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Vila Nova de Famalicão
Sexta-feira, 29 Março 2024
Carlos Jorge Figueiredo
É farmacêutico, nasceu em Anadia e está radicado em Famalicão desde 1993. Fundador do núcleo local da Iniciativa Liberal.

E se os “mouros” formos nós? Sim, os famalicenses!

Apesar de Famalicão o segundo concelho mais exportador do País, os trabalhadores famalicenses têm um rendimento médio inferior à média nacional. Mas sobre isto o que dizem os protagonistas políticos locais? Nada. Acredito que tudo deveria ser feito para aumentar os rendimentos dos famalicenses. Mas de que forma? Diminuindo os impostos municipais.

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Carlos Jorge Figueiredo
É farmacêutico, nasceu em Anadia e está radicado em Famalicão desde 1993. Fundador do núcleo local da Iniciativa Liberal.

Famalicão

Governo volta a ter um ministro de Famalicão. Nuno Melo assume pasta da Defesa

Nuno Melo, que iniciou a sua carreira política no CDS de Famalicão na década de 1990, chega ao Governo de Portugal aos 58 anos.

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A palavra “mouro” está associada aos povos invasores da Península Ibérica durante a Idade Média. Acontece que a palavra começou a usar-se também no continente português, como um adjetivo relativo aos habitantes do sul do país, em tom de brincadeira ou até depreciativo, no sentido de significar uma menor portugalidade, visto estarem mais afastados do berço da nacionalidade, Guimarães. Nada de importante, apenas bairrismos, existentes um pouco por todo o lado.

Mas existe outro significado de “mouro” que gostaria de desenvolver, que é a expressão utilizada em Portugal, com o sentido de pessoa esforçada e sacrificada, que trabalha muito. É aqui que eu queria chegar!

Os verdadeiros mouros, neste sentido de trabalhadores esforçados, são os povos do Norte do País, pois são aqueles que mais trabalham e menos recebem. É no Norte, mais propriamente, a partir de Aveiro, onde a taxa de população ativa é maior (cerca de 70%) e onde estão localizados os concelhos que mais produzem e mais exportam, a começar em Famalicão (o primeiro do Norte), seguindo-se Braga, Maia, Vila Nova de Gaia e Guimarães. Excluindo Lisboa, que apesar de aparecer em segundo lugar, como o concelho mais exportador, de facto não é, pois trata-se apenas do local onde estão sedeadas as maiores empresas exportadoras nacionais, como é o caso da Galp, Navigator, por exemplo, cujos estabelecimentos fabris, estão noutros concelhos.

Pois bem, no caso de Famalicão, apesar de ser na realidade o segundo concelho mais exportador do País (graças à Continental, Riopele, TMG, Primor, Vieira de Castro, Coindu, Leica, AMOB, etc.) com um valor anual de 2 mil milhões de euros, de ter das mais elevadas taxas de população ativa (mais 7% que a média nacional) e das mais baixas taxas de desemprego, acham que o rendimento médio por famalicense está alinhado com o seu esforço?

Infelizmente, não está! Muito longe disso! Cada trabalhador famalicense tem um rendimento médio inferior à média nacional. Em 2018, um trabalhador de Famalicão ganhava em média 1037€, quando a nível nacional, a média era de 1167€, ou seja, 13% menos! Acham isto justo?

Mas se a situação é esta, o que esperaríamos é que os protagonistas políticos locais, tudo fizessem para aumentar os rendimentos dos famalicenses. Mas de que forma? Diminuindo os impostos municipais, o IMI, a Derrama Municipal e os 5% do IRS destinado às Câmaras Municipais.

Em média, 80% das famílias pagam IMI. A Câmara Municipal de Famalicão cobra 17% mais que aquilo que poderia cobrar. Se não o fizesse, as famílias famalicenses poupariam 2 milhões de euros por ano. Dos 5% de IRS que a Câmara de Famalicão tem cobrado aos contribuintes famalicenses, se decidisse não o fazer, ficaria do lado dos trabalhadores que pagam IRS, 4 milhões de euros, que aumentaria o seu rendimento.

Mas as pessoas menos informadas, questionarão: mas se a Câmara de Famalicão ficasse sem 6 milhões por ano, onde iria arranjar esse dinheiro? A resposta é simples: pouparia esse dinheiro, em obras desnecessárias, em assessorias clientelares, externas e internas, em apoios associativos pouco claros e em indemnizações de milhões de euros, que ninguém percebe, como surgem e em que ninguém é responsabilizado.

Nas contas de 2020, há uma provisão de 4 milhões euros. Alguém sabe, quem o vai receber e quem praticou tal irregularidade? Amigos leitores, em 133 milhões de euros que tem o orçamento de 2021, 6 milhões, são uma gota de água de 4,5%. Haja vontade política!

Mas sobre isto o que dizem os protagonistas políticos locais, os do “sistema” PSD/CDS/PS, que nos tem governado há mais de 45 anos?

O candidato da Coligação PSD/CDS, fala nas cinco agendas, ecologia, criatividade, integração, inovação e participação, que em termos práticos, são balelas sem qualquer substância que em nada alteram a condição de “mouros” a que nos sujeitaram.

O outro candidato do sistema (PS), que representa o partido que há mais anos governa o país e nos condenou às últimas décadas de estagnação económica e social, vem dizer-nos duas coisas; primeiro, usa o lema muito socialista do “cuidemos uns dos outros”(ou seja, é preciso mais impostos para os cuidados universais, ninguém precisa de se ralar muito, porque vai haver sempre alguém que cuida de nós) e atirou a ideia de um novo hospital, mas avisando que o estado não tem dinheiro e seria necessário uma mobilização do setor privado e da sociedade civil, ou seja, uma PPP à moda de Famalicão.

É de elementar análise, que a intervenção revolucionária em 1974/75 que deu origem à ocupação dos hospitais propriedade das Misericórdias, deveria ter sido corrigida, tal como foram outras ocupações selvagens de empresas e propriedades, entregando-os aos seus verdadeiros donos. Mas não deu jeito fazê-lo, porque parecia um acordo positivo para ambas as partes. Entretanto gastaram-se dezenas de milhões de euros, em obras em S. Tirso e Famalicão, e os Hospitais continuam a não ter, em termos de instalações, as condições ideais para uma prestação de cuidados de saúde com a máxima eficiência e conforto.

O Estado português se não desse prioridade ao futebol, construindo 7 estádios novos para o Euro 2004, ideia de Guterres, (estando três deles abandonados-Loulé, Leiria e Aveiro e o de Braga, já soma quase 200 milhões de euros estoirados de forma criminosa), certamente que já teria construído um novo Centro Hospitalar do Médio Ave, para uma população de cerca de 250 mil pessoas (Famalicão, S. Tirso e Trofa).

Mas se o Estado não conseguiu arranjar 30 milhões de Euros para fazer uma variante à EN14, que se encontra há mais de 30 anos a precisar daquela intervenção, como arranjaria os 300 milhões para fazer um novo Centro Hospitalar? Entretanto, o país irá candidatar-se a qualquer evento desportivo de grande projeção internacional, arranjando mais uns 500 milhões de euros, não se sabendo bem de onde. Mas o dinheiro, aparecerá!

Ou seja, o que é preciso é que a malta continue a ser “moura”, pois a vidinha destes protagonistas terá um futuro auspicioso, não fossem estes “esforços partidários” compensados com uma boa posição resultante do poder rotativo que o sistema lhes confere e para o qual contribuem com muito entusiasmo e cientes que o futuro político lhes está assegurado.

Por fim, fora do sistema e da “caixa” do politicamente correto, existe uma alternativa clara que diz uma coisa simples: não aceitamos que os famalicenses continuem a ser tratados como “mouros”, e queremos a devolução imediata de 6 milhões de euros, que nos tem sido extorquido, indevida e desnecessariamente, em IRS municipal e IMI. Por quanto mais tempo é que os famalicenses estarão dispostos a serem tratados como “mouros”?

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