É sempre um risco escrever ainda a quente, mas pelo que se viu no último domingo as próximas Autárquicas têm tudo para trazer grandes mudanças em Famalicão. Contudo, quem parece que vai sair menos beneficiado delas é com escolheu o slogan “A Mudança”!
Quero deixar bem claro que as transposições diretas entre eleições não existem, pelo que os dados seguintes devem ser avaliados com cautela.
COMO FICA A CÂMARA MUNICIPAL SE OS RESULTADOS DAS LEGISLATIVAS SE REPETIREM?
Se olharmos para os resultados das Legislativas e os transpusermos para as Autárquicas verificamos que teríamos um imbróglio para resolver, com a AD local a perder a maioria absoluta, o PS a perder 1 vereador e o Chega a ganhar 3 vereadores. Seria engraçado perceber como se garantia uma solução governativa neste caso?
De facto, podemos até dizer que Mário Passos é um semi-vencedor destas legislativas ao nível local, visto que conseguiu despachar uma voz incómoda para Lisboa e viu o adversário tradicional, e que já está no terreno, ter uma derrota brutal. Fico mesmo na dúvida se dentro do PS local ainda se acredita que é possível ter mais do que 4 vereadores nas próximas autárquicas.
Com esta diferença de votação entre AD e os seus concorrentes mais diretos (que costuma ser ainda maior em autárquicas), restam poucas dúvidas que Mário Passos continuará a ser Presidente de Câmara. Contudo, a possibilidade de, no mínimo, perder um vereador face a 2021 é cada vez mais real.
Sei que o “nosso” presidente acha que vai ter o melhor resultado de todo o sempre, mas tudo indica que se ficar com 6 vereadores (o resultado mais fraco das últimas décadas) já será uma grande vitória.
É ainda importante referir que não fosse Jorge Costa ter abdicado da pretensão de ser deputado e o PS não teria eleito nenhum famalicense, já que foi essa escolha que permitiu passar a indicar a 2ª na lista em vez do 6º.
COMO FICA A ASSEMBLEIA MUNICIPAL SE OS RESULTADOS DAS LEGISLATIVAS SE REPETIREM?
Já na Assembleia Municipal, que vai aumentar o número de deputados eleitos de 35 para 40 fruto da desagregação de freguesias, o resultado seria também muito interessante. De destacar será sempre o saudável desaparecimento da CDU, bem como a entrada de 2 novos partidos – IL e Livre. Não sei se o Livre estará em condições de ter candidatura em Famalicão, mas pelo menos a “minha” Iniciativa Liberal vai passar a ter presença nos nossos órgãos municipais (e bem falta lá temos feito).
Para o final deixo o elefante na sala, o Chega que vai entrar de rompante nos nossos órgãos concelhios, não sabemos qual será a dimensão do impacto, mas promete animar as nossas assembleias municipais e reuniões de câmara.
Será interessante verificar o impacto de uma eleição em que não é André Ventura que concorre, sendo que nas últimas europeias o impacto resultou em terem metade da votação das legislativas anteriores, mas metade de 22% continua a ser muita fruta…
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