Em Portugal, 4% da população adulta sofre de uma doença mental grave, estimando-se, por exemplo, que 1 em cada 100 pessoas viva com esquizofrenia e que 2 em cada 100 viva com perturbação bipolar.
A informação é avançada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) que lança, esta terça-feira, no âmbito da Semana Europeia da Saúde Mental, o documento “Perguntas e Respostas sobre Reabilitação Psicossocial na Doença Mental” [ver aqui]. O objetivo é alertar e esclarecer sobre as causas, o estigma associado e as respostas que existem quando falamos de uma doença mental grave.
As pessoas com doença mental grave têm uma expectativa de vida média 12.5 anos menor que a da população geral, dificuldades no funcionamento diário e desempenho de papéis sociais. São alvo de discriminação e estigma, fatores que agudizam o seu isolamento e exclusão social.
A prevalência de problemas de saúde mental (22%) em Portugal é das mais altas da União Europeia, onde a média é de 16.7%. As perturbações psiquiátricas representam 12% da carga global de doença.
De acordo com a OPP, a doença mental não encontra respostas adequadas no SNS em virtude do escasso número de profissionais e longas listas de espera. Em 2023, cerca de 20 mil pessoas aguardavam consulta e mais de metade tinha já ultrapassado o tempo máximo de resposta garantido.
“É necessário que estas pessoas tenham respostas em tempo útil. E para isso tem de se aumentar o número de psicólogos no SNS”, defende a bastonária da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Sofia Ramalho.
A bastória afirma ainda que é necessário “colocar no terreno as 40 equipas comunitárias de saúde mental previstas pelo governo, de forma a assegurar que estes profissionais conseguem prestar cuidados de reabilitação psicossocial, incluindo os cuidados de proximidade na comunidade”
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