Os famalicenses Armindo Costa, Paulo Cunha, Mário Passos, Sofia Fernandes, Nuno Melo e Jorge Paulo Oliveira estavam todos juntos na primeira fila. Aconteceu no comício de Luís Montenegro, o líder da Aliança Democrática, que na tarde de sábado, 10 de maio, encheu o Mercado Municipal de Vila Nova de Famalicão.
Um mercado repleto de entusiasmo, com a multidão a cantar “deixem o Luís trabalhar”, mostrou a coligação PSD-CDS de Vila Nova de Famalicão unida e mobilizada em torno de Luís Montenegro, que se recandidata a primeiro-ministro.

Houve três discursos. O primeiro foi de Mário Passos, que, por ser presidente da Câmara Municipal, é o mandatário concelhio da candidatura da coligação liderada por Luís Montenegro, tendo feito o discurso nessa condição. Mário Passos enfatizou o trabalho de Luís Montenegro em 11 meses de Governo.
De seguida, o líder do CDS e ministro da Defesa, que os famalicenses bem conhecem por ter sido dirigente local do partido e presidente da Assembleia Municipal durante mais de 20 anos. Melo abriu com uma palavra especial para o autarca que, em 2001, transformou Vila Nova de Famalicão num município da Aliança Democrática.
”Senhor arquiteto Armindo Costa… Bom vê-lo, bom vê-lo…” O mercado aplaudiu. Melo, porém, foi democrático e distribuiu saudações a Paulo Cunha e Mário Passos. Sobre os três, Nuno Melo disse que “ao longo de um ciclo com mais de 20 anos mudaram para muitíssimo melhor os destinos deste concelho, que hoje é exemplar no plano nacional”. Um começo que agarrou a plateia.
NUNO MELO NÃO QUER LIBERAIS
Mas a mensagem central de Nuno Melo era outra. E para o país político, conforme as televisões replicaram nas horas seguintes: “No que tem a ver com a AD, as pessoas sabem com o que contam. Esta é a coligação do PSD com o CDS. Devo até antecipar que a coligação que o CDS tem é com o PSD. Não é com mais ninguém!”, exclamou Nuno Melo, com o dedo apontador da mão esquerda direcionado para a plateia, agora silenciosa. Ficaram todos a perceber que, por Nuno Melo, não haverá uma aliança de governo com a Iniciativa Liberal.
Classificando que o atual Partido Socialista é “o mais extremado da história da democracia portuguesa”, Melo lembro que se Pedro Nuno Santos formasse Governo “só poderia dar a mão aos extremos”. Mostrando que a Iniciativa Liberal não lhe sai da cabeça, Nuno Melo perguntou: “Com quem é que Pedro Nuno Santos Poderia governar? Poderia governar com o PCP, poderia governar com o Bloco, poderia governar com a IL e poderia governar com o PAN.” E depois de colocar a Iniciativa Liberal no lote dos extremistas, sugeriu: “Comparem a moderação da AD com o extremismo do PS”. Finalmente uns aplausos.
MONTENEGRO, O FAROL DO PAÍS
Aplausos que se tornaram naturalmente mais ruidosos quando o Luís subiu ao palco. E ritmado pela música da campanha, Montenegro cirandou de uma ponta a outra do palco, olhando em todas as direções, de braços abertos ao alto fazendo o “vê” de vitória que também simboliza a saudação dos sociais-democratas.

Estava criado o clima para que o candidato da coligação PSD-CDS a primeiro-ministro, destacasse que a campanha da AD é a que “está a iluminar o caminho”. E embalado pela luz da retórica ou entusiasmado pela multidão famalicense autoproclamou-se “o farol deste país”.
Voltando à coligação governamental, que, por estes dias, será um problema para o parceiro Nuno Melo, o líder social-democrata Luís Montenegro a,linhou pela abrangência: “A nossa coligação é com os portugueses. É essa que nos guia.” Ele sabe que só assim poderá conseguir a tal “maioria maior” que tanto procura.
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