A língua portuguesa tem muitas palavras fortes e marcantes.
Muitas, mesmo, carregadas de grande simbolismo e sentimento.
Mas há certas situações que ocorrem e, por vezes, algumas palavras podem levar-nos a outros patamares. E em certos momentos (como os recentes, infelizmente!), somos conduzidos para os sentimentos mais antagónicos… para os antípodas!
Estou a referir-me a duas simples palavras: elevador e glória.
Estas duas palavras juntaram-se para dar lugar a um nome muito conhecido. De um meio de transporte muito tradicional, muito usado e frequentado por inúmeras pessoas.
Pessoas nas mais variadas situações: para uma travessia mais rápida de umas centenas de metros, para ligação a outros transportes e muitos casos em que era utilizado por turistas, para deleite e contemplação, quer do próprio meio de transporte, quer da área envolvente por onde ele se deslocava.
Quantos frequentadores assíduos do Elevador da Glória!… Que os elevava realmente a belos momentos, repletos de emoções, de extrema alegria, de glória…para mais tarde fazerem recordação, memória!
Mas estes dias, surgiram os tais antípodas – este Elevador da Glória teve um percalço, causou um trágico incidente e eis que este Elevador da Glória conduziu, levou, elevou para o eterno, para a Eternidade (Glória)… muitas Vidas que jamais voltarão!
São assim algumas palavras…
Tão depressa as proferimos com alegria e com satisfação, como, num ápice, essas mesmas palavras já nos pesam, já nos carregam com tremenda emoção e dor!
Que este Elevador da Glória possa manter a sua primeira versão e que jamais aconteça a segunda porque foi muito trágica a ocorrência verificada – para Lisboa, para Portugal e para o mundo, tantas eram as nacionalidades das pessoas que o utilizavam na tarde daquele fatídico dia!
Há palavras para as quais o dicionário só deveria poder contemplar um único significado!


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