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Segunda-feira, 7 Outubro 2024

Engenho apresenta orçamento superior a 2 milhões de euros

A Engenho – Associação e Desenvolvimento Local do Vale do Este apresenta números que atestam a sua grandeza: 140 crianças servidas, 150 idosos atendidos, 90 colaboradores e um orçamento que ultrapassa os 2 milhões de euros.

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Famalicão

O plano de atividades e orçamento para 2021 da Engenho – Associação e Desenvolvimento Local do Vale do Este prevê um movimento superior a 2 milhões de euros e um resultado positivo previsional na ordem dos mil euros.

A instituição de solidariedade social da região do vale do rio Este, com sede em Arnoso Santa Maria, concelho de Vila Nova de Famalicão, espera realizar uma receita de 2.034.659 euros e uma despesa de 2.033.571 euros. Caso esta expectativa se cumpra, a Engenho irá obter no próximo ano um resultado positivo de 1.087,60 euros.

Dos cerca de 2 milhões de euros que a Engenho espera gastar, 65%, ou seja, 1,3 milhões de euros, destinam-se a encargos com os salários de quase 90 colaboradores que servem a instituição e que fazem dela “a maior empregadora da zona norte do concelho” famalicense – dado que o presidente da instituição, Manuel Augusto de Araújo, costuma enfatizar.

Manuel Augusto de Araújo, presidente da Engenho, foi um dos seus fundadores, na década de 1990. Fotografia DR

Segundo este responsável, o orçamento para 2021 “foi elaborado na expectativa de que a crise sanitária, económica e social [resultante da covid-19] e esta estranha forma de viver e de sentir passe o mais rápido possível e que haja coragem e determinação para se voltar a ter uma vida normal, dentro do possível”.

Numa mensagem dirigida aos colaboradores e utentes da Engenho, assim como às suas famílias, Manuel Augusto de Araújo recomenda que, “mais do que nunca”, todos têm de ser “resilientes, determinados e solidários na prevenção e no combate” ao coronavírus, de modo a “assegurar o funcionamento da Engenho com todas as suas respostas sociais e serviços”.

PRÉMIO DO BPI VALE 37.950 EUROS

No decorrer do próximo ano, a Engenho colocará em funcionamento a Brigada Móvel de Apoio Geriátrico, na sequência de uma candidatura aprovada pelo Prémio Seniores 2020 – uma iniciativa do BPI e da Fundação “la Caixa” para apoiar projetos que promovam o envelhecimento ativo, saudável e em casa, de pessoas com idade superior a 65 anos em situação de vulnerabilidade social.

No fundo, trata-se de um serviço que a Engenho já desenvolve, mas que agora é fortalecido com o apoio financeiro daquela instituição bancária, no montante de 37.950 euros.

O projeto da Engenho visa reforçar o apoio terapêutico através da criação de “uma unidade móvel de apoio a seniores em situação de isolamento, reforçando apoios terapêuticos e laços sociais”, assim como “trabalhar de forma preventiva e terapêutica, as capacidades motoras, cognitivas e socioemocionais”.

CENTRO DE DIA SERÁ REQUALIFICADO

Em 2021, a Engenho prevê dar início às obras de requalificação do Centro de Apoio Comunitário, no que diz respeito ao Centro de Dia e espaços conexos.

Porém, esta obra só avançará caso seja aprovada a candidatura apresentada ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES 3.0), segundo revelou a instituição em nota de imprensa.

Por outro lado, a Engenho continuará a coordenar e a executar o Programa CLDS-4G, na qualidade de entidade coordenadora local, escolhida pela câmara municipal.

O programa CLDS-4G tem como objetivo promover a inclusão social de grupos populacionais que revelem maiores níveis de fragilidade social num determinado território.

OS SERVIÇOS DA ENGENHO

Cerca de 50% a 60% das receitas da Engenho resultam de protocolos com a Segurança Social, enquanto o restante é oriundo de receitas próprias da instituição, estando à cabeça as verbas municipais e apoios diversos mediante protocolos.

Além das cinco comunidades de intervenção prioritária – Arnoso Santa Maria, Arnoso Santa Eulália, Sezures, Jesufrei e Lemenhe –, a Engenho monitoriza e atende as situações de pobreza e indigência em todo o Vale do Este, no âmbito da Rede Social do município de Vila Nova de Famalicão, o que acontece desde 2008, numa área de intervenção que se estende às comunidades de Nine, Louro, Mouquim, Brufe, Outiz, Cavalões e Gondifelos, que totalizam uma população de 20.843 pessoas.

Mas não é esta a atividade principal da instituição, que foi criada em 1994 para acudir a situações de pobreza extrema na zona norte do concelho de Famalicão.

Com mais de 80 colaboradores, a Engenho dispõe de respostas sociais de apoio à infância (creche, pré-escolar, centro de atividades de tempos livres) e aos idosos (centro de dia, apoio domiciliário, lar de idosos), que abrangem 142 crianças e 152 pessoas idosas, respetivamente.

É PRECISO MAIS DINHEIRO

O presidente da Engenho considera que é necessário “um aumento significativo nos valores contratualizados com o Governo”, dado que, segundo explica Manuel Augusto de Araújo, “o valor das comparticipações do Governo, acrescido das comparticipações dos utentes, cada vez mais empobrecidos, ficam aquém dos valores dos custos reais das várias respostas sociais e serviços”.

O problema faz-se sentir em especial no serviço de apoio aos idosos acamados, cuja despesa mensal, muitas vezes, ultrapassa o valor total das comparticipações da Segurança Social e do próprio idoso, havendo necessidade de recorrer às famílias.

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