de candidatos já ter sido bloqueado mais do que uma vez.

Recorde-se que a responsabilidade da gestão das listas foi atribuída pela estrutura nacional às comissões políticas locais. Portanto, só a estrutura nacional do partido pode atribuir chaves eletrónicas de acesso à plataforma.

MÁRIO PASSOS QUER SOFIA FERNANDES FORA DA LISTA

Os alarmes soaram no PSD-Famalicão quando se soube que, mesmo tendo sido ouvido no processo de escolha dos candidatos, Mário Passos está contra a lista do partido encabeçada por Sofia Fernandes, deputada à Assembleia da República e presidente do PSD-Famalicão.

Segundo apurou o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO junto de fonte social-democrata, Mário Passos quer “excluir Sofia Fernandes e muitos outros nomes” da lista de candidatos, uma interferência que “nunca aconteceu” na história do PSD-Famalicão. “É inadmissível essa clara tentativa de violar os estatutos do partido”, afirma a mesma fonte.

“O mais grave é Mário Passos querer fazer uma lista, não tendo qualquer poder para tal dado que a lista de candidatos à Assembleia Municipal é da responsabildade do partido”, destaca a fonte social-democrata, considerando que Paulo Cunha é o “pivô da conspiração” e que muitas das pessoas convidadas por Mário Passos “estão a recusar o convite”.

Refira-se que a composição da lista para a Assembleia Municipal apresentada por Sofia Fernandes foi saudada publicamente pela concelhia da JSD, liderada por Daniela Torres, que afirma, em comunicado, ser sinal de “um novo tempo para a juventude famalicense na política local”.

Além de contar com um número expressivo de candidatos jovens, a lista elaborada pelo PSD-Famalicão também expressa uma paridade de 50%. Entre candidatos efetivos e suplentes a lista é formada por Sofia Fernandes e mais 32 candidatos: 16 homens e 16 mulheres.

O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO tentou falar com Sofia Fernandes, presidente do PSD-Famalicão, e Paulo Cunha, líder da distrital laranja, mas até ao momento não obtivemos resposta. Fonte próxima da líder social-democrata revela que Sofia Fernandes “apenas vai falar sobre este assunto após a entrega das listas ao tribunal”.

Recorde-se que o prazo para entrega das listas das candidaturas ao tribunal encerra no próximo dia 18 de agosto. E na coligação PSD-CDS adivinha-se um verão político muito quente.

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