A Associação de Integração Multicultural (AIM), em comunicado enviado à imprensa, expressa “o seu mais firme repúdio por um episódio de discriminação racial”, ocorrido no passado dia 15 de julho, pelas 8h30, na localidade da Lage, freguesia de Calendário, concelho de Vila Nova de Famalicão.
Em causa, insultos racistas e ameaças verbais por parte de três passageiros – duas mulheres e um homem – , um jovem motorista, de 25 anos, nacionalidade angolana, durante o serviço da linha 153 da Mobiave. Alegando um eventual atraso na circulação, os três passageiros “usaram linguagem ofensiva, marcada por preconceito racial e xenofobia, adotando uma atitude intimidatória junto ao posto de condução”.
A AIM destaca que “apesar da tensão e da agressividade das palavras dirigidas contra si, o jovem condutor, que veio para Portugal como estudante e integra atualmente a equipa da Transdev/Mobiave, demonstrou notável serenidade, tendo comunicado de imediato com a empresa e solicitado apoio policial”.
“A rápida intervenção da PSP, que fez deslocar dois agentes ao local, permitiu restabelecer a segurança e garantir a continuidade do serviço”, salienta a AIM, que “saúda a atitude profissional do motorista, assim como a pronta resposta da entidade empregadora e das forças de segurança, que protegeram o trabalhador e contiveram a situação com eficácia”.
AGRESSÃO FÍSICA EM PEDOME
“Infelizmente, este episódio não é isolado”, afirma a AIM, que, em comunicado, revela “outro incidente recente, ocorrido junto a uma paragem escolar de Pedome”. Na ocasião, um motorista foi agredido fisicamente por um automobilista, “apenas por estar a cumprir a sua função de recolha de alunos”.
“A repetição deste tipo de comportamentos hostis evidencia um problema estrutural que não pode ser ignorado”, afirma Taciana Flores, presidente da AIM.
AIM ELOGIA TRANSDEV
A AIM reconhece “o compromisso da Transdev Portugal com a promoção da diversidade e da integração de trabalhadores de diversas nacionalidades” e reafirma a sua própria missão de “defesa da igualdade, da dignidade humana e da convivência respeitosa entre todos os membros da sociedade”.
“A violência verbal ou física, motivada por preconceitos raciais, é inaceitável em qualquer circunstância”, afirma a presidente da AIM.
Taciana Flores salienta que a Associação “permanecerá atenta e atuante, dando visibilidade a estas ocorrências e reiterando que o combate ao racismo é uma responsabilidade coletiva, que deve envolver instituições públicas, sociedade civil, escolas, empresas e cidadãos”.
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