Autárquicas. Futuro do Hospital de Famalicão no centro da campanha eleitoral

Eduardo Oliveira alerta para risco de Famalicão perder maternidade e urgência médico-cirúrgica. Câmara Municipal fala num estudo que assegura ampliação do Hospital e PAN quer acesso ao documento. Chega e CDU defendem obras urgentes.

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fachada do hospital de Famalicão fachada do hospital de Famalicão

A faltar menos de um mês para as eleições autárquicas, o futuro do Hospital de Famalicão está no centro das atenções. Na segunda-feira, 15 de setembro, o Partido Socialista divulgou a realização de uma conferência de imprensa e um debate público sobre “o futuro do Hospital de Famalicão”.

A conferência de imprensa foi realizada esta quinta-feira. Na ocasião, Eduardo Oliveira alertou para o risco de encerramento da unidade de saúde famalicense [ver notícia Eduardo Oliveira alerta para risco de fecho do Hospital de Famalicão].

Na segunda-feira, poucas horas depois do comunicado do PS, a Câmara Municipal divulgou a existência de um estudo sobre a viabilidade de ampliação das atuais instalações. O PAN solicitou acesso ao estudo e vai reunir com administração do Hospital. O Chega também tomou uma posição pública, defendendo o “reforço imediato” das atuais instalações e propõe a “avaliação” sobre a construção de um novo hospital.

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Recorde-se ainda que a construção de um novo hospital no concelho é uma das grandes bandeiras do projeto autárquico de Eduardo Oliveira, com o objetivo de “garantir acesso a serviços de proximidade, com qualidade e segurança para todos”.

Além disso, o candidato já sublinhou que a “defesa da saúde pública exige determinação e responsabilidade”, alertando diversas vezes para a atual situação da passagem do Hospital de Santo Tirso, que integra a Unidade do Médio Ave, para a Santa Casa da Misericórdia.

Neste ponto, refira-se que Eduardo Oliveira chamou a atenção para a redução do “número de utentes, o orçamento e a área de atuação da ULS Medio Ave, o que terá por consequência futura o encerramento de valências” em Famalicão.

O candidato socialista afirma que acautelou as entidades competentes e a comunidade para os riscos de um processo de reorganização hospitalar que pode “isolar e fragilizar o hospital famalicense, colocando em causa valências essenciais e serviços fundamentais para a população, como a maternidade e a urgência médico-cirúrgica”.

“A saúde é uma área vital e deve ser discutida com clareza e responsabilidade. Vila Nova de Famalicão não pode ficar para trás nem perder serviços fundamentais para a sua população”, sublinha Eduardo Oliveira.

CÂMARA MUNICIPAL REAGE

Na segunda-feira, horas depois de vir a público notícias com o comunicado do PS, a Câmara Municipal enviou à comunicação social intitulado “Hospital de Famalicão com investimentos programados”.

No comunicado, a autarquia menciona uma reunião do Conselho da Comunidade que decorreu no dia 11 de setembro, e durante o qual o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Ave, António Barbosa, anunciou que o Hospital de Famalicão tem neste momento em curso 5 candidaturas (PRR/PT2030), num valor superior a 12 milhões de euros, para a modernização das atuais instalações, nomeadamente, para a aquisição de novos equipamentos hospitalares e novo mobiliário, para a construção de 2 novas salas cirúrgicas, para a renovação das áreas de internamento pediátrico e da unidade de esterilização e para a melhoria da eficiência energética do edifício.

“O responsável hospitalar deu conta dos esforços que a administração da ULS tem vindo a fazer no sentido de se concretizar a ampliação e modernização do Hospital de Famalicão, definindo como prioridade o aumento da capacidade de internamento, apontada como um problema estrutural do Hospital de Famalicão”, refere o comunicado municipal.

Mário Passos aproveitou o encontro e a novidade avançada pelo presidente do Conselho de Administração da ULS do Médio Ave para dar nota dos resultados de um estudo técnico independente solicitado pelo Município que confirma o potencial de crescimento das atuais instalações do Hospital de Famalicão, através da ampliação do edifício para novas valências hospitalares e inclusivamente para estacionamento público de cerca de três centenas de lugares.

Mário Passos fala num “estudo técnico independente, realizado com o intuito de percebermos a melhor solução para a eficiência dos cuidados de saúde prestados pelo Hospital aos famalicenses, solução essa que deverá ser compatível com o Plano Diretor Hospitalar.”

PAN PEDE ACESSO AO ESTUDO SOBRE AS OBRAS

No seguimento da divulgação da existência de um estudo, solicitado pelo Município, e cujas conclusões, segundo Mário Passos, haverá viabilidade de crescimento das atuais instalações, o PAN solicitou o acesso ao estudo esta terça-feira, 16 de setembro.

“Tratando-se de um estudo solicitado por uma entidade pública, como é o caso do Município, e considerando o fim do mesmo, o partido entende que existe pertinência daquele ser de acesso público”.

O partido, que tem reunião agendada com a direção do hospital no próximo dia 25 de setembro, considera pertinente que o executivo de Mário Passos disponibilize atempadamente o acesso ao estudo.

CHEGA DEFENDE REFORÇO E AVALIA CONSTRUÇÃO DE NOVO HOSPITAL

Na sequência do comunicado do Partido Socialista, também o Chega deu conta da sua posição através de uma nota enviada à comunicação social. “Famalicão é hoje um dos maiores concelhos do Norte, com mais de 133 mil habitantes. Mas, quando falamos de saúde, continua a ser tratado como se fosse de segunda”. Esta é a mensagem central de Pedro Alves, candidato do Chega à Câmara Municipal de Famalicão, que considera “inaceitável” as falhas que se vivem diariamente no sistema local.

Pedro Alves aponta problemas como “esperas de mais de 9 horas nas urgências, falta de médicos em várias especialidades e até doentes a serem transferidos para Braga ou Porto porque o Hospital de Famalicão não tem resposta”, destacando que “nos últimos anos, a situação tem-se agravado”.

“Em 2024, chegaram a ficar ambulâncias retidas durante horas à porta das urgências, sem macas e sem condições para atender os doentes. A urgência de cirurgia geral esteve várias vezes condicionada por falta de médicos. “Isto não pode continuar. As famílias famalicenses não podem ser tratadas como de segunda”, alerta o candidato.

Neste sentido, Pedro Alves defende o “reforço imediato” do Hospital de Famalicão, “evitando que as pessoas sejam obrigadas a ir a Braga ou Porto” e propõe que seja avaliada a construção de um novo hospital.

“Como bombeiro e pai de família, sei o que significa uma emergência mal gerida. Quero que Famalicão tenha um sistema de saúde digno, rápido e próximo das pessoas. Essa será a minha prioridade”, sublinha Pedro Alves.

CDU DIZ QUE OBRAS SÃO “URGENTES”

O Hospital de Famalicão tem necessidade de “obras de requalificação urgentes”. É isso que tem defendido a CDU publicamente várias vezes. Em maio deste ano, a CDU tornou pública uma ação inspetiva da ASAE às instalações da unidade de saúde famalicense que “detetou várias e graves irregularidades nas instalações físicas do hospital”.

De acordo com a CDU, o estudo de identificação de necessidade “já foi feito” e deu origem a um plano de intervenção que prevê obras de requalificação e ampliação necessárias, bem como a contínua renovação de equipamentos. “Estas obras, urgentes e necessárias, são indispensáveis para que se possa servir as populações”, afirma a CDU, salientando que “até hoje, continuamos a aguardar este investimento mas, enquanto isso e sempre que chove, várias instalações do hospital ficam inundadas”.

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